O recommerce, ou comércio de produtos usados, está ganhando força no mercado digital. Com consumidores cada vez mais preocupados com sustentabilidade e economia, essa tendência vem mudando o comportamento de compra e criando novas oportunidades para empreendedores.
Além de ser uma alternativa consciente, o recommerce também é uma estratégia eficiente para ampliar o ciclo de vida dos produtos, reduzir desperdícios e atender a um público crescente que busca soluções mais acessíveis e responsáveis.
Neste artigo, vamos explorar como o recommerce funciona, suas principais vantagens e como você pode implementar essa estratégia para aproveitar ao máximo esse mercado em ascensão.
O que é recommerce?
Recommerce, também chamado de comércio eletrônico reverso ou recomércio, é a compra e venda online de produtos usados. Embora a comercialização de itens de segunda mão não seja uma novidade, esse conceito se destaca por estar associado à economia circular, uma proposta de desenvolvimento econômico que promove o reuso, a reciclagem e a utilização de recursos renováveis.
Com o avanço do capitalismo, a sociedade vem se tornando cada vez mais consumista e esgotando os recursos naturais do planeta devido à grande dependência de matérias-primas da nossa indústria. Logo, uma forma de frear a destruição do meio ambiente e alcançar um mercado mais sustentável é justamente apostar no comércio de produtos usados.
Com essa prática, itens que seriam descartados voltam a circular, desde que estejam em bom estado de conservação ou sejam reformados para a venda. E é nesse contexto que entra o recommerce, como alternativa ao e-commerce tradicional alinhada à causa ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
Como o recommerce funciona?
O recommerce funciona da mesma forma que um e-commerce tradicional: os produtos são cadastrados em um catálogo e vendidos em diversos canais online, entregues na casa dos consumidores. A diferença é que, em vez de trabalhar com itens novos, o empreendedor digital dessa área comercializa itens de segunda mão.
Dois exemplos clássicos de negócios que atuam com produtos usados são sebos e brechós, mas a ideia do recommerce se espalhou para outros segmentos, como eletrônicos, móveis, celulares, decoração etc. Na internet, há vários vendedores e sites especializados em comercializar produtos usados, desde grandes plataformas até pequenos empreendedores que usam redes sociais.
Normalmente, um pequeno recommerce começa com uma pessoa que tem itens em bom estado para vender em casa e quer fazer uma renda extra. Como essa tendência vem crescendo no mercado, o segmento tem potencial para crescer e constituir grandes empresas do e-commerce — e não somente pequenas lojas virtuais de usados.
Como surgiu a tendência do recommerce?
O recommerce, ou comércio de produtos usados, começou a ganhar força com a popularização da internet e das plataformas digitais. No início, sites como eBay e OLX se destacaram como espaços para a revenda de itens usados, conectando consumidores de forma prática e eficiente.
Com o tempo, a consciência ambiental e a busca por práticas sustentáveis impulsionaram ainda mais esse modelo de negócio. Empresas e consumidores começaram a enxergar no recommerce uma maneira de reduzir o desperdício, prolongar o ciclo de vida dos produtos e oferecer alternativas mais acessíveis em um mercado competitivo.
Hoje, o recommerce não é apenas uma alternativa, mas uma estratégia consolidada que atende à demanda por consumo responsável e oportunidades de lucro em diversos setores.
Quais as diferenças entre recommerce, C-commerce, E-commerce, M-commerce, S-commerce e T-commerce?
O avanço da tecnologia e o comportamento dos consumidores impulsionaram a criação de diversas modalidades de comércio digital. Cada uma dessas formas atende a necessidades específicas de mercado, com modelos que vão desde a venda de produtos usados até experiências de compra integradas a redes sociais e dispositivos móveis.
Veja as principais diferenças entre essas modalidades:
- Recommerce: Modelo focado na venda de produtos usados, priorizando sustentabilidade e prolongamento do ciclo de vida dos itens.
- C-commerce: Comércio colaborativo, onde empreendedores eliminam intermediários para trabalhar juntos e atender diretamente os consumidores.
- E-commerce: Comércio eletrônico tradicional, em que produtos e serviços são vendidos por meio de sites ou plataformas digitais.
