Dizer que o futuro da economia de recorrência é promissor é redundante. E, se você acha que o título deste artigo está exagerado, continue lendo e vai se convencer que não cometemos nenhum excesso: estamos apenas dando uma ideia do quanto esse setor tem crescido e do potencial para expandir ainda mais.
Antes de analisar dados, vamos falar do que esse futuro reserva para o mercado de assinaturas e quais as tendências para o futuro. E, depois de mostrar que o título desse artigo é bem realista, vamos dar vários exemplos de negócios dos nichos mais diversos que apostaram nessa tendência – e se deram bem.
Muitos começaram já oferecendo assinaturas, enquanto outros operavam em outros modelos de negócio e perceberam que não podiam ficar de fora dessa onda. E, por fim, temos várias dicas para você que pretende oferecer planos mensais.
Então siga a leitura ou, se preferir, navegue nos tópicos a seguir.
O que esperar do futuro da economia da recorrência?
Para projetarmos o futuro da economia de recorrência, devemos olhar para a trajetória do setor até aqui. Embora o cenário da pandemia de covid-19 tenha impulsionado o modelo, a expansão desse mercado já era uma realidade bem antes.
Produtos como bicicletas por assinatura e SaaS (Software as a Service), por exemplo, já existiam no começo da década passada. O crescimento dos clubes de assinatura no começo dessa década veio para mostrar que a diversidade de nichos é cada vez maior e que, com criatividade, é possível implementar o modelo em qualquer tipo de negócio.
Por isso, mesmo com cada vez mais empresas oferecendo assinaturas, esse mercado tem bastante espaço para crescer.
Por que a recorrência tem tanto sucesso?
Um dos motivos do êxito da economia de recorrência é a mudança de comportamento do consumidor. Antes mais preocupadas em possuir bens, as pessoas agora tendem a valorizar mais a praticidade. Por exemplo, uma pessoa que utiliza um carro por assinatura não precisa se preocupar com a manutenção do veículo.
Os softwares SaaS também são um exemplo de praticidade, pois a instalação não é necessária e as empresas costumam oferecer suporte facilitado. A valorização da experiência do consumo, além do produto em si, também conta – principalmente para os clubes de assinatura. Com eles, o assinante vai além de simplesmente adquirir um produto: ele recebe um material personalizado.
Ou seja, o cliente compra a experiência de receber aquela caixa preparada para alguém como ele, por uma empresa que compartilha de seus interesses e paixões.
Como é hoje o mercado da recorrência
Quando chamamos a economia de recorrência de um “negócio de trilhões”, estamos nos baseando em dados. Uma pesquisa (em inglês) divulgada pela Lineup, multinacional especializada em soluções financeiras para negócios recorrentes, aponta que o mercado de assinaturas digitais movimenta atualmente US$ 650 bilhões. Na conversão, esse valor ficaria em torno de R$ 3,3 trilhões.
E não para por aí: o estudo, divulgado em maio de 2022, também estima que até 2025 esse valor deve aumentar em mais de 100%, chegando a US$ 1,5 trilhão. Ou seja, mais de R$ 7,6 trilhões! Essas cifras dão uma ideia bem sólida de que a recorrência é um fenômeno mundial que veio para ficar.
No Brasil, as vendas do mercado de clubes de assinatura cresceram 18% entre janeiro e setembro de 2021, segundo dados da Betalabs publicados pela CNDL, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Sendo que, em 2020, esse modelo de negócio já movimentava R$ 1 bilhão por ano no país, segundo reportagem da CNN Brasil.
Diante deste cenário, é preciso ficar atento às tendências para prosperar.
Tendências da economia da recorrência
Agora que já vimos como os números são convincentes, vamos falar sobre algumas tendências que devemos ver cada vez mais nos negócios recorrentes:
Diversificação de nichos
Inicialmente, as empresas de mídia impressa dominavam o mercado de assinaturas. Com o streaming, porém, o setor audiovisual deu um grande passo nesse ramo, ao mesmo tempo me que clubes de assinatura ajudaram a popularizar ainda mais os negócios recorrentes.
Hoje é possível assinar serviços como cortes de cabelo e barba e até meios de transporte como carros e bicicletas. Não há limite para a versatilidade desse formato.
