Você provavelmente sabe o que é e o que faz uma fintech, mas já ouviu falar sobre fintech white label?
É o que vamos explorar neste texto.
As fintechs surgiram na última década e seu escopo reúne tecnologia aplicada a serviços financeiros de forma inovadora no mercado.
Como exemplo, há os bancos digitais nessa categoria.
Já os serviços “white label” (termo traduzido como “etiqueta branca”), em geral, são empresas B2B que fornecem algum tipo de produto sem exibir a sua própria marca neles.
Os produtos sem rótulo podem ser desde mercadorias até tecnologia, e ficam disponíveis para a inserção do logotipo e identidade de uma empresa terceira que vá utilizá-los com o consumidor final.
Por isso, esse tipo de negócio é guiado pela lógica de terceirização da produção.
Veja a seguir o que é e como funcionam as fintechs white label, e os principais exemplos do mercado!
O que é fintech white label?
As fintechs, no lugar de mercadorias, produzem tecnologia para serviços financeiros.
Quando elas são white label, transferem essa propriedade para outra empresa vendê-la com a sua marca.
Essa venda de tecnologia financeira para outras empresas também é conhecida como “Fintech as a Service”, e em alguns casos, como “Banking as a Service”.
Em outras palavras, a fintech white label se encarrega da produção do produto financeiro, assim como todas as atualizações e regras de segurança necessárias.
A empresa que compra essa tecnologia pode inserir sua marca nos produtos e revendê-los ou utilizá-los com seus próprios usuários.
Dessa forma, a empresa compradora do produto white label consegue focar muito mais no core do seu negócio.
Seja a criação de outros produtos financeiros, ações de marketing, vendas e etc., não precisará se preocupar com a tecnologia financeira que foi terceirizada.
Inclusive, muitos dos clientes das fintechs white label também são instituições financeiras.
Como funciona uma fintech white label?
Como vimos, a fintech white label funciona produzindo soluções financeiras para outras empresas inserirem sua marca.
Mas as white labels estão presentes em diversos setores além das fintechs.
Por exemplo, elas são bastante comuns na indústria de roupas e calçados, podendo até mesmo ser “Private Labels”, ou seja, produtoras exclusivas de uma marca.
Essas fábricas não possuem marca própria e não vendem o produto diretamente ao consumidor final – elas produzem sob demanda para empresas que irão vendê-los nas lojas.
Com isso, as marcas não precisam se preocupar com o custo de administração de uma fábrica, nem com a manutenção de máquinas ou com questões internas à produção.
As fintechs white label, ao invés de fábricas, são empresas de tecnologia.
Por isso, em vez de produzirem artigos como no exemplo que demos, elas prestam diversos serviços em nome da empresa contratante.
Confira exemplos na sequência.
Quais são os serviços de uma fintech white label?
Existe uma ampla variedade de serviços que podem ser oferecidos por uma fintech white label.
Confira abaixo uma lista com as principais.
- Boleto bancário: a fintech pode atuar como banco emissor, gerando os títulos de cobrança com o nome da empresa contratante
- Conta digital: o cliente pode abrir uma conta bancária no nome da empresa que contratou a fintech, podendo consultar saldos, movimentar valores, criar chaves de Pix e diversos outros serviços
- Carteira digital: os consumidores podem gerenciar valores e fazer pagamentos por meio de um aplicativo que leva o nome da empresa contratante
- Emissão de cartão: a fintech emite cartões de crédito, débito e pré-pagos nos formatos físicos e virtuais, que em alguns casos podem ser usados exclusivamente em lojas da empresa contratante
- Plataforma de pagamentos online: quando o consumidor faz um pagamento, a estrutura da fintech é responsável pelo processamento e a liquidação da transação, sem que o usuário deixe a página da empresa contratante
- Empréstimos: a fintech oferece o crédito ao consumidor e fica responsável por toda a operação, desde a análise de risco até a cobrança
- Emissão de notas fiscais: a terceirização do serviço, para facilitar o processo de faturamento das empresas contratantes e seus consumidores
- Split de pagamento: funciona de forma semelhante à plataforma de pagamentos online, com o diferencial de dividir automaticamente o valor da cobrança entre mais de um recebedor, conforme percentuais pré-definidos
- Conciliação de pagamentos: é a terceirização do serviço de comparação dos registros internos de vendas empresa para conferir se há eventuais inconsistências, erros ou até mesmo fraudes.
