A gestão financeira está na base de todo negócio de sucesso, independentemente do seu porte ou segmento de atuação. 

Pode ser em uma clínica de estética, no e-commerce e até em um SaaS.

Trata-se do conjunto de práticas, procedimentos e estratégias que visam administrar os recursos financeiros de forma eficiente. 

No entanto, muitas empresas enfrentam dificuldades por não compreenderem plenamente a importância da gestão financeira. 

A falta de controle e planejamento pode levar a problemas como endividamento excessivo, fluxo de caixa negativo, perda de oportunidades de investimento e até mesmo à falência. 

Como aponta uma pesquisa publicada pela Veja, metade das empresas no Brasil não sobrevivem por mais de 5 anos e uma das razões para isso são as dificuldades causadas por falhas na gestão das finanças.

Por outro lado, empresas que investem nessa área conseguem otimizar recursos, identificar oportunidades de melhoria, reduzir despesas desnecessárias e aumentar a rentabilidade. 

Além disso, uma gestão financeira sólida facilita o acesso a crédito e investimentos externos, fortalece a imagem da empresa perante stakeholders e contribui para a construção de um negócio sustentável a longo prazo.

É disso que vamos falar neste conteúdo que você começa a ler agora. 

Siga em frente e aprenda mais sobre como fazer uma gestão financeira para ter os melhores resultados.

Table of Contents

O que é gestão financeira?

Gestão financeira vai além de números: é sobre planejar, monitorar e ajustar estratégias para garantir a saúde e o crescimento do seu negócio.

Gestão financeira é o conjunto de práticas e estratégias utilizadas para administrar os recursos financeiros de uma organização de forma eficiente. 

Envolve o planejamento, controle e monitoramento das finanças para garantir a saúde econômica, maximizar lucros, minimizar custos e assegurar a sustentabilidade e crescimento do negócio.

Quando feita corretamente, serve para manter as finanças no azul, de modo que a empresa possa continuar suas atividades e prosperar.

A gestão das finanças também se justifica pelo ponto de vista fiscal e contábil, já que há toda uma normativa a ser cumprida nesse quesito.

Não menos importante, é o caminho estratégico para melhorar a eficiência em todos os sentidos, inclusive no operacional.

Para que serve a gestão financeira e qual é o escopo da área?

A gestão financeira serve para mostrar em que rumo está a empresa e o que pode ser feito para melhorar os resultados.

Se uma empresa tem desempenho acima do esperado, uma gestão financeira adequada permite mostrar meios de investir os recursos para escalar o negócio.

Se o cenário é oposto, a organização pode identificar as medidas necessárias para melhorar a situação a partir da análise de indicadores financeiros.

Quais as principais responsabilidades da gestão financeira?

Devido a essa importância, a gestão financeira tem um escopo amplo que inclui diversas funções e responsabilidades essenciais.

Veja as principais:

  • Planejamento: com base nos dados disponíveis, é possível traçar planos e metas de curto e longo prazo e embasar tomadas de decisão importantes para o negócio.
  • Gestão de contas: é uma das principais funções, pois inclui a análise constante, inclusive de cohort, ARR, MRR, NRR, MDR, de entradas e saídas, contas a pagar (passivos) e a receber (ativos), fluxo de caixa, capital de giro, billing, chargeback, além do controle de pagamentos, IPCA, custos e despesas, e gerir a Van (Value Added Network)
  • Gestão de riscos financeiros: inclui o monitoramento de taxas cambiais, juros e diversos fatores externos, como situações políticas e econômicas que possam afetar a área de atuação da companhia
  • Controle de gastos: é a busca por meios de economizar e otimizar custos, desde que não afetem as operações ou contrariem regras fiscais. Faz parte, por exemplo, monitorar as transações financeiras aprovadas e rejeitadas da empresa, assim como o sistema CNAB
  • Relatórios financeiros: elaboração de documentos com dados, KPIs e métricas, como Ebit, breakeven, LTV, ticket médio, burn rate, para uso interno e também para apresentar a acionistas, investidores e órgãos reguladores
  • Financiamento: identificação de possíveis fontes para captar recursos
  • Compliance: significa manter as operações da empresa em conformidade com as obrigações fiscais e regulatórias
  • Gerenciamento e emissão de notas fiscais: principalmente no Brasil, conhecido mundialmente pela sua complexa legislação e regras tributárias.

Além disso, há funções relacionadas à gestão financeira que podem ser limitadas a determinadas áreas de atuação.

Alguns exemplos são o controle de estoque para empresas varejistas, a gestão de inadimplência para negócios e a análise de crédito para instituições financeiras.

Quais os 4 pilares da gestão financeira?

A gestão financeira também pode ser uma metodologia e, como tal, ela se apoia em certos princípios básicos.

Veja na sequência quais são e porque eles podem ser considerados como pilares de sustentação de uma gestão financeira bem-sucedida.

1. Planejar

Gerir é praticamente sinônimo de planejar.

Sendo assim, o planejamento é um pilar na gestão financeira de uma empresa porque é através dele que se faz a alocação de recursos e a antecipação dos desafios econômicos

É também na etapa do planejamento que se traçam as metas para o negócio, assim como é nela que se faz a análise do fluxo de caixa e a projeção de receitas e despesas. 

Entre os objetivos do planejamento financeiro, estão a minimização dos desperdícios, a identificação de oportunidades de investimento e a mitigação de riscos financeiros.

Ao planejar, a empresa estabelece prioridades, garantindo que os recursos sejam direcionados para áreas estratégicas. 

Além disso, o planejamento facilita a tomada de decisão, que passa a ser embasada em dados concretos para dar maior controle e previsibilidade sobre os resultados financeiros.

