A evolução dos meios de pagamento atravessa os séculos e, até chegarmos aos grandes marcos tecnológicos, houve grandes revoluções.

Entender como aconteceu essa trajetória dos meios de pagamento é fundamental para vislumbrarmos como as mudanças no comportamento de consumo têm poder de transformar o mercado.

Isso ocorreu no passado e é isso que continuamos vendo até hoje.

Se você quer conhecer um pouco mais sobre essa evolução, acompanhe o texto até o final.

Boa leitura!

Entenda a evolução dos meios de pagamento

Muito antes dos meios de pagamento digitais e mesmo do dinheiro em papel, outras formas de meios de pagamento já existiam para possibilitar transações entre as pessoas.

Engana-se quem ainda pensa que sempre tivemos dinheiro físico como meio de pagamento no mundo.

Primeiro, foram as trocas por necessidades de consumo que ocorreram.

Historiadores indicam que o escambo começou a ser realizado no mundo há mais de 12 mil anos, e de diversas formas.

A seguir, vamos entender quais foram os principais marcos desta evolução.

Escambo (10.000 a.C.)

As primeiras relações comerciais da história foram as trocas de tudo o que pudesse ser consumido, como sementes, animais, tecidos etc.

Com o tempo, passou-se a ter ideia do que valia mais. Um único boi, por exemplo, era mais valioso do que uma única galinha.

As trocas avançaram nas pequenas comunidades, mas devido às grandes peregrinações, esse tipo de economia se tornou inviável.

Grãos e conchas (3.000 a.C.)

Foi na antiga Mesopotâmia que os grãos e as conchas se tornaram a principal moeda de troca do período.

Mais tarde, esses “dinheiros” se espalharam por África, Oceania e Américas.

E não houve grandes mudanças até o ano 1.500 a.C., quando a China produziu a primeira moeda.

Primeiras moedas (1.000 a.C.)

Feita em material de bronze, a moeda chinesa revolucionou as transações pelo mundo afora.

Depois, existem relatos de moedas feitas de pedras preciosas, cobre, prata e ouro na Turquia.

Surgimento das cédulas de papel (618 d.C)

As primeiras notas em papel foram criadas com o objetivo de reduzir o cobre na produção por causa do elevado índice de toxicidade do material e também do peso.

Além disso, era inviável fazer grandes transações pagando em moedas.

Nessa época, as viagens entre os países já eram uma realidade, e o comércio exterior estava a todo o vapor.

Até hoje, as cédulas de papel têm uma função importante na economia mundial.

Só no Brasil, por exemplo, estima-se que existam cerca de 4,6 bilhões de desbancarizados, o que significa que 3% da população só usa dinheiro físico para transacionar.

Portanto, esse foi um marco histórico muito significativo e que ocorreu graças a chineses que viveram na Dinastia Tang (entre 618 e 907 d.C.).

Cheques (século 17)

Não sabemos ao certo quando efetivamente o cheque foi inventado, mas é fato este se tornou um meio de pagamento muito difundido durante séculos.

No entanto, quando ele surgiu, não era considerado exatamente dinheiro, mas uma espécie de documento assinado que indicava a comprovação de um pagamento.

Até pouco tempo atrás, o cheque era um dos principais meios de pagamento do Brasil, mas, hoje em dia, já tem se tornado cada vez mais raro.

O famoso Padrão Ouro (1816-1914)

O Padrão Ouro foi um sistema monetário que regeu a economia mundial do século 19 até a Primeira Guerra.

Era baseado na teoria quantitativa da moeda, elaborada pelo filósofo e historiador britânico David Hume, em que cada país tinha a obrigação de manter uma parte significativa de seus ativos de reserva internacional em forma de ouro.

O valor da moeda de cada país era fixado conforme a quantidade de ouro que estes detinham.

O sistema gerava previsibilidade e estabilidade, o que facilitou o comércio, os investimentos e as viagens internacionais.

