O cashback tem se popularizado cada vez mais no país. Segundo dados do Sebrae, cerca de 6,4 milhões de estabelecimentos comerciais brasileiros já se cadastraram em plataformas que oferecem este benefício.
O seu negócio já oferece cashback? Se não, você já pensou que seus concorrentes diretos podem estar entre esses milhões de estabelecimentos comerciais cadastrados?
Para que você não fique para trás, vamos explicar neste guia o que é cashback, como funcionam essas plataformas que vêm fazendo tanto sucesso, as vantagens e a segurança desse modelo de negócios, além de dar exemplos de programas que têm ganhado notoriedade.
Se você se interessar por essa tendência, leia até o final ou navegue por tópicos para aprender a implementá-la na gestão financeira do seu negócio.
O que é cashback?
Cashback em português significa “dinheiro de volta”. Essa prática consiste em devolver ao consumidor uma fatia do valor gasto por ele em compras, e a porcentagem da quantia a ser devolvida varia bastante, podendo ser de 0,5% até o valor integral.
Em vez de porcentagem, também pode ser revertido um valor fixo. Mas, de qualquer forma, é possível converter o desconto para novas compras, depositar a quantia em uma carteira virtual ou mesmo transferir para uma conta bancária. Tudo varia de acordo com as características e o modelo de negócios da empresa responsável pelo cashback.
Sim, existem muitas empresas atuando como intermediárias entre o consumidor e as lojas online, e uma parceria com uma delas pode ajudar bastante o seu negócio.
Siga a leitura para entender como.
Como funciona o cashback
Há uma variedade bem grande de modelos de negócio de cashback, cada um com suas próprias regras. Mas, em geral, todas funcionam a partir dessa lógica:
- Primeiro, o consumidor faz uma compra em um e-commerce que tenha parceria com uma empresa intermediária, responsável por um programa de cashback
- O cliente pode ativar o cashback referente a determinada compra no checkout da loja ou por um site ou aplicativo do programa
- Depois de ter a venda confirmada, o e-commerce libera o crédito do cashback, que fica disponível em uma carteira virtual
- O consumidor resgata sua porcentagem, podendo sacar ou usar em outras compras (em alguns casos, pode ser necessário acumular um certo valor para poder usar)
- A loja paga uma comissão ao programa de cashback pela venda concretizada.
Para que você entenda bem esse funcionamento, pense no intermediário do cashback como uma espécie de vendedor afiliado. Isso porque os clientes que integram o programa já são direcionados às lojas parceiras pelo próprio site ou aplicativo do intermediário.
Portanto, a plataforma ajuda na divulgação do e-commerce e isso dá ao comércio virtual a vantagem de conquistar e fidelizar clientes, aumentando assim seu ticket médio.
Tipos de cashback
Embora o mecanismo de funcionamento seja sempre o mesmo, há várias modalidades diferentes de cashback. Cada plataforma é única em relação ao regulamento e à forma como as vantagens são oferecidas, o que torna bem difícil dividir em categorias.
Em resumo, podemos classificar os programas de cashback em quatro tipos, cada um com suas particularidades:
Carteira digital
Esse é o modelo mais clássico de cashback. O valor devolvido ao consumidor é depositado em uma espécie de carteira digital até que seja usado em novas compras. Muitas vezes, o cliente precisa esperar que seja acumulada uma quantia mínima para poder usar.
Dependendo do programa, o usuário pode usar esse valor para pagar contas ou fazer depósitos para contas bancárias de terceiros.
Cashback financeiro
Essa modalidade é oferecida por bancos, fintechs e outras instituições a seus clientes ou ao público em geral. Neles, o valor revertido pode ser depositado diretamente na conta bancária. Além de lojas parceiras, gastos com cartão de crédito podem render cashback.
Algumas plataformas oferecem um modelo misto, em que o valor revertido pode ser sacado ou usado em mais compras.
Cashback social
Nesta modalidade, o valor revertido não volta para o consumidor, mas é direcionado para uma entidade beneficente.
O objetivo é incentivar as compras por meio da solidariedade, e quem compra pode escolher a própria entidade ou a finalidade para qual se destina, seja para ajudar crianças, idosos ou animais.