“As novas tecnologias hoje permitem que negócios de virtualmente todos os setores da economia ofereçam serviços de assinatura”, comenta Jack Neele, gerente da multinacional de gestão de ativos Robeco neste artigo (em inglês).
Público jovem
Com essa expansão acelerada das assinaturas, os mais jovens devem ser seus principais consumidores. Em seu artigo, Neele afirma que as gerações Z e millenial tendem a consumir mais produtos recorrentes.
A tendência deve ser movida por fatores como o desejo de ter sempre os últimos lançamentos, preocupações ambientais e a ideia de não precisar lidar com manutenção.
Relacionamento com o cliente
Cada vez mais, a empresa precisa saber dialogar com o consumidor – afinal, o assinante não paga só pelo produto ou serviço, mas também pela experiência.
Um cliente de um clube de assinatura, por exemplo, quer sentir que aquela caixa foi preparada para ele. Da mesma forma, o usuário de um SaaS paga pela certeza de que, se houver qualquer tipo de contratempo, como bugs ou mesmo alguma dificuldade na curva de aprendizado, o fornecedor do serviço vai se empenhar para resolver o problema o quanto antes.
Diante de um cenário de concorrência cada vez mais acirrada, a dedicação e a criatividade no relacionamento com o cliente serão cada vez mais importantes.
Quem está investindo forte no modelo da economia da recorrência
Com vários serviços de streaming, o nicho de conteúdo audiovisual é um dos setores mais adaptados à economia de recorrência. E se há um responsável por isso é a Netflix.
A empresa, que surgiu como um serviço de aluguel de DVDs, começou a oferecer assinatura de streaming em 2007 nos Estados Unidos. Hoje, conta com mais de 200 milhões de assinantes pelo mundo, mesmo com sua primeira queda nos números recentemente.
Na esteira desse sucesso, praticamente toda grande empresa da área também possui seu serviço de assinatura. E, se o streaming já conquistou seu lugar nesse mercado, há outras formas de produção de conteúdo investindo nessa onda.
Segundo essa reportagem (em inglês) do TechCrunch, além de serem os primeiros criadores de conteúdo da Scriber, os músicos do grupo Jonas Brothers possuem participação na empresa.
A assinatura de conteúdo, porém, não é novidade. Um exemplo é o OnlyFans, uma plataforma semelhante ao Scriber que tem feito sucesso entre consumidores de entretenimento adulto – mas que tem outros conteúdos. Até plataformas populares como YouTube e Twitch permitem que os canais ofereçam planos de assinatura.
E o mercado da recorrência não se limita a criadores de conteúdo, essa foi só uma amostra de como a ideia pode se expandir para vários nichos. Nesse sentido, vamos mostrar abaixo empresas de segmentos diferentes que aderiram ao grande potencial das assinaturas.
Quem já mudou o modelo de negócios para surfar esta onda
O crescimento da economia de recorrência não se limita a novos negócios. Até mesmo empresas dominantes em suas áreas já entenderam o potencial desse mercado e mudaram seu modelo de negócios para oferecer planos mensais.
Vamos ver alguns exemplos agora:
Adobe
Referências em design gráfico, webdesign e edição de vídeos, os softwares da Adobe passaram a ser distribuídos em pacotes por assinatura ainda em 2011. Cerca de dois anos depois, a empresa anunciou que a venda convencional dos softwares seria descontinuada.
Hoje, o Adobe Creative Cloud oferece quatro pacotes de aplicativos, além de planos específicos para empresas e outras instituições. O assinante pode instalar os programas a partir da nuvem em qualquer dispositivo.
PlayStation e Xbox
As duas gigantes do mercado de games estão juntas neste tópico porque protagonizam uma corrida que vem aperfeiçoando o modelo de assinaturas no setor.
A economia de recorrência teve sua primeira aparição no mercado de jogos digitais em 2010, quando a Sony lançou o PlayStation Plus. Ainda não era o formato que conhecemos hoje, mas a assinatura garantia novidades como o download de games sem custo adicional e o armazenamento em nuvem do progresso nos jogos.
Em 2017, a Microsoft criou o Xbox Game Pass, o serviço de assinaturas de jogos para o Xbox One. O usuário paga uma mensalidade para baixar e jogar uma série de títulos à vontade. Recentemente, a Sony adaptou o Playstation Plus para oferecer um serviço semelhante ao do concorrente.