Ele acabou devido à Primeira Guerra Mundial, quando as grandes potências tiveram alta demanda para emitir dinheiro a fim de custear o conflito.

Charge Cards (1920)

Os vovôs dos cartões de débito surgiram quando os automóveis começaram a ser produzidos e as viagens mais curtas se tornaram possíveis e mais rápidas.

Dessa forma, algumas lojas de departamento e hotéis nos EUA começaram a disponibilizar os Charge Cards e Charger Plates, uma espécie de placa de metal que era apresentada pelo cliente.

Não era preciso dinheiro, portanto, foi o início de outro marco na evolução dos meios de pagamento no mundo.

Indústria de Cartões (1950)

Começou em 1949, quando um homem chamado Fred McNamara se esqueceu de sua carteira e não pôde pagar a conta do jantar em um restaurante.

Pensando em soluções, e em como ele, como empresário, poderia ter acesso ao que quisesse sem a necessidade de andar com dinheiro físico em mãos, surgiu a Diners Club.

Por isso, o nome remete à expressão “Clube do Jantar”, embora a grafia da palavra “dinner” (jantar) esteja um pouco diferente.

A iniciativa do empresário, que se reuniu com 200 amigos e 27 estabelecimentos, marcou o início da indústria de cartões. 

Débito automático (1964)

Em uma época em que o pagamento ainda era bem limitado, um britânico criou uma maneira de dar muito mais comodidade e praticidade ao processo.

Em 1964, o executivo da Unilever Alistair Kydd Hanton buscava uma maneira mais rápida de receber pagamentos dos vendedores dos sorvetes produzidos pela empresa (sim, a multinacional famosa por itens de higiene produz sobremesas geladas desde 1913).

A saída foi pedir autorização para que os débitos fossem feitos periodicamente das contas bancárias dos varejistas.

O débito automático chegou ao Brasil em 1992 e funciona até hoje, embora esteja perdendo espaço para o uso do cartão de crédito na recorrência – mas essa é outra história.

Cashbacks (1986)

Com a popularização dos primeiros cartões, foi na década de 1980 que vimos nascer os primeiros programas de recompensas.

É isso mesmo, se você achava que o cashback era algo recente na evolução dos meios de pagamento, se enganou!

Ele foi lançado pela varejista Sears que, ao criar o cartão Discover, dava descontos e vantagens aos consumidores.

Cartões com Chip (1990)

De 1970 a 1990, os cartões tinham tarjas magnéticas, tornando as redes de cartões de pagamento globais.

Além disso, pela primeira vez, essas tarjas foram utilizadas com um Personal Identification Number (PIN) em um terminal Point of Sale (POS).

No entanto, esses cartões eram muito suscetíveis a fraudes e clonagens.

Mesmo com todo o sucesso, esse meio de pagamento começou a ficar vulnerável, e foi aí que os cartões com chip chegaram ao mercado.

A principal vantagem do chip era armazenar, utilizando criptografia de alta complexidade, os dados e protocolos de uma transação.

Boleto bancário (1993)

A necessidade de criar um documento para facilitar as cobranças no Brasil vem lá da década de 1690, quando as agências bancárias passaram a centralizar os pagamentos de contas de água e energia.

Desde aquela época já se usavam títulos para essas cobranças, mas foi no dia 7 de outubro de 1993 que surgiu de fato o boleto bancário como conhecemos, com código de barras.

O formato foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Estudos da Arrecadação Bancária (Cenaban), e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fez a padronização para ser usado em todo o país.

A criação do boleto está prevista na Carta-Circular 2414 do Banco Central.

Desde então, esse meio de pagamento 100% brasileiro é usado até hoje em cobranças de serviços recorrentes e se tornou também um aliado do e-commerce, que surgiu um ano depois.

E-commerce (1994)

Os sites e lojas virtuais não param de crescer, e o e-commerce é um dos segmentos mais promissores da atualidade. 

No entanto, o grande boom do comércio eletrônico ocorreu entre 1994 e 2005.