Lojas físicas
Estabelecimentos presenciais, como supermercados e farmácias, também podem ter cashback. Nesses casos, o cliente deve informar algum dado de contato ao fazer a compra – geralmente o telefone celular.
É o estabelecimento que deve apontar quais transações foram firmadas como parte do programa.
Também é possível receber cashback em qualquer compra, desde que seja usado determinado cartão de crédito ou meio de pagamento.
Cashback vale a pena?
Então, será que vale a pena ingressar nessa modalidade? A seguir, reunimos algumas vantagens do cashback tanto para o seu negócio quanto para os consumidores.
Acompanhe:
Vantagens do cashback para quem vende
Veja o que o seu negócio tem a ganhar aderindo ao cashback:
- Fidelização: a satisfação gerada por esse tipo de vantagem aumenta as chances de o cliente voltar a comprar de você
- Visibilidade: aderindo a uma parceria com um programas de dinheiro de volta, você expõe sua marca a um público numeroso e qualificado
- Diferencial competitivo: em um mercado tão concorrido, este pode ser o diferencial entre comprar um produto seu ou de um concorrente
- Maior ticket médio: a ideia do cashback é estimular o consumidor a comprar mais, pois, quanto mais ele gastar, maior será o valor devolvido
- Coleta de dados: quando o usuário ingressa em um programa de cashback, ele precisa informar dados que podem ajudar na compreensão de seu comportamento de compra.
Vantagens do cashback para o consumidor
Não é só a empresa que se beneficia do cashback. Veja agora por que essa é uma relação ganha-ganha:
- Monetização: garantir um trocado a mais é sempre satisfatório, ainda mais depois de fazer uma compra
- Transparência: o cliente conta com uma vantagem mais concreta em relação aos programa de recompensa convencionais, que podem ter critérios bem subjetivos para definir a pontuação
- Flexibilidade: é possível usar o valor revertido na compra que quiser ou, em alguns casos, até fazer um saque, o que dá ao cliente a liberdade de escolha sobre como aproveitar sua vantagem
- Pouca burocracia: o processo do cashback é todo automatizado, sem dar nenhuma dor de cabeça ao cliente que quiser aproveitar sua vantagem.
Cashback é seguro?
Como mostramos acima, há vários tipos de cashback. Tecnicamente, essa modalidade é segura se você firmar parceria com um programa de qualidade. Portanto, vale pesquisar bem sobre a empresa intermediária e garantir que você não vai ficar no prejuízo.
Observe os percentuais que serão oferecidos para ter uma boa margem de lucro, faça bem as contas antes de definir quanto o seu cliente receberá de volta e também procure contar com mecanismos de proteção contra fraudes. Tomando essas precauções, você aumenta bastante a segurança para aderir ao cashback.
Ferramentas que oferecem cashback no Brasil
Há cada vez mais negócios, dos mais variados nichos, que oferecem cashback no país. Elas fazem parte de programas que são gerenciados pelas empresas intermediárias, como explicamos no início deste artigo.
Vamos mostrar agora alguns dos principais programas de cashback brasileiros:
Méliuz
Com mais de 1,6 mil empresas parceiras, a Méliuz é a maior intermediária de cashback nacional. Ela conta com um aplicativo e até uma extensão para ser instalada no navegador para avisar sobre os e-commerces participantes.
Também é possível obter o cashback comprando em algumas lojas físicas, fornecendo dados e pagando no cartão. Quando um valor mínimo de R$ 20 é acumulado, o usuário pode resgatar diretamente para sua conta bancária.
Mooba
Assim como o Méiluz, a plataforma Mooba, do site Reclame Aqui, funciona por meio de uma extensão instalada no navegador de internet. Esse plug-in avisa o consumidor quando uma página de venda tem parceria, que pode render cashback de até 25%.
O modelo também é misto, com o retorno do percentual podendo ser resgatado para uma conta bancária ou usado em compras pelo cartão Mooba.
Meu Dim Dim
A Meu Dim Dim é uma alternativa dedicada a pequenos e médios negócios e também tem extensão para navegadores.
O usuário também pode procurar pelo produto que pretende comprar na própria plataforma. Ao ativar o cashback, ele é direcionado para o e-commerce. A empresa que aderir ao programa precisa pagar uma taxa de até 30% sobre o valor devolvido.
