O faturamento é um dos principais indicadores para a gestão de uma empresa.
Além de ajudar na gestão financeira do negócio, esse importante dado é o que define o regime de tributação.
O conceito parece simples, mas na realidade entender bem como se apura o quanto seu negócio faturou envolve vários aspectos.
E quando a empresa não consegue calcular o faturamento, sua saúde financeira corre sérios riscos.
Já uma empresa bem organizada pode se valer dessa informação para evitar riscos e traçar o caminho para o seu crescimento.
Se você quiser saber tudo sobre faturamento, leia este artigo até o final para entender bem o conceito, conhecer os tipos e aprender a fazer o cálculo.
Temos 7 dicas valiosas para fazer sua empresa faturar cada vez mais.
O que é faturamento de uma empresa?
O faturamento é a previsão do valor total arrecadado por uma empresa com a venda de produtos ou serviços em determinado período.
Esse cálculo não leva em consideração os gastos envolvidos na operação.
Portanto, podemos resumir nesta fórmula:
- Faturamento bruto = quantidade de produtos x preço da venda.
Para facilitar o entendimento, vamos dar um exemplo bem simples: um ambulante vende sorvetes a R$10.
Se ele vendeu 500 sorvetes em um mês, o faturamento é a multiplicação de 500 por 10, ou seja, R$5 mil.
Como esse exemplo é bem simples, o valor que obtemos é referente ao faturamento bruto.
Ainda neste texto, vamos explicar os diferentes tipos.
Neste momento, o mais importante é observar que o cálculo não leva em conta custos com a produção ou compra do sorvete já pronto e nem das despesas com a operação.
Portanto, é um indicativo do quanto a empresa está arrecadando com sua atividade comercial.
Qual a diferença entre receita, faturamento e lucro?
O faturamento é um dado importante para a administração de uma empresa, mas não pode ser confundido com a receita ou o lucro.
Veja a diferença entre esses três indicadores:
- Faturamento: como vimos acima, é o valor arrecadado pela empresa com suas vendas no período
- Receita: também diz respeito ao valor ganho com as vendas, mas apenas o que já entrou no caixa. Portanto, se uma venda é feita a prazo, o total das parcelas entra no faturamento, mas a receita só inclui o valor já transferido
- Lucro: é o valor que sobra depois da subtração de todos os custos e despesas envolvidos na atividade.
Para que serve o faturamento?
O faturamento serve para apontar o desempenho das vendas e das estratégias de precificação da empresa, além de ser usado também como base para cálculo tributário.
Por meio da análise do indicador, o gestor pode tomar decisões relacionadas às estratégias de venda.
Um aumento indica uma boa recepção dos consumidores às soluções oferecidas.
Já a redução pode servir como um sinal de alerta para que se busque melhorias na solução oferecida, preços mais competitivos ou novas iniciativas para captação de clientes.
Além disso, o faturamento determina o regime tributário da empresa se enquadrar, conforme as regras previstas na legislação.
Quando uma empresa cresce, este é o indicador que aponta a necessidade de migrar para outro regime.
Além disso, se houver necessidade de empréstimo ou financiamento, é preciso informar o faturamento para convencer a instituição financeira ou outros investidores.
Tipos de faturamento
O faturamento tem basicamente dois tipos: bruto e líquido, embora exista também a classificação pelo período de abrangência.
Entenda melhor na sequência.
Faturamento bruto
O exemplo que demos no começo deste artigo foi de um faturamento bruto, pois levou em consideração apenas a multiplicação do preço pela quantidade de vendas.
Portanto, é a conta mais simples.
Faturamento líquido
O faturamento líquido é o valor que sobra quando se retira do faturamento bruto os valores referentes aos impostos e deduções de vendas.
Portanto, podemos dizer que:
- Faturamento líquido = faturamento bruto – impostos – deduções de vendas.
Por isso, a primeira coisa a se fazer é calcular o faturamento bruto.
Os impostos geralmente são calculados por meio da aplicação do percentual das alíquotas sobre os valores.
Para o microempreendedor individual (MEI), o cálculo fica mais fácil, pois a cada mês é pago R$ 1 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para venda de produtos ou R$ 5 de ISS (Impostos sobre Serviços) para prestação de serviços, além dos R$ 66 de INSS (5% do salário mínimo em 2023).
Já as deduções de vendas são referentes a descontos promocionais e reembolsos referentes à devolução de mercadorias.
Faturamento por período
Como mencionamos no início deste tópico, tanto o faturamento bruto quanto o líquido também podem ser classificados conforme o período ao qual se refere.
Nesta lógica, os principais tipos são:
- Mensal: é a apuração do primeiro ao último dia de cada mês
- Trimestral: leva em conta três meses, servindo como base para o cálculo de tributos como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
- Anual: é o somatório do ano todo, para avaliar a evolução da empresa em longo prazo e definir seu regime de tributação.
Como calcular o faturamento da empresa?
O primeiro passo para calcular o faturamento é realizar um controle de todas as vendas, incluindo o preço.