- M-commerce: Comércio móvel, realizado por dispositivos como smartphones e tablets, com foco na conveniência e mobilidade do consumidor.
- S-commerce: Comércio social, que acontece em redes sociais, conectando marcas e clientes de forma mais direta e interativa.
- T-commerce: Comércio por televisão, onde os consumidores podem comprar produtos diretamente enquanto assistem a programas ou anúncios.
6 exemplos práticos de plataformas de recommerce!
O mercado está repleto de grandes plataformas de recommerce que impulsionam a venda de produtos usados. Conheça as principais agora.
eBay
O eBay é um dos sites mais famosos da internet e considerado a maior plataforma de recommerce do mundo. No site, é possível comprar eletrônicos, roupas, itens colecionáveis, equipamentos industriais, aparelhos recondicionados e vários outros itens novos e usados.
OLX
A OLX é a plataforma de itens usados mais conhecida do Brasil, marcada pelo slogan “Desapega!”, que tem tudo a ver com o conceito do recommerce. No site, é possível “desapegar e se apegar” a itens como eletrônicos, equipamentos profissionais, roupas, artigos para a casa, veículos e até imóveis.
Mercado Livre
O Mercado Livre começou como um site de usados e hoje é uma das maiores plataformas de compra e venda de produtos da América Latina. Entre as categorias mais vendidas estão moda, supermercado, móveis, eletrodomésticos, celulares e artigos esportivos.
Enjoei
O Enjoei é o maior brechó online do Brasil e vem se consolidando no mercado de recommerce. Inicialmente o site era destinado à venda de roupas e acessórios usados, mas as categorias foram expandidas para móveis, eletrônicos e itens de casa e decoração.
Repassa
O Repassa é outro brechó online que vem ganhando destaque na internet. No site, é possível comprar roupas e acessórios femininos, masculinos e infantis usados com até 90% de desconto.
Webmotors
O mercado de carros usados é um clássico no Brasil e tem como principal recommerce o Webmotors. O site tem mais de 11 milhões de compradores e é uma ótima escolha para comercializar veículos.
Quais são as vantagens de investir em recommerce?
Investir em recommerce vai além de acompanhar tendências de mercado. Este modelo de negócio oferece soluções alinhadas às novas demandas dos consumidores, como sustentabilidade, economia e praticidade. Além disso, traz vantagens competitivas para empresas que desejam inovar e se adaptar às mudanças no comportamento de compra.
A seguir, conheça as principais vantagens desse modelo e como ele pode transformar sua operação:
Crescimento do recommerce
O recommerce está em constante expansão, impulsionado por consumidores mais conscientes e em busca de alternativas econômicas. O aumento da procura por produtos usados ou seminovos reflete um mercado com alto potencial lucrativo e em sintonia com as novas preferências de consumo.
Menor investimento
Uma das grandes vantagens do recommerce é a redução de custos operacionais. Ao trabalhar com produtos que já estão em circulação, é possível economizar em etapas como produção e logística. Essa economia permite iniciar ou expandir o negócio com menor necessidade de investimento, ampliando as margens de lucro.
Margem de lucro atrativa
Ao contrário dos produtos novos, que são precificados por fornecedores, os produtos usados podem ser negociados com excelentes descontos.
Logo, se a ideia é comprar para vender, é possível conseguir uma ótima margem de lucro sobre esses itens.
Reputação sustentável
Como vimos, o recommerce não é apenas uma forma de conseguir produtos a preços mais baixos, mas também um conceito de consumo sustentável. Dessa forma, as empresas que atuam nesse segmento podem explorar essa sustentabilidade como parte de sua identidade e posicionamento de mercado.
Essa é uma ótima ferramenta para o marketing, uma vez que a postura ESG (“Environmental, Social and Governance”, ou “Ambiental, Social e de Governança” em português) está em alta no mundo todo.
Captura da geração Z
A geração Z, que compreende jovens nascidos entre 1995 e 2010, tem mostrado sua preferência cada vez maior pelos produtos usados. Uma pesquisa realizada pela Universidade da Pensilvânia e publicada na Forbes mostra que o consumo de itens de segunda mão cresceu 30% nessa parcela da população nos últimos anos.
