Compliance é um termo em alta no mundo corporativo, mas ainda traz mais perguntas do que respostas para a maioria dos gestores.

Afinal, o que significa estar em compliance? Quem precisa se preocupar com isso? Como implementar um programa do tipo?

Essas e outras dúvidas são comuns e precisam ser esclarecidas para garantir a conformidade dos negócios com leis, normas e regulamentos. 

Basicamente, investir em compliance é uma forma de evitar problemas legais para a empresa, proteger sua imagem no mercado e aumentar sua vantagem competitiva.

Vamos entender melhor como isso funciona nos tópicos a seguir:

  • O que é compliance? Significado
  • Qual o objetivo do compliance?
  • Por que implementar uma política de compliance?
  • 5 benefícios do compliance
  • Conheça os 8 pilares do compliance
  • Evolução do compliance no Brasil e a Lei Anticorrupção
  • Tipos de compliance
  • Como estruturar uma área de compliance
  • Empresas que investem em compliance
  • Livros sobre compliance
  • Perguntas frequentes sobre compliance.

Leia até o final e entenda como implementar um programa de compliance do zero no seu negócio!

O que é compliance? Significado

Compliance é um termo que representa a conformidade de empresas com leis, normas e regulamentos internos e externos. 

A palavra vem do verbo em inglês to comply, que significa agir conforme regras e padrões.

Logo, compliance está diretamente relacionado à integridade, ética e adequação dos negócios às regulamentações aplicáveis. 

Para uma empresa, estar em compliance significa firmar um compromisso com a legislação e com os padrões do mercado, manter a transparência nas relações e atuar de forma íntegra. 

O conceito se aplica tanto às leis, normas e atos externos quanto aos controles internos da organização.

Afinal, é preciso se preocupar com o compliance ambiental, trabalhista, financeiro, operacional, contábil, tributário e várias outras categorias.

Em todas as atividades da empresa, há referências de normas e boas práticas a seguir.

Assim, garantir o compliance é uma maneira de prevenir irregularidades, combater a corrupção e fortalecer a imagem da empresa no mercado. 

Basicamente, o programa de compliance de uma empresa é sua base para “fazer o que é certo” e ter uma conduta correta em todas as frentes. 

Apesar de estar muito ligado à área jurídica originalmente, ele se espalhou por todos os departamentos das organizações e, hoje, é aplicado a diversos processos.

Alguns exemplos são a segurança da informação, prevenção a fraudes, auditorias internas e externas e gestão de risco. 

Governança corporativa e compliance

Governança corporativa e compliance são dois conceitos inseparáveis no mundo dos negócios, mas têm suas diferenças. 

Enquanto o primeiro diz respeito à forma como a empresa se relaciona com seus stakeholders (públicos interessados) e demonstra sua responsabilidade, o segundo se ocupa do cumprimento das leis e normas que regem a organização.

De acordo com o Código de Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), esta é a definição mais completa do conceito de governança: 

“É o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. 

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização.

Assim, é possível facilitar seu acesso a recursos e contribuir para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.” 

Se a ideia é alinhar os interesses dos sócios e públicos interessados (clientes, colaboradores, parceiros, comunidade, etc.), é claro que é fundamental atender a todas as normas internas e externas nesse processo.

Por isso a governança corporativa e o compliance são complementares, já que um não cumpre seus objetivos sem o outro.

A principal diferença é que a governança funciona como um modelo de gestão que procura garantir a impessoalidade administrativa e transmitir segurança.

Já o compliance atua em todo o âmbito gerencial para garantir o respeito às normas e a mitigação de riscos.

Ética e compliance

Ética e compliance também estão intimamente relacionados no contexto das empresas.

No caso, a ética é muito mais abrangente, pois diz respeito aos valores morais praticados dentro da organização e sua conduta em relação ao mercado e à sociedade.

Com os casos de corrupção e escândalos que expuseram empresas nos últimos anos no Brasil, a cobrança por uma postura eticamente responsável aumentou bastante.

Nesse cenário, ser uma empresa ética significa seguir princípios morais e valores definidos pela lei e pela cultura, priorizando relações transparentes.

Obviamente, o compliance é indispensável para alcançar esse objetivo, já que cumprir as leis é um requisito básico para manter uma postura íntegra.

Due diligence e compliance

O due diligence é um dos pilares de todo programa de compliance nas empresas.