Foi durante este período que surgiram as carteiras digitais, começando pela empresa PayPal, em 1998.

Hoje, podemos fazer transações por internet banking, SMS, link de pagamento nas redes sociais e no WhatsApp, e acompanhamos a expansão do mercado de pagamentos por Contactless e QR Code.

A partir de 2007, a Apple entrou com força na jogada e, desde então, surgiram as plataformas móveis, conhecidas como apps stores.

Criptomoedas (2008)

A ideia de criar uma moeda eletrônica que não precise passar por nenhum tipo de intermediário fez surgir o bitcoin, a primeira criptomoeda.

Satoshi Nakamoto é o pseudônimo do suposto criador, mas, na realidade, não se sabe ao certo se esse é um produto de uma pessoa só.

Seja quem for, Nakamoto também criou o primeiro blockchain, o ambiente virtual em que as criptomoedas são registradas e transacionadas.

Essa tecnologia permite o registro de todas as operações, garantindo a segurança dos proprietários por ser aberta e imutável.

Hoje em dia, além de existirem centenas de criptomoedas, há também outros bens não tangíveis – ou seja, sem uma forma física – que podem ser transacionados em blockchains, como os NFTs e outros tipos de moeda eletrônica.

Carteira digital (2014)

Com o avanço tecnológico, surgem também novas formas de pagamento, e as carteiras digitais são um exemplo dessa tendência.

Em 2014, a Apple lançou o ApplePay, um aplicativo para os dispositivos com iOS, como iPhone, que usa o recurso NFC para substituir um cartão físico, de débito ou crédito, em pagamentos por aproximação.

Para usar, é preciso configurar o cartão no aplicativo do celular, ativar o app na hora da compra e aproximar o smartphone da maquininha.

Não demorou até que o Google desenvolvesse uma solução própria para os usuários do sistema operacional Android.

Hoje, existem muitas opções, como PicPay, Samsung Pay e Iti Itaú, e as carteiras digitais também são usadas em compras online.

Buy Now Pay Later (2015)

Uma nova modalidade surgida nos Estados Unidos por volta de 2015 passou a incentivar o parcelamento em compras de qualquer valor: o Buy Now Pay Later (“Compre Agora Pague Depois”, em português).

O BNPL permite que as pessoas paguem apenas uma parte do valor de uma compra feita na internet na hora, enquanto o restante pode ser dividido em parcelas.

Ou seja, é uma versão digital do antigo crediário, que já é usado há muitos anos no Brasil.

A diferença é que o processo de aprovação do crédito é automatizado e feito em poucos segundos por uma fintech.

Essa modalidade cresceu muito no mundo todo a partir de 2020, quando a pandemia influenciou no aumento de vendas online.

Pix (2020)

O mercado brasileiro de pagamentos viveu uma verdadeira revolução a partir de 19 de fevereiro de 2020.

Nesse dia, foi lançado o Pix, o método de transferências eletrônicas instantâneas desenvolvido em uma parceria entre o Banco Central do Brasil e diversas instituições financeiras e de pagamento nacionais.

As transações são realizadas pelo celular, usando os aplicativos das instituições financeiras.

As transferências são realizadas em um ambiente virtual seguro, e as contas bancárias são identificadas por chaves.

Embora outros países contem com sistemas semelhantes, o Pix é reconhecido como um dos mais avançados.

Graças a ele, o Brasil respondeu por 15% do total de transferências instantâneas no mundo em 2022, conforme este relatório elaborado pela ACI Worldwide em parceria com a Global Data.

Outras novidades ainda estão para surgir, como o Pix parcelado, que já é oferecido de forma privada, mas ainda terá uma versão oficial.

Qual o melhor meio de pagamento para o seu e-commerce?

Embora o cartão de crédito ainda seja um queridinho do e-commerce, é fundamental oferecer diversidade de métodos que caibam nas preferências do consumidor.

O melhor meio de pagamento para o seu e-commerce é aquele que seu cliente pode ou prefere usar.