Essa é uma tarefa básica para qualquer atividade, e quanto mais o negócio cresce e se expande, mais complexa ela fica.
É importante destacar que o controle inclui todos os valores das vendas, mesmo quando o cliente escolheu pagar a prazo.
Por isso, mesmo que determinado valor ainda não esteja no caixa, ele já é parte do faturamento.
Somente assim, é possível chegar ao faturamento bruto e líquido, seguindo os passos que vamos apresentar.
Calcule o faturamento bruto
Essa é a parte mais fácil, pois basta multiplicar o número de vendas pelo preço de cada produto.
Se você não tiver um sistema automatizado para fazer esse controle, faça um cálculo para cada item, multiplicando o número de vendas pelo preço.
Assim, você terá o faturamento bruto de cada produto, e a soma de todos eles resulta no faturamento bruto total da empresa.
Controle as deduções
Seu controle de vendas precisa incluir também as deduções de vendas.
Por isso, todos os reembolsos e valores referentes a descontos oferecidos precisam ser registrados.
Por exemplo: se você vendeu um item de R$ 100 com 5% de desconto, é preciso considerar os R$ 5 como uma dedução de vendas.
Da mesma forma, se um item foi devolvido ou a venda foi anulada, inclua a devolução do valor como dedução.
Todas essas deduções precisam ser somadas, porque depois elas serão subtraídas do faturamento bruto.
Calcule os impostos
Para calcular o valor a ser abatido em impostos, geralmente é necessário multiplicar a alíquota pelo faturamento bruto.
É claro que se um negócio vende produtos com tributações diferentes, é preciso fazer essa conta de forma separada para cada item.
Para explicar melhor, vamos voltar ao exemplo do sorvete, lembrando que ao final de 2023 a alíquota de PIS e Cofins sobre este item era de 9,25%.
Se o faturamento com a venda de sorvetes em determinado mês foi de R$ 10 mil, para deduzir o valor pago em impostos, é preciso multiplicar 10.000 por 9,25% (ou seja, por 0,0925).
Logo, neste exemplo, vimos que foram recolhidos R$ 925 em PIS e Cofins.
Mas como já explicamos, se você for MEI, em vez de fazer essa conta, considere a tributação de R$ 1 para produtos ou de R$ 5 para serviços a cada mês e os R$ 66 de INSS.
Aplique a fórmula do faturamento líquido
Seguindo os passos anteriores, você já tem:
- O faturamento bruto
- A soma das deduções de vendas
- O valor tributado sobre o faturamento bruto.
Portanto, o último passo é aplicar a fórmula do faturamento líquido: faturamento bruto – soma das deduções – valor tributado.
Qual é o limite de faturamento de uma empresa?
De um modo geral, não há limites de faturamento para uma empresa, desde que ela esteja enquadrada no regime tributário correto.
Afinal, é o faturamento anual que determina por qual regime tributário a empresa deve optar.
Para o enquadramento no Simples Nacional, regime que facilita o recolhimento de impostos para microempresas e empresas de pequeno porte, a Lei Complementar 123/2006 determina os seguintes tetos de faturamento:
- MEI: faturamento anual até R$ 81 mil
- Microempresa: faturamento anual até R$ 360 mil
- Empresa de Pequeno Porte: faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões
- Pequeno Produtor Rural: faturamento anual de até R$ 4,8 milhões ou propriedades com até quatro módulos fiscais.
Uma empresa com faturamento superior a R$ 4,8 milhões pode optar pelo Lucro Presumido, que tem um teto de R$ 78 milhões por ano.
Se o teto for superado, a alternativa é o Lucro Real, que não tem teto.
O faturamento também determina se a empresa pode obter a linha de crédito oferecida pelo BNDES a pequenas empresas.
Nesse caso, o teto para obter o crédito é de R$ 90 milhões anuais.
Como declarar o faturamento da empresa?
O procedimento para declarar o faturamento depende do regime tributário da empresa.
Para quem é MEI, o procedimento é bem simples: preencher a Declaração Anual de Faturamento (DASN).
Basta acessar o formulário no site do governo federal, informar o CNPJ e inserir os valores do faturamento bruto, até o dia 31 de maio do ano seguinte.
Para os demais regimes, é aconselhável contar com o apoio de um contador.
Microempresas e empresas de pequeno porte devem gerar a Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis), até 31 de março do ano seguinte.
Para isso, a empresa já deve ter um certificado digital com código de acesso ou uma procuração eletrônica.
A declaração é feita por meio de um aplicativo chamado Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (PGDAS), que é disponibilizado pela Receita Federal a cada ano.
Por fim, empresas enquadradas no Lucro Real ou no Lucro Presumido precisam preencher o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), que também é disponibilizado anualmente pela Receita Federal.
Como fazer projeção de faturamento?
Projeção de faturamento é uma ferramenta de gestão realizada para estimar as operações financeiras de uma empresa.