A expressão pode ser traduzida para “diligência prévia” ou “diligência devida”.

Basicamente, é um processo de estudo, auditoria, investigação e avaliação de riscos e oportunidades em operações como fusões, aquisições e escolha de fornecedores.

Antes de tomar qualquer decisão, a empresa conduz uma due diligence para investigar a fundo o outro negócio e entender se as vantagens superam os riscos da operação.

A análise compreende aspectos financeiros, regulatórios, jurídicos e relacionados à reputação da empresa – o que se relaciona com o programa de compliance, portanto.

Gestão de risco e compliance

A gestão de risco é outro pilar do compliance, que torna possível a conformidade da empresa com leis e regulamentos.

Todo negócio envolve diversos riscos, que costumam ser proporcionais às oportunidades de lucro.

Por isso, as empresas precisam de um processo de gestão de risco para lidar com incertezas do mercado, antecipar ameaças e aumentar suas chances de sucesso. 

No contexto do compliance, essa gestão significa detectar e prevenir riscos que ameaçam a integridade e a conduta da empresa, além de criar políticas de controle e monitoramento. 

Um exemplo básico de risco de compliance é exposição da empresa a penalidades legais e perdas financeiras pelo não cumprimento de leis. 

Com um bom programa de compliance, esses riscos são reduzidos e a empresa consegue se afastar de prejuízos financeiros ou de imagem. 

Qual o objetivo do compliance?

O objetivo principal do compliance é garantir que a empresa mantenha sua conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis em cada atividade e processo.

Na prática, significa implementar uma gestão pautada na obediência às normas trabalhistas, judiciais, fiscais, ambientais, empresariais e tributárias. 

Dessa forma, é possível evitar fraudes, irregularidades e desvios que poderiam trazer problemas judiciais, financeiros e de reputação para o negócio.

Com as rápidas mudanças nos cenários econômicos e ambiente regulatório, o compliance se torna essencial para acompanhar a legislação e proteger a empresa de qualquer risco.

Entre as metas de um programa de compliance, podemos destacar:

  • Mapear todas as leis, normas, atos e regulamentações que possam afetar a empresa;
  • Transmitir confiança a sócios, acionistas, investidores, clientes, colaboradores e parceiros;
  • Prever e detectar riscos de compliance;
  • Proteger a reputação da marca e a imagem dos sócios;
  • Analisar e prevenir fraudes;
  • Estabelecer instrumentos normativos internos para controle;
  • Realizar auditorias periódicas;
  • Integrar a área de compliance com todos os processos e atividades do negócio;
  • Elaborar manuais de conduta para colaboradores;
  • Construir uma cultura organizacional embasada na integridade e conformidade.

Compliance e LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ou Lei nº 13.709, entrou em vigor em setembro de 2020 e representa uma importante demanda de compliance para as empresas.

Ela estabelece uma série de exigências para a coleta, uso e tratamento dos dados pessoais dentro das organizações.

Agora, é preciso solicitar o consentimento de titulares para utilizar dados pessoais, informar que tipo de uso será feito e implementar medidas de segurança da informação para evitar vazamentos, violações e acesso não autorizado aos dados.

No caso, dados pessoais são informações que permitem identificar pessoas físicas, como nome, CPF, endereço, data de nascimento e estado civil. 

Toda empresa trabalha com esse tipo de informação, pois precisa armazenar e processar dados de colaboradores, clientes e fornecedores.

Logo, é preciso incluir as normas da LGPD no programa de compliance para assegurar que os dados pessoais sejam protegidos e utilizados com autorização de seus titulares.

Se um cliente solicitar a exclusão ou anonimização de suas informações, por exemplo, a empresa tem 15 dias para atender ao pedido.

Além disso, a partir de agosto de 2021, passam a valer as sanções da LGPD, que preveem multa de 2% do faturamento limitada a R$ 50 milhões para as empresas infratoras. 

Por que implementar uma política de compliance?

O compliance se tornou essencial para a sobrevivência e sucesso das organizações, pois é a base que garante a confiabilidade da empresa e sua vantagem competitiva no mercado.

Não faltam exemplos de escândalos regulatórios envolvendo empresas que estamparam as manchetes nos últimos anos.

Ao mesmo tempo, o mercado global passa por uma crise de confiança, com os consumidores acreditando cada vez menos nas empresas.