Cada fintech pode ter especialização em um ou mais itens dessa lista.
Geralmente, quanto maior o nível de especialização, mais completa é a solução oferecida, com mais recursos e funcionalidades.
De que forma ela atua?
Para funcionar, a fintech white label desenvolve toda a expertise e a tecnologia dos meios de pagamento ou do serviço financeiro.
Dessa forma, ela deve seguir todos os processos regulatórios envolvidos no setor (como o PCI Compliance e as normas do Banco Central).
Além disso, precisa contratar os profissionais mais capacitados e os melhores recursos para a construção da solução, bem como suas atualizações futuras.
Por fim, ela entrega as plataformas prontas para a personalização e uso de outras empresas.
Esses produtos são customizados com a identidade e logotipo da marca que faz a interface com o cliente final.
A proposta é poupar esse trabalho das empresas e gerar economia de recursos e de composição de time.
Para usar a tecnologia de uma fintech white label, é preciso pagar uma taxa de adesão a ser precificado pelo prestador do serviço.
Quando usar uma fintech white label?
Segundo estudo da FIA, o white label costuma ser adotado quando uma companhia quer expandir sua atuação, mas não possui a expertise, a mão de obra ou o interesse necessários para fazer isso.
Geralmente, elas estão em busca de terceirizar algo que não é seu forte, ou até mesmo projetos pontuais que precisam escalar rápido no mercado.
Por isso, utilizam profissionais de fora da casa para ter mais agilidade.
As redes de varejo também são um tipo de cliente das fintechs ou bancos white label.
Quando elas oferecem cartões de crédito para seus clientes, uma empresa do ramo financeiro emite o cartão com a marca do varejo para ser revendido.
E assim também acontece com outros tipos de relações de negócios.
As fintechs white label também são uma opção interessante para empresas que buscam integrar soluções bancárias com serviços já existentes para se diferenciar da concorrência.
Por exemplo, se um aplicativo de transportes ou de entrega pode contratar uma fintech para desenvolver uma conta digital, para que os motoristas ou entregadores parceiros possam gerenciar seus ganhos.
Assim, é possível melhorar o produto que já existe, que neste caso é a própria plataforma.
Veja na sequência por que esse modelo é vantajoso tanto para quem contrata quanto para quem presta o serviço.
Vantagens das fintechs white label
As fintechs white label podem trazer vantagens para todos os participantes do sistema financeiro, desde as próprias empresas até o usuário final.
Confira abaixo quatro listas com vantagens, voltadas a públicos distintos.
Para quem opera no modelo
Investir em uma fintech white label pode ser vantajoso por diversas razões.
Veja algumas:
- Alta demanda: com o surgimento de cada vez mais avanços no mercado financeiro e de pagamentos, muitas empresas dos mais variados segmentos têm procurado soluções de white label
- Parcerias estratégicas: a partir do fornecimento de serviços, é possível estreitar a relação com os clientes, o que pode abrir espaço para outros negócios
- Posicionamento no mercado: o investimento em soluções financeiras avançadas pode colocar uma fintech em uma posição de destaque em seu segmento
- Escalabilidade: a partir do desenvolvimento de uma tecnologia que pode ser usada por vários clientes, a empresa pode aumentar sua infraestrutura para atender a uma base maior de consumidores
- Inovação: diante das dores de diferentes clientes, o negócio pode criar soluções sob medida inovadoras.
Para quem contrata o serviço
As empresas que contratam uma fintech white label também têm a ganhar, seja qual for a finalidade da solução.
Veja alguns benefícios nesses casos:
- Personalização: com os serviços de white label, a empresa pode definir como será a aplicação de sua identidade visual nas soluções financeiras, podendo usar o próprio nome ou criar uma marca unicamente para esses serviços
- Economia: a contratação de uma solução pronta, que já foi testada e é usada por outras empresas no mercado, é mais barata em relação ao desenvolvimento de uma plataforma própria
- Ampliação do portfólio: com as soluções bancárias, o negócio aumenta sua oferta de soluções para o consumidor final
- Aumento na receita: os ganhos com as soluções oferecidas ajudam a garantir um ROI (retorno sobre investimento) positivo, principalmente a longo prazo, com o aumento no número de usuários.