Considerando que eles são os consumidores do futuro, quem investir no recommerce estará um passo à frente para conquistar essa geração.
Sobre a Gen-Z: conversamos com Isabela Gaidys, fundadora da Ilustralle e uma expoente da nova geração no e-commerce. Confira o episódio (em vídeo ou só em áudio) da série especial do podcast especial Dentro do Ringue!
Como investir e ter sucesso no recommerce? 10 passos!
Se você quer atuar no recommerce, temos algumas dicas importantes para começar um negócio nessa área ou explorar esse novo mercado com a sua empresa. Acompanhe!
1. Pesquise o mercado
O recommerce tem características específicas, por se tratar da venda de produtos de segunda mão. Por isso, é fundamental fazer uma pesquisa de mercado completa antes de investir no segmento, observando questões como:
- Perfil dos concorrentes diretos e indiretos
- Estratégias de marketing das empresas concorrentes
- Públicos que consomem produtos usados
- Canais de venda utilizados
- Modelos de negócio aplicados
- Produtos mais vendidos.
2. Conheça seu público-alvo
O público-alvo do recommerce precisa ser mapeado em detalhes para o sucesso do negócio. Para ter maior precisão no seu estudo, identifique quem é o Perfil de Cliente Ideal (ICP) da sua marca, levantando informações como dados demográficos e comportamentais.
Leia também: O que influencia a decisão de compra do seu cliente?
3. Tenha uma boa estrutura de e-commerce
Uma estrutura sólida de e-commerce é essencial para o sucesso no recommerce. Isso inclui uma plataforma eficiente, funcional e capaz de atender às necessidades específicas desse modelo de negócio, como a gestão de produtos usados, controle de estoque e uma experiência de compra intuitiva para o cliente.
Invista em ferramentas que facilitem o cadastro de produtos, ofereçam opções de pagamento diversificadas e proporcionem segurança no checkout. Além disso, garanta que o site seja responsivo, permitindo que os consumidores naveguem com facilidade tanto pelo celular quanto pelo computador.
Com uma boa estrutura, sua operação ganha agilidade, confiabilidade e se torna mais competitiva no mercado.
4. Escolha o canal de venda
O recommerce pode ser implementado em diversos canais de venda.
O mais tradicional é a loja virtual própria, que deve ser criada por meio de uma plataforma de e-commerce. Mas também é possível vender usados por meio de redes sociais como Facebook e Instagram, apps de mensagens instantâneas como o WhatsApp e nos marketplaces de recommerce que vimos anteriormente.
5. Venda produtos de qualidade
No recommerce, é fundamental garantir produtos de boa procedência e qualidade. Afinal, itens usados precisam estar em bom estado para serem comercializados — ou até mesmo para serem doados.
Por isso, tenha um processo interno de avaliação rigoroso para selecionar somente os melhores produtos.
6. Seja transparente
Ser transparente no recommerce significa deixar claro que você vende produtos de segunda mão, e não itens novos. Na prática, você deve informar sobre possíveis detalhes e marcas de uso nos itens, de modo que os consumidores saibam o que estão comprando e compreendam o estado do produto.
Além disso, é importante trabalhar com uma garantia mínima, principalmente no caso de eletrônicos e eletrodomésticos.
7. Cuide da logística
A logística é um ponto-chave do recommerce, uma vez que os produtos podem vir de fornecedores muito diversos e é preciso garantir a organização do estoque, separação e expedição. Então, é importante ter um excelente controle de estoque e trabalhar com várias opções de frete, assegurando entregas eficientes e preços competitivos.
8. Invista em marketing digital
Por fim, o recommerce precisa de divulgação online para ser bem-sucedido. Vale investir em estratégias de marketing digital como:
- Otimizar o site para SEO para conseguir um bom posicionamento em mecanismos de busca
- Investir em mídia paga no Google Ads
- Anunciar em redes sociais com Facebook Ads e Instagram Ads
- Usar o remarketing para impactar consumidores que já entraram no site
- Fazer marketing de conteúdo para atrair clientes com informações relevantes.