De acordo com o relatório “In Brands We Trust?” publicado em 2019 pela Edelman, apenas 34% dos consumidores globais confiam nas marcas que consomem, enquanto 81% consideram a confiança essencial para comprar de uma empresa.

No Brasil, os respondentes tiveram as seguintes opiniões sobre as empresas:

  • 72% esperam que a empresa represente seus valores;
  • 73% buscam empresas com uma boa reputação no mercado;
  • 79% preferem empresas que se comportam de forma responsável.

Logo, o compliance é uma peça-chave para a construção de uma imagem positiva da empresa e aumento da confiabilidade diante do mercado. 

E não são apenas os consumidores que valorizam empresas com uma conduta ética.

No mercado financeiro, por exemplo, as empresas listadas na bolsa de valores são classificadas conforme seu nível de governança corporativa. 

O nível mais alto, chamado de Novo Mercado, inclui apenas empresas que seguem as normas mais rígidas de governança, reforçam a transparência e garantem os direitos de acionistas minoritários.

Para ganhar esse status, as companhias precisam provar que investem em compliance e auditoria interna, além de divulgar todas as informações sobre a gestão e diversificar seu conselho de administração. 

Assim, fica claro que investidores também estão de olho na conformidade das empresas.

Da mesma forma, parceiros, colaboradores, fornecedores e a própria sociedade esperam nada menos que um excelente compliance das organizações. 

5 benefícios do compliance

Ao entender o que é compliance, fica fácil imaginar que há muitos benefícios envolvidos ao implementar um programa do tipo.

A seguir, destacamos os principais.

1. Prevenção de riscos

Como vimos, a gestão de risco ajuda as empresas a enfrentarem as incertezas do mercado. 

Com um programa de compliance estruturado, é possível se antecipar às ameaças e prevenir danos ao caixa e à imagem do negócio.

Além disso, o compliance também traz mais segurança para aproveitar oportunidades de negócio.

É o que acontece, por exemplo, quando os riscos compensam frente aos resultados.

2. Proteção da reputação da empresa

Hoje em dia, qualquer dano à reputação de uma empresa pode significar um prejuízo incalculável.

Por isso, o marketing é tão focado em associar valores positivos à marca e garantir um posicionamento favorável no mercado.

Com o compliance, a imagem da empresa fica protegida e as oportunidades do mercado são preservadas. 

3. Aumento da vantagem competitiva

Compliance também é uma questão de vantagem competitiva, já que as empresas com melhores práticas de conformidade atraem mais clientes, talentos, parceiros e investidores.

Quanto mais confiança a organização transmitir, maiores serão suas chances de vencer os concorrentes e se destacar no mercado. 

4. Alinhamento com objetivos estratégicos

O compliance também contribui com o alinhamento dos objetivos estratégicos da empresa, fazendo com que todos caminhem na mesma direção.

Com uma política forte, colaboradores, líderes e parceiros conseguem ter a mesma visão do negócio e aplicar os princípios da empresa em suas ações do dia a dia, acelerando seu crescimento. 

5. Melhora na qualidade de produtos e serviços

Um programa efetivo de compliance tem impacto positivo na qualidade dos produtos e serviços da empresa.

Com normas e processos padronizados e um controle rigoroso, fica mais fácil manter a excelência desde a concepção da solução até o pós-venda. 

Conheça os 8 pilares do compliance

O compliance deve ter base em alguns princípios e ações para ser efetivo dentro da empresa. 

Ao longo do conteúdo até aqui, já demos pistas sobre alguns de seus pilares.

Agora, vamos trazer mais detalhes sobre todos eles.

1. Compromisso da liderança

Todo programa de compliance se sustenta sobre a alta administração da empresa, que deve dar o exemplo para todos os colaboradores. 

O chamado C-Level precisa mostrar seu compromisso com a ética e conformidade, se quiser que a organização tenha uma cultura positiva e transmita uma boa imagem no mercado.

Lembrando que não basta ficar só no discurso: é preciso que a liderança demonstre na prática sua aderência aos princípios do programa de compliance. 

Só assim os colaboradores se sentirão responsáveis pela reputação da empresa e inspirados a fazer o certo em cada ação do dia a dia. 

2. Autonomia para a gestão de compliance

Além do envolvimento da liderança, o programa de compliance precisa de um CCO (Chief Compliance Officer) com autonomia e autoridade para tomar decisões

Esse profissional será responsável pelo cumprimento das normas e políticas estabelecidas e responderá pela empresa em caso de irregularidades e omissões. 