- Foco no core business: como a fintech white label se responsabiliza pelos serviços financeiros, a empresa contratante pode direcionar todos os seus esforços para sua própria atividade-fim.
Para o consumidor
Os consumidores finais também têm a ganhar com o uso de soluções fornecidas por uma fintech white label.
Conheça os benefícios nesse caso:
- Agilidade: seja qual for a empresa contratante, o cliente pode utilizar os serviços financeiros sem precisar sair daquela plataforma que já estava usando para outra finalidade, o que aumenta a agilidade
- Experiência do cliente: uma solução elaborada por uma empresa que tem expertise no assunto tem muito menos chances de apresentar falhas, o que ajuda a satisfazer os consumidores
- Menos taxas: por operarem com estruturas mais otimizadas em relação às instituições financeiras tradicionais, as fintechs em geral conseguem aliviar os encargos cobrados do usuário final
- Confiança na marca: o cliente habituado a consumir produtos ou serviços de determinada empresa tende a confiar mais em soluções com a marca que já conhece.
Para o sistema financeiro em geral
Confira também como as fintechs white label podem contribuir com o mercado financeiro nacional:
- Novas soluções: as fintechs vêm desenvolvendo novas ferramentas que podem movimentar o mercado financeiro, e que em alguns casos são adotadas também por instituições tradicionais
- Expansão do mercado: esse modelo de negócios tem atraído cada vez mais investidores, o que contribui para expandir a atividade com novos players e aumento na demanda
- Democratização: as fintechs white label contribuem com a inclusão financeira da população que ainda não tem conta bancária
- Transformação: o setor vem sendo decisivo para a digitalização dos serviços financeiros em geral.
Desvantagens das fintechs white label
Existem também alguns pontos de atenção que devem ser mencionados quando o assunto é fintech white label.
A empresa que contrata uma solução desse tipo precisa ter em mente que vai depender sempre do fornecedor.
Portanto, não existe autonomia para realizar mudanças ou eventuais manutenções necessárias – é preciso esperar sempre pela fintech.
É preciso lembrar que, embora sejam baixos, os riscos de problemas técnicos ou falhas de segurança ainda existem.
Além disso, dependendo do serviço e da própria empresa fornecedora, pode haver algumas limitações na personalização do serviço.
Também há algumas desvantagens para quem oferece as soluções.
Já as fintechs atuam em um mercado emergente, e que por isso tem uma regulamentação que muda bastante conforme surgem novidades.
Por isso, manter a conformidade com as normas e padrões pode ser desafiador.
Além disso, este mercado tem se mostrado altamente competitivo, com a concorrência cada vez mais acirrada com a entrada de novos players.
Por isso, é preciso estudar bem o mercado antes de apostar nesse segmento, seja para oferecer quanto para contratar esse serviço.
Quanto custa uma solução white label?
Saber o quanto custa a implementação de uma solução financeira white label depende muito do modelo de receita a ser adotado.
Existem muitas variáveis para isso, que dependem de fatores como:
- Natureza do serviço a ser prestado
- Estrutura da fintech
- Possibilidades de investimento da empresa contratante.
Em alguns casos, a empresa pode cobrar uma comissão sobre os valores de receita.
Assim, não é necessário um investimento inicial para o uso do serviço, o que pode ser interessante para negócios que precisam aumentar a receita a curto prazo.
Ou seja, não há um custo de implementação, mas a fintech abocanha parte dos ganhos.
Algumas fintechs também cobram uma taxa mensal de assinatura, no modelo da recorrência.
São formatos semelhantes, com a diferença de que no segundo caso, a empresa paga um valor fixo pela solução.
Outro modelo pode ser a contratação dos serviços a um valor fechado.
Nesse caso, a empresa paga uma taxa de implementação.
Essa alternativa é mais voltada a empresas que têm um poder de investimento considerável e querem garantir mais ganhos no futuro, sem se comprometer com comissões ou mensalidades.
E mesmo nesses casos, é muito difícil estimar valores, já que tudo depende do serviço a ser prestado e das características da empresa contratante, entre outras variáveis.
A empresa que quiser adotar esse formato deve calcular o ROI antes de tomar a decisão de contratar a fintech white label.