Ao longo de toda essa corrida, o maior beneficiado é o consumidor, que passou a poder jogar muito mais títulos pagando menos.
O progresso foi tanto que os dois consoles contam hoje com serviços de jogos em nuvem: o xCloud e o PlayStation Now. É praticamente uma SaaS de games, em que o usuário pode jogar usando diferentes dispositivos.
Negócios por assinatura que deram certo
Você viu acima exemplos de grandes empresas que sentiram a necessidade de apostar na recorrência. Também não faltam exemplos de negócios que investiram em assinaturas desde sua origem, e as que vamos mostrar agora tiveram resultados surpreendentes:
Dollar Shave Club
Esse foi o ponto de partida para a popularização de clubes de assinatura masculinos, sendo considerado o maior do mundo no formato.
O Dollar Shave Club foi fundado em 2011 na Califórnia, com a ideia de fornecer produtos para barba a um preço mais baixo no modelo de recorrência. Deu tão certo que, em julho de 2016, a empresa foi vendida à Unilever por US$ 1 bilhão.
Tembici
A Tembici foi fundada em 2010 com a proposta de oferecer bicicletas por assinatura no Brasil. Elas ficam disponíveis em estações espalhadas pelas cidades onde a empresa atua.
A empresa controla a localização das bicicletas com a internet e o monitoramento por GPS, o que dá segurança ao sistema. Passados pouco mais de 10 anos, a empresa atua em 11 cidades no Brasil, Chile e Argentina, e está perto de iniciar as operações na Colômbia.
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Athenahealth
Esse é um software tipo SaaS para serviços médicos, que atende várias instituições de saúde. Entre as funcionalidades oferecidas pela Athenahealth, a principal é o prontuário eletrônico armazenado em nuvem.
O sucesso desse serviço levou a empresa a ser comprada pela Bain Capital e Hellman & Friedman em fevereiro de 2022.
Dicas para iniciar um negócio recorrente
Nos tópicos acima, você descobriu que a economia de recorrência é uma alternativa para qualquer tipo de negócio; de carros e bicicletas, passando por videogames e softwares, até serviços e clubes de assinatura, o único limite para entrar nesse mercado é a criatividade.
Está pensando em adaptar seu negócio para oferecer planos mensais? Antes de mais nada, leia nossas dicas:
Conheça as necessidades do seu público
Se você planeja oferecer uma assinatura, é preciso conhecer bem o seu cliente.
Pense em como suprir suas necessidades com soluções práticas. Se o seu serviço livrar o consumidor de alguma preocupação com o dia a dia, você está no caminho certo.
Entenda os desejos do cliente
Lembre-se que você não está simplesmente vendendo seu produto ou serviço, mas sim proporcionando uma experiência única. Por isso, saber quais são os gostos e desejos do consumidor é essencial. Pesquise sobre seu nicho e procure entender a paixão do assinante em potencial.
Aprenda novas métricas
No mercado de assinaturas, as empresas têm formas diferentes de medir desempenho e resultados. Por exemplo, para uma loja física ou online, é essencial saber o ticket médio.
Já em negócios recorrentes, é mais importante conhecer o LTV, que é a receita ao longo de todo o período em que um cliente assinou seu produto ou serviço. Monitorar essa e outras métricas é essencial para se dar bem nesse negócio.
Primeiros passos na economia da recorrência
Tudo que mostramos acima é importante para qualquer negócio de assinaturas. Mas de nada adianta sem o principal: contar com uma boa plataforma de pagamentos. Assim, você automatiza o processo de cobrança e não precisa se preocupar com atrasos em seus recebíveis.
A Vindi é uma plataforma completa, que oferece soluções automáticas de retentativas de cobranças que evitam a perda de um cliente por inadimplência. Nosso sistema também conta com recursos como gestão de assinaturas, criação e gerenciamento de planos mensais e controle financeiro.
Assim, você organiza melhor seu fluxo de caixa e se preocupa mais com o negócio em si, e menos com a burocracia envolvida. Isso é útil principalmente para os SaaS, produtos de alta complexidade que exigem muita atenção e dedicação em seu desenvolvimento.
Por falar nisso, quer saber mais sobre o mercado SaaS? Baixe este e-book gratuito que preparamos sobre este setor de SaaS, que está dominando o Brasil e o mundo.