Para cumprir sua função, o CCO precisa ter à disposição os recursos necessários e o poder para interferir em processos decisórios da alta gerência. 

3. Avaliação e prevenção de riscos

A avaliação e prevenção de riscos deve ser estruturada de acordo com o nível de incerteza ao qual a empresa está exposta. 

Por exemplo, uma empresa que não participa de contratos públicos ou não fecha negócios internacionais tem riscos bem diferentes de uma companhia que atende órgãos do governo e está sujeita a inspeções e auditorias externas. 

Alguns riscos comuns de compliance são relacionados à segurança do trabalho, envolvimento com atos ilícitos, como corrupção e lavagem de dinheiro, qualidade do produto e questões trabalhistas em geral. 

Por isso, o programa de compliance deve incluir políticas e mecanismos eficientes para identificar, prevenir e mitigar diferentes tipos de risco. 

4. Código de conduta e políticas de compliance

O Código de Conduta, ou Código de Ética e Conduta, é o documento que embasa todo o programa de compliance da empresa.

Ele formaliza as normas definidas internamente para atender às demandas de conformidade, servindo como guia para todos os colaboradores. 

O documento determina direitos e obrigações de todos os membros e parceiros da empresa, além de detalhar seus valores e compromissos de conduta. 

Além disso, o Código de Conduta pode ser publicado abertamente e também tem o papel de mostrar os princípios da empresa à sociedade.

Mas, para além desse documento oficial, a empresa também deve definir outras políticas e procedimentos mais específicos.

5. Controles internos

Para garantir que todas as políticas de compliance sejam aplicadas na prática, a empresa precisa criar mecanismos de controle para cada processo.

Geralmente, são ações formalizadas por escrito, que garantem a conformidade de todos os processos e minimizam riscos operacionais.

Isso é importante especialmente na área contábil, pois garante que todas as operações do negócio sejam escrituradas corretamente.

Por exemplo, a assinatura de contratos pode ser condicionada a uma revisão e aprovação do compliance.

6. Canais de denúncia

Faz parte do programa de compliance oferecer canais de denúncia seguros para que os colaboradores relatem qualquer tipo de desvio.

Mais do que oferecer esses meios de comunicação, é preciso incentivar as pessoas a denunciar e assegurar sua proteção, além de criar protocolos para lidar com as informações recebidas.

7. Treinamento e comunicação

O compliance só funciona quando a empresa investe em treinamentos e comunica claramente os objetivos do programa a todos os funcionários e parceiros.

Alguns caminhos para isso são investir em conteúdos educacionais e informativos por meio de workshops, cursos online e avaliações. 

8. Monitoramento e investigação contínua

Por fim, o sucesso do compliance também depende de esforços de monitoramento e investigação contínua dentro da empresa.

Para isso, a empresa deve definir auditorias periódicas e iniciar investigações ao menor sinal de comportamentos ilícitos ou antiéticos.

Além disso, é preciso criar sanções e medidas disciplinares para quem infringir as regras, como advertências verbais e escritas  – e, em último caso, demissão. 

Evolução do compliance no Brasil e a Lei Anticorrupção

O compliance chegou ao Brasil no início da década de 1990, quando o mercado nacional começou a se abrir para as empresas estrangeiras.

Um dos principais marcos na área foi a Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa. 

A partir dessa legislação, as empresas passaram a ser responsabilizadas pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira, com previsão de multas que variam de 0,1% a 20% do faturamento bruto. 

O principal objetivo era combater fraudes e corrupção em licitações e contratos.

Mais tarde, em 2015, o Decreto 8420/2015 especificou as práticas de compliance necessárias para atender aos requisitos da lei, que são basicamente os pilares que vimos no tópico anterior.

Nesse intervalo, o país viveu alguns de seus escândalos de corrupção mais emblemáticos, como aquele que envolveu a Petrobras e foi revelado pela Operação Lava Jato. 

Esse histórico de envolvimento criminoso entre grandes empresas e o governo torna o compliance ainda mais importante no país.

Hoje, 83% das empresas brasileiras afirmam ter um programa de ética e compliance eficiente, segundo a Pesquisa de Maturidade de Compliance no Brasil publicada pela KPMG

Tipos de compliance

Um compliance empresarial pode ter seu programa implementado em área específica.