Por isso, ofereça todas as alternativas possíveis, pois assim o seu cliente terá a chance de escolher a favorita.

Isso inclui os meios principais, como cartão de débito e crédito, boleto e Pix, mas também os mais inovadores, como as carteiras digitais e o BNPL.

Aliás, é justamente em razão de toda essa evolução que mostramos aqui que você precisa diversificar suas formas de cobrança.

O comércio eletrônico é um meio amplamente concorrido, devido à facilidade que os clientes têm de escolher entre diferentes negócios na hora de fazer uma compra.

E a grande maioria das lojas virtuais, sejam e-commerces ou marketplaces, já são capazes de oferecer um leque de possibilidades na cobrança.

Até empreendedores autônomos que vendem direto pelo WhatsApp ou pelas redes sociais usam links de pagamento para facilitar a vida para os consumidores.

Por isso, diversificar os meios de pagamento é essencial para não perder espaço nesse meio, além de melhorar a experiência do cliente.

Evolução no modelo de negócio e no pagamento: economia da recorrência

A economia de recorrência é um conceito que vem se tornando cada vez mais comum em diversos segmentos do comércio e de serviços.

A ideia é: em vez de simplesmente cobrar um valor em troca de um produto, a empresa recebe um pagamento periódico para prestar um serviço de forma contínua.

Ou seja, é o modelo de cobrança de assinaturas.

Esse conceito pode não parecer novidade, já que há assinantes de jornais, revistas e serviços como televisão paga e internet há décadas.

Porém, a evolução dos meios de pagamento tem levado negócios muito diversos a apostarem nessa ideia com a automatização das cobranças.

Por exemplo, empresas que vendem produtos podem se tornar clubes de assinatura, que entregam caixas com itens selecionados periodicamente em troca de um pagamento contínuo.

Desenvolvedores de software, escolas, estacionamentos e até barbearias também vêm apostando nessa ideia.

Com uma boa plataforma, é possível receber todos os pagamentos sem precisar mobilizar a equipe financeira para fazer as cobranças, seja qual for o método escolhido por cada consumidor.

E assim, o negócio ganha previsibilidade de receitas, tornando mais fácil o acompanhamento do fluxo de caixa.

A Vindi pode automatizar todo o seu processo de cobranças e implementar recursos avançados de combate à inadimplência.

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Qual será a próxima evolução nos meios de pagamento?

Com a velocidade do avanço tecnológico, diversas tendências já podem ser identificadas no ramo dos pagamentos.

Uma delas é a Central Bank Digital Currency (CBDC).

Ou seja, a representação virtual de uma moeda fiduciária nacional, que poderá ser usada para transações no blockchain – assim como as criptomoedas que mostramos neste conteúdo.

No Brasil, deve ser lançado ainda em 2024 o Drex, como é chamado o Real Digital, que deverá abrir muitas possibilidades para o uso da moeda corrente brasileira.

“A partir do momento em que você tem esse formato tokenizado, dentro de um blockchain, isso permite que você faça algumas operações diferentes do ponto de vista financeiro”, explicou Bruno Diniz, cofundador da consultoria de inovação Spiralem, ao Portal G1.

O uso da inteligência artificial vem causando impacto em diversas atividades econômicas e profissionais, e não poderia ser diferente no mercado de pagamentos.

A pesquisa AI Risk Report da KPMG estima que a IA generativa poderá ajudar cada vez mais a detectar suspeitas de fraudes a partir da detecção de padrões de comportamento em transações.

Outras novidades deverão estar relacionadas ao Open Finance.

Embora já tenham se passado três anos desde seu lançamento, o sistema de compartilhamento de dados financeiros de clientes ainda trará inovações.

Entre elas estão as transferências inteligentes, que possibilitará a automação de operações entre contas do mesmo cliente, como mostra esta reportagem do Valor Econômico.

O futuro ainda reserva muito mais novidades em relação a esse mercado.

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