Neste cálculo, é preciso realizar uma estimativa dos ganhos que a empresa terá a longo prazo ao aumentar seu portfólio de serviços.
Um erro nesse caso seria considerar apenas a receita imediata, sem levar em conta os ganhos na captação de clientes.
Esses valores precisam ser comparados ao valor a ser pago, para garantir que a iniciativa será eficaz para o negócio.
Exemplos de fintechs white label
Veja agora alguns exemplos de fintechs white label em operação no país e também algumas das empresas que usam esse serviço:
- Movilepay: fintech do grupo Movile, especializado em marketplaces, realiza serviços white label como empréstimos, carteiras digitais e pagamentos via QR Code, sendo responsável pelas soluções bancárias do iFood
- Jazz Tech: desenvolve infraestruturas bancárias para permitir que seus clientes ofereçam soluções financeiras a seus clientes, é responsável pelo Dimo, nome da conta digital oferecida a clientes da fabricante Motorola
- Fintech Magalu: vertical de produtos financeiros da Magazine Luiza, se chamava Hub Pagamentos antes de ser absorvida pela rede varejista. Também é responsável pelas soluções financeiras das lojas e redes de marketplace da empresa
- Zoop: especializada em integrar serviços financeiros em outros negócios, tem entre seus clientes os bancos Nubank e Itaú e o marketplace OLX
- 4all: oferece soluções de pagamentos e BaaS para empresas como Unimed, lojas Lebes e Pizza Hut.
Como escolher uma fintech white label?
Para escolher uma fintech white label, é preciso avaliar a sua confiabilidade e solidez, pois será uma decisão que pode impactar todo o seu negócio.
Isso porque a empresa contratante não tem influência no processo de desenvolvimento do produto white label.
Dessa forma, ela deve ter um controle de qualidade mais rígido e testar o produto antes de repassá-lo aos clientes.
Assim, alguns critérios básicos podem guiar nessa escolha:
- PCI Compliance: certificado obrigatório se segurança para serviços financeiros
- Taxas: compare as taxas cobradas entre as fintechs e o custo-benefício da solução
- Facilidade de implementação: verifique se a API é de fácil integração aos sistemas da sua empresa
- Recursos: faça uma análise da solução completa para cobrar e administrar pagamentos.
Além disso, você pode checar a reputação da empresa por meio de pesquisas online e descobrir se outros clientes estão satisfeitos.
Antes do contrato, peça se é possível realizar um teste gratuito com o produto ou obter uma demonstração, no caso das plataformas.
A Vindi também possui opções white label para você emitir boletos com a marca da sua empresa, e, além disso, temos uma plataforma completa de pagamentos online que você pode customizar com o logotipo e informações da sua empresa.
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Como gerir cobranças e pagamentos de serviços financeiros white label?
A empresa que quiser investir em soluções de fintech white label precisa de um sistema sólido para gerenciar cobranças de várias maneiras diferentes.
Como mostramos no tópico anterior, existem diversos modelos de receita possíveis, e uma das variáveis pode ser o poder de investimento do cliente.
Por isso, é preciso ter uma plataforma robusta para poder dar ao cliente a possibilidade de escolher como quer remunerar seu negócio pelos serviços white label.
A Vindi conta com soluções de cobrança automatizada voltadas a vários tipos de situações.
Somos especialistas em recorrência, com uma plataforma que permite realizar cobranças por diversas formas de pagamento.
Uma das mais eficientes é cartão de crédito na recorrência, em que o cliente só precisa fazer um cadastro para que todas as cobranças sejam realizadas de forma automática sem que uma soma ocupe parte significativa do limite.
Além disso, nossos sistemas de retentativas e renovação automática evitam atrasos.
Nosso sistema também inclui outros métodos, como boleto bancário e Pix, com uma régua de cobranças automática para combater a inadimplência.
Para clientes que preferirem pagar por comissão, nosso split de pagamentos divide automaticamente o valor pago, distribuindo a cada empresa o percentual configurado de todos os pagamentos de clientes.
E se o cliente preferir pagar uma única taxa de implementação, você pode usar nosso intermediador com sistema antifraude incluído.
Junto com todos esses recursos, a Vindi fornece também um painel de indicadores completo para facilitar a gestão de clientes.