Veja quais são as características de cada um dos principais tipos de compliance:

Compliance trabalhista

É o compliance aplicado à legislação trabalhista, buscando cumprir todas as suas normas e garantir um ambiente de trabalho seguro e produtivo.

Os objetivos envolvem ainda a regularidade das relações de trabalho, motivar colaboradores e evitar processos trabalhistas contra a empresa. 

Compliance fiscal

É a garantia de conformidade às regras do Fisco, como o cumprimento de obrigações principais e acessórias da Receita Federal.

Algumas de suas práticas são o controle de obrigações tributárias, monitoramento de prazos de entrega e revisão de dados de declarações.

Compliance digital

É a aplicação das políticas de conformidade à área de tecnologia da informação.

Seus principais pilares são a segurança da informação, controle de acesso, proteção de dados e gestão de riscos e vulnerabilidades.

Compliance ambiental

É a observância das normas ambientais como princípio básico das atividades da empresa.

Com o crescente impacto causado ao meio ambiente e aproximação de uma crise climática, as organizações precisam assumir seu papel no desenvolvimento sustentável.

Logo, o compliance ambiental consiste em monitorar os riscos ambientais da empresa e reduzir ao máximo os impactos causados ao planeta. 

Compliance financeiro

É o compliance aplicado à gestão financeira da empresa, com foco na prevenção da lavagem de dinheiro e outras fraudes.

Suas principais práticas são o monitoramento de transações, aprovação de orçamentos e revisão de toda a documentação contábil do negócio. 

Como estruturar uma área de compliance

Se você ainda não tem uma área de compliance na sua empresa, o momento é propício para dar início nesse sistema.

Veja como estruturar o programa do zero, passo a passo:

1. Comece pelos riscos da empresa

O primeiro passo para estruturar sua área de compliance é identificar a quais riscos seu negócio está exposto.

Isso vai depender de aspectos como porte da empresa, governança corporativa, mercado de atuação, estratégia comercial, histórico de processos e ambiente regulatório.

Se a empresa não participa de licitações, não atua no mercado externo e não lida com produtos ou serviços que exigem fiscalização rigorosa, os riscos mais comuns são associados às normas trabalhistas, fiscais e contábeis. 

2. Eleja os responsáveis

Como vimos, a área de compliance da empresa precisa de um responsável, chamado de CCO, e de uma equipe dedicada à função.

Também é possível criar um comitê com profissionais de diferentes áreas para cuidar dessa tarefa. 

Se não houver pessoal disponível, outra possibilidade é terceirizar o trabalho para consultorias de compliance.

3. Crie um código de conduta

O Código de Conduta é o coração do programa de compliance, que direciona todas as normas e políticas internas.

Veja o que não pode faltar no seu:

  • Princípios e valores da empresa;
  • Responsáveis pelo compliance;
  • Regras para relacionamento com fornecedores, parceiros, investidores, colaboradores, clientes e outros stakeholders;
  • Ações e políticas antifraude, antitruste e anticorrupção;
  • Gestão de propriedade intelectual e confidencialidade;
  • Resoluções para eventuais conflitos de interesses;
  • Monitoramento de novas leis e regulamentações;
  • Condução da avaliação de riscos;
  • Tratamento de denúncias recebidas pelos canais da empresa;
  • Tarefas e responsabilidades do comitê de compliance. 

4. Determine as políticas e procedimentos

Com o Código de Conduta pronto, você pode desdobrar as normas para políticas e procedimentos mais específicos.

Alguns exemplos são políticas anticorrupção, de proteção à livre concorrência, para contratação de terceiros, fusões e aquisições. 

O importante é cobrir todos os temas pertinentes à conformidade da sua empresa, de acordo com os riscos identificados no início. 

5. Elabore seu plano de ação

Para que o compliance seja implementado, será preciso elaborar um plano de ação com todas as etapas necessárias, objetivos do programa, estratégias e cronograma.

Como ele abrange as principais áreas e processos da empresa, precisa de um direcionamento claro, pessoas responsáveis e prazos para ser colocado em prática.

6. Crie canais de comunicação

Uma parte essencial do programa de compliance são os canais de comunicação, principalmente aqueles destinados às denúncias e relatos de colaboradores. 

Lembre-se de criar canais tanto para o público interno quanto para o público externo. 

7. Comunique e treine os colaboradores

Com o programa de compliance pronto, é hora de comunicar as novas regras para os colaboradores e iniciar o processo de treinamento e capacitação.