Beblue
Beblue é um sistema por aplicativo para smartphone que conta com 10 mil lojas parceiras. Nele, o cashback é ativado em estabelecimentos físicos.
Também há um plano em que o usuário carrega uma carteira digital por meio de pagamento de boleto bancário, e o saldo também gera cashback.
Ame Digital
A Ame Digital faz parte do grupo B2W e, por isso, atua em parceria com alguns gigantes do e-commerce, como Americanas, Shoptime e Submarino. Para usar, é preciso baixar o aplicativo para smartphone.
O valor não pode ser resgatado para a conta do mesmo titular, mas o cliente pode usá-lo em novas compras, transferir para outros usuários e, eventualmente, pagar contas.
PicPay
Esse cashback é um pouco diferente: em vez de ser referente a compras, o percentual que o consumidor recebe no PicPay pode ser sobre vários tipos de pagamento.
Parcelamento de contas, boletos bancários, abastecimento de automóveis e recarga de celular e de cartão de transporte são exemplos de transações que podem render cashback, que também pode ser usado para pagamentos e enviado a outras pessoas.
Banco Inter
Esse é um exemplo de cashback financeiro: a instituição conta com uma rede com mais de 200 comércios parceiros. O usuário pode resgatar até 20% do valor gasto em uma compra, mesmo não tendo conta no banco.
Também é possível receber cashback pelo cartão de crédito, desde que o pagamento seja feito em débito em conta.
Como oferecer cashback
Se você decidiu ingressar em uma plataforma para oferecer dinheiro de volta a seus consumidores, é importante que a iniciativa seja bem planejada.
A empresa intermediária é responsável pela operação, mas ainda assim você precisa tomar decisões importantes para alcançar os resultados almejados. Para isso, siga estes passos:
Defina seus objetivos
Como mostramos acima, há diferentes modalidades de cashback. Portanto, o primeiro passo é escolher como você espera que a plataforma ajude sua empresa.
Por exemplo, se você quiser aumentar o ticket médio, o ideal é se valer de uma intermediária da modalidade carteira digital. Assim, você estimula o consumidor a aproveitar o cashback em novas compras.
Se a prioridade é aumentar sua visibilidade, contar com uma plataforma que tenha um público amplo pode ser mais importante que o tipo de vantagem oferecida. Lembre-se também que, como o cashback envolve dados de clientes, é preciso estar de acordo com a LGPD.
Escolha a empresa parceira
Para escolher a melhor alternativa para o seu negócio, é preciso avaliar todas as características de cada programa de cashback.
Leve em consideração fatores como:
- Forma como as vantagens são oferecidas
- Auxílio na divulgação dos seus produtos
- Custo para aderir à plataforma
- Integração com seu sistema de gestão de clientes, seja ERP ou CRM.
Defina sua política de cashback
Uma vez escolhida a plataforma, ainda há outras decisões a tomar. Esta é a etapa em que você vai verificar se a forma como o cashback será oferecido será lucrativa para seu comércio.
Para isso, é preciso definir:
- Em quais produtos você vai oferecer cashback
- Que tipo de vantagem será oferecida
- Qual percentual ou valor fechado será devolvido.
Monitore os resultados
Depois de dar início à sua parceria de cashback, o monitoramento nos primeiros meses é crítico. Além de conferir seus objetivos, é preciso avaliar a satisfação do consumidor.
Isso pode levar a eventuais mudanças na sua política – ou, em casos mais drásticos, você pode até decidir trocar de plataforma.
Qual a diferença entre cashback e chargeback?
Embora os nomes sejam semelhantes, os dois conceitos são bem diferentes.
Chargeback significa devolução ou estorno do pagamento, ou seja, o cancelamento de uma compra. Esse processo pode ser solicitado pelo cliente quando não reconhece a transação ou considera diferente do contratado.
Como um diferencial para evitar fraudes ou mesmo mal entendidos em relação ao produto, alguns comércios virtuais optam pela garantia de chargeback. É um serviço que boas plataformas de intermediação de pagamentos, como a Vindi, oferecem para proteger as lojas virtuais contra o risco de prejuízo.
Agora que você sabe tudo sobre cashback, conheça os principais meios de pagamento utilizados no Brasil e deixe de perder clientes por não oferecer as formas preferidas do seu consumidor.