9. Acompanhe os feedbacks dos clientes
No recommerce, a experiência do cliente é decisiva para fidelização e reputação da marca. Por isso, acompanhar os feedbacks é essencial para identificar oportunidades de melhoria, ajustar processos e fortalecer a confiança dos consumidores.
Crie canais claros para coleta de opiniões, como avaliações no site, pesquisas pós-compra ou comentários em redes sociais. Use as críticas construtivas como guia para aprimorar o atendimento, a qualidade dos produtos e a logística. Esse cuidado pode ser o diferencial para conquistar mais clientes e impulsionar seu negócio.
10. Ofereça diversos meios de pagamento
Facilitar o pagamento é fundamental para aumentar as conversões no recommerce. Considere incluir opções como cartões de crédito, PIX, boletos e carteiras digitais para atender diferentes perfis de consumidores e suas preferências.
Quanto mais diversificados forem os meios de pagamento, maior será a acessibilidade para os clientes e as chances de finalizar vendas. Além disso, garanta que o processo seja seguro e rápido para reforçar a confiança dos compradores na sua loja.
Quais são os produtos mais vendidos em um recommerce?
O recommerce abrange uma ampla variedade de produtos, desde itens de uso diário até produtos mais especializados. No entanto, existem alguns segmentos que se destacam pela alta demanda e pelo bom potencial de venda. Veja abaixo os principais tipos de produtos que costumam ter um bom desempenho no mercado de recommerce:
- Eletrônicos e gadgets: Produtos como smartphones, computadores, tablets, câmeras fotográficas e consoles de videogame são altamente procurados no recommerce. Esses itens mantêm um bom valor de mercado mesmo quando usados, especialmente se ainda estão em boas condições e com pouco tempo de uso.
- Roupas e acessórios: O mercado de moda, especialmente roupas de marcas renomadas, calçados, bolsas e acessórios, é um dos maiores do recommerce. Muitas pessoas buscam por peças de segunda mão em bom estado, atraídas pela economia e pela busca por itens exclusivos ou fora de linha.
- Móveis e decoração: Móveis e artigos de decoração usados têm grande apelo, principalmente para quem busca opções mais acessíveis ou itens de design vintage. Além disso, muitos consumidores procuram por produtos que atendam à sustentabilidade.
- Livros e colecionáveis: Livros usados, especialmente raros ou fora de catálogo, sempre foram uma grande parte do recommerce. Itens de colecionadores, como discos de vinil, brinquedos antigos ou quadrinhos também têm uma base de consumidores fiel.
- Produtos esportivos: Equipamentos esportivos, como bicicletas, pranchas de surfe, tênis de corrida e outros itens de segunda mão, têm se tornado cada vez mais populares, especialmente para aqueles que buscam um custo-benefício maior.
Esses produtos, além de terem boa procura no mercado de recommerce, são vantajosos por manterem seu valor por um tempo considerável, tornando-se atraentes tanto para os vendedores quanto para os compradores.
Como funciona o pagamento em um recommerce?
Você tem várias opções para receber pagamentos online no seu recommerce de forma prática e segura. Uma solução é ter uma plataforma de pagamento, que funciona como um intermediador que conecta sua empresa aos principais adquirentes e bandeiras de cartão do mercado.
A Vindi, por exemplo, tem uma plataforma completa com uma API amigável para facilitar a integração do seu site aos principais meios de pagamento do mercado. Nosso sistema tem recursos essenciais como sistema antifraude, split de pagamentos, checkout transparente, diversidade de formas de pagamento e antecipação de recebíveis.
Além disso, você pode gerenciar seus pagamentos na plataforma da Vindi com uma visão completa dos valores recebidos e pendentes, relatórios de transações, cobranças e muito mais.
Outra opção para quem ainda não tem e-commerce próprio é usar link de pagamento. Com ele, você pode vender pelas redes sociais, adicionar o link ao seu blog, vender em um evento online, cobrar pelo WhatsApp e qualquer outro canal de venda utilizado.
Entendeu o que é recommerce e por que vale a pena ter um e-commerce de produtos usados? Então conheça a Vindi, uma plataforma completa de pagamentos digitais e presenciais para o seu negócio!