Para que dê certo, é importante que todos tenham acesso às normas e que a liderança faça seu papel de engajar as equipes. 

8. Acompanhe e otimize seu programa

Não basta lançar o programa de compliance e esperar que dê resultados: é preciso acompanhar sua implementação e fazer melhorias sempre que necessário.

A cada incidente, a empresa deve se esforçar para corrigir desvios de conduta e aprimorar cada vez mais seus controles. 

Empresas que investem em compliance

Várias empresas brasileiras são referência na área de compliance e inspiram empreendedores

O Grupo Votorantim, por exemplo, se destaca pelo foco em relações governamentais no seu programa de compliance. 

Em entrevista à Amcham em 2020, a head de Governança, Risco e Compliance, Ana Paula de Medeiros, conta que a empresa começou a investir na conformidade devido ao contato com várias instâncias do poder público.

O foco das ações é mostrar quais tipos de corrupção podem ocorrer e os pontos mais expostos do segmento, da direção ao nível operacional”, disse ela.

Além disso, o grupo conta com um amplo canal de denúncias, que vão direto para seu comitê de conduta.

Outro exemplo é a 3M, que ficou em primeiro lugar no Guia Exame de Compliance em 2019 na categoria bens de consumo.

A empresa tem envolvimento com o compliance desde 1988 e uma área própria desde 2003.

Um dos grandes marcos de sua trajetória foi uma autodenúncia ao departamento de Justiça americano após uma suspeita de violação da Lei Anticorrupção local em uma subsidiária da Turquia. 

No mercado de SaaS, a Totvs se destaca pelo programa de compliance e governança corporativa avançado e uma estratégia criativa para educar os colaboradores. 

A empresa criou um jogo lúdico e interativo para incentivar os funcionários a aprender as normas, com pontos que podem ser trocados por prêmios, conforme relatou à Amcham o diretor de compliance Silvio Menezes. 

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Livros sobre compliance

Se você quer ampliar seu conhecimento sobre compliance, vale buscar referências na literatura.

Confira a nossa lista com livros interessantes sobre o assunto:

Perguntas frequentes sobre compliance

Para fechar, vamos responder às principais dúvidas sobre compliance de forma rápida e objetiva.

Confira nosso FAQ:

O que é lei de compliance?

Não existe uma lei de compliance, mas assim é também conhecida a Lei Anticorrupção, que é um dos principais dispositivos legais sobre programas de compliance no Brasil.

Quando surgiu o compliance?

O compliance surgiu oficialmente no início do século 20, com a criação do Banco Central dos Estados Unidos (FED). 

O objetivo era determinar normas para o ambiente financeiro para torná-lo mais estável e seguro. 

O que é a certificação PCI Compliance?

A PCI Compliance é uma das principais certificações de segurança da informação do mundo, que regula os padrões de proteção de dados para a indústria de cartões de débito e crédito.

Somente empresas confiáveis que conseguem comprovar mecanismos de segurança avançados em pagamentos estão em compliance com o PCI DSS – é o caso da Vindi

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Qual a diferença entre compliance e auditoria?

A auditoria é um dos processos envolvidos no compliance, que consiste em um exame aprofundado de atividades do negócio para verificar possíveis irregularidades.

Enquanto o compliance representa o programa geral de conformidade da empresa com normas, leis e padrões, a auditoria é a fiscalização das políticas estabelecidas internamente. 

Qual a diferença entre compliance e programa de integridade?

O programa de integridade é uma ramificação do sistema de compliance, sendo voltado especialmente às medidas anticorrupção dentro da empresa.

Quais são os principais erros ao implementar o compliance?

Estes são os erros mais comuns em empresas que falham ao implantar um programa de  compliance:

  • Desconhecimento sobre normas técnicas e legislações que se aplicam ao negócio;
  • Falta de alinhamento entre o compliance e as demais áreas da empresa;
  • Falta de comprometimento da liderança com o programa;
  • Falhas de comunicação com os colaboradores;
  • Ausência de processos e procedimentos claros de auditoria e controle;
  • Falta de acompanhamento das políticas estabelecidas.

Seja compliance até ao cobrar seus clientes

Como você pôde ver até aqui, compliance é um assunto que nunca se esgota nas empresas  – e pode ser aplicado até na sua cobrança recorrente.

Na hora de escolher uma solução de pagamentos, você precisa levar em conta a conformidade com os padrões de segurança e normas do mercado.

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