O objetivo é dar maior segurança financeira ao negócio, evitando riscos às operações por falta de verba e identificando oportunidades de investimento para crescimento.
Para realizar a projeção financeira, é preciso seguir as seguintes etapas:
1. Definição do período
Embora costume ser feita antes do fim de um ano para projetar o próximo, a projeção de faturamento pode ser realizada em intervalos e períodos diferentes.
Para definir, leve em consideração as características da atividade da empresa.
2. Apuração de dados
A análise da empresa passa pela coleta de dados como:
- Histórico de vendas
- Contas a pagar e receber
- CAC (Custo de Aquisição de Clientes)
- ROI (Retorno sobre Investimento)
- Ticket médio.
Considere também outras métricas que sejam relevantes para o seu negócio.
3. Estabelecimento de objetivos
Procure estipular uma meta de faturamento que seja ousada, porém alcançável.
Para isso, tenha em mente o histórico dos anos anteriores e considere a capacidade de captar clientes e suprir as demandas.
Lembre-se também de considerar fatores sazonais e relacionados à realidade política e econômica locais.
4. Projeção do fluxo de caixa
O fluxo de caixa é um indicador muito importante, pois mede a liquidez da empresa.
Por isso, é preciso primeiro projetar todas as entradas e saídas para depois prever o faturamento.
Leve em conta todos os custos e despesas, sejam eles fixos ou variáveis.
5. Elaboração de cenários
As chances de acertar são bem maiores se você construir projeções diferentes.
Por isso, procure criar uma projeção neutra e outras duas, uma para um cenário otimista e outra para um cenário pessimista.
6. Monitoramento de resultados
Como a projeção de faturamento leva em consideração um período extenso, é importante ir acompanhando os resultados e fazer ajustes caso seja necessário.
Como aumentar o faturamento da empresa?
Agora que você já entendeu o que é faturamento e como ele é importante para sua empresa, temos também dicas para melhorar esse indicador.
1. Observe o mercado
Para poder fazer seu negócio crescer e aumentar as vendas, é preciso observar o que acontece ao seu redor.
Monitore seus concorrentes constantemente para analisar seus movimentos e perceber seus erros e acertos.
Fique de olho no seu público-alvo e procure aproveitar bem os feedbacks que seu negócio recebe, sejam elogios ou críticas.
2. Use ferramentas de gestão
Existem várias ferramentas de gestão que podem ajudar a identificar pontos a melhorar no seu negócio.
Algumas das principais são:
- Análise SWOT/FOFA: identifica as Forças (Strength), Fraquezas (Weakness), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats)
- Análise PESTEL: avalia fatores Políticos, Econômicos, Sociais, Tecnológicos, Ambientais e Legais
- Matriz de Priorização: classifica as tarefas entre importantes e urgentes, importantes mas não urgentes, urgentes mas não importantes, não importantes nem urgentes
- Matriz BCG: classifica produtos ou setores conforme a participação e a taxa de crescimento no mercado.
3. Invista em inovação
Seja qual for o segmento de uma empresa, é importante buscar sempre melhorar suas soluções e, melhor ainda, criar novos produtos ou serviços.
Além de ajudar com isso, o investimento em inovação também garante que a qualidade esteja sempre alta.
4. Acerte na precificação
Uma boa estratégia de precificação é essencial para manter seu faturamento cada vez mais alto.
Afinal, seus preços devem ser competitivos o suficiente para se destacar da concorrência, mas mantendo uma boa margem de lucro.
5. Aumente seu ticket médio
Uma boa prática para faturar mais é investir em ações para aumentar o ticket médio, incentivando seus clientes a gastarem mais.
Alguns exemplos são:
- Cross Selling: a oferta de um item complementar ao que o cliente está comprando ou planejando adquirir
- Upsell: a oferta de um artigo com qualidade superior
- Desconto progressivo: o aumento do percentual de desconto conforme a quantidade de itens comprados.
6. Fidelize seus clientes
Fidelizar clientes é uma etapa essencial para melhorar as vendas e o faturamento.
Algumas estratégias eficientes para isso são:
- Criação de programas de pontuação
- Envio de ofertas exclusivas e personalizadas com base no histórico do cliente
- Adoção do modelo da recorrência.
7. Melhore seus processos de cobrança
Uma empresa que planeja crescer e elevar o faturamento precisa investir na melhoria dos seus sistemas de cobrança para poder atender a uma demanda maior.
Desta forma, é possível oferecer uma experiência de pagamento fluida e tranquila para um alto número de consumidores, sem fricções e com segurança em um momento que já é bastante sensível.
O uso de uma plataforma de pagamentos também pode ajudar na diversificação das formas de cobrança, proporcionando ao cliente a escolha de como quer pagar.
É importante destacar ainda que um sistema robusto como a Vindi oferece todas essas vantagens com a segurança garantida pelo certificado PCI Compliance.
Além disso, com nosso sistema, é possível emitir relatórios com métricas importantes para sua empresa em tempo real a partir de um painel de indicadores de fácil utilização.
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