Outro aspecto a ser destacado é a capacidade que o planejamento traz de adaptação a mudanças no mercado, ajustando as ações conforme necessário. 

2. Controlar

“Potência não é nada sem controle”, já dizia uma antiga propaganda.

No contexto da gestão financeira, o controle é fundamental para acompanhar e direcionar os recursos com inteligência

Ele garante que receitas e despesas sejam monitoradas com clareza, reduzindo riscos de desperdícios ou desvios e promovendo uma visão clara da situação econômica.

Isso sem contar que, por meio do controle financeiro, é possível identificar padrões de consumo, prever necessidades futuras e estabelecer metas realistas

Sem controle, não seria possível avaliar se os recursos estão sendo aplicados de forma alinhada aos objetivos estratégicos de uma empresa ou indivíduo.

Por outro lado, a ausência de controle pode levar a problemas como endividamento, perda de oportunidades e prejuízos de toda ordem. 

3. Analisar

Não se pode compreender a saúde econômica de uma organização e tomar decisões sem um exercício constante de análise

Só assim é possível identificar tendências, avaliar riscos e reconhecer oportunidades para maximizar os recursos disponíveis. 

Esses são alguns dos objetivos das análises voltadas para a gestão financeira.

É o caminho para desenvolver uma visão clara do desempenho de uma atividade, destacando pontos fortes e áreas que necessitam de melhoria. 

A visão analítica desenvolvida ajuda ainda a planejar o futuro, utilizando dados para traçar estratégias alinhadas aos objetivos da organização. 

Também serve como ponto de apoio e referência na alocação de recursos de maneira mais estratégica, garantindo que os investimentos tragam retornos alinhados às expectativas. 

4. Investir

Nenhuma empresa cresce sem investimento. 

Por mais clichê que pareça, boa parte dos negócios no Brasil acabam por enfrentar dificuldades por não saber investir.

Mais do que simplesmente alocar recursos, essa é uma forma de impulsionar a competitividade, fomentar a inovação e criar valor a longo prazo. 

Empresas que priorizam o investimento estratégico conseguem expandir operações, diversificar produtos e serviços ou explorar novas tecnologias.

Por outro lado, essa prática exige planejamento cuidadoso e análise de mercado, já que decisões precipitadas trazem consigo riscos, indo na contramão do que se espera. 

É preciso estabelecer prioridades claras e avaliar o retorno potencial na escolha das melhores oportunidades de investimento.

Empresa que investe seu capital de forma estratégica demonstra aos stakeholders um compromisso com o futuro, fortalecendo a confiança no mercado. 

Assim, investir não é apenas uma decisão prática, mas uma declaração de visão e compromisso com o crescimento contínuo.

Quais os 5 objetivos principais da gestão financeira?

Por ter um escopo amplo, como mostramos acima, a gestão financeira também pode ser direcionada para diferentes finalidades.

Confira a partir de agora cinco objetivos principais.

1. Maximizar os lucros

Com uma administração eficaz do caixa, a empresa pode obter melhores resultados a partir de uma lucratividade maior.

Um exemplo de iniciativa nesse sentido seria a análise da margem de lucro de cada solução comercializada.

Além disso, adotar novas metodologias ou modernizar os equipamentos podem garantir mais ganhos a médio prazo.

O acompanhamento de dados sobre eventuais aumentos nos custos com matérias-primas ou serviços necessários para as operações pode levar a decisões como:

  • Busca por alternativas mais baratas
  • Reajustes para repassar esses custos ao consumidor.

As estratégias de precificação também precisam ser constantemente avaliadas, para buscar a competitividade sem deixar o lucro de lado.

2. Acompanhar liquidez e fluxo de caixa

É preciso fazer um acompanhamento constante para se certificar de que a empresa mantém a capacidade de cumprir todas as suas obrigações financeiras.

Um fluxo de caixa saudável é aquele acompanhado diariamente, com previsões de curto prazo para garantir a disponibilidade de recursos em caixa.

Para evitar déficits, também é importante realizar um monitoramento constante das contas a receber e a pagar.

Para cumprir esse objetivo, é importante analisar também quatro indicadores de liquidez:

  • Liquidez corrente: mostra a capacidade de um negócio de honrar seus compromissos no curto prazo
  • Liquidez seca: semelhante à corrente, mas sem considerar o estoque
  • Liquidez imediata: mostra o valor disponível em curto prazo, indicando se é possível arcar com despesas emergenciais
  • Liquidez geral: aponta a capacidade financeira da organização em médio e longo prazo.

O aumento desses indicadores é um bom sinal para a companhia.

3. Garantir o compliance

A gestão financeira também tem entre seus objetivos garantir a conformidade com todos os regulamentos estaduais e federais vigentes.

Isso inclui as regras específicas do setor em que a organização atua.

Por exemplo, instituições financeiras precisam estar de acordo com normas bancárias, e há também regulamentos para setores como geração de energia, saúde e alimentação.

Sempre que há alguma mudança em leis fiscais e regulatórias, é preciso se adaptar dentro do prazo previsto e treinar as equipes.

Deixar de seguir as normas de compliance pode render sérias complicações ao negócio e seus administradores.

4. Desenvolver cenários financeiros

A administração de uma empresa precisa estar sempre pronta para enfrentar situações diversas, seja para superar obstáculos ou aproveitar bem um quadro positivo.

Por isso, é importante elaborar possíveis cenários com base na situação da empresa, dados históricos e projeções futuras.

Essas projeções podem incluir fatores como:

  • Surgimento de um concorrente forte ou fusão entre competidores
  • Cenários ou fatos políticos internacionais, que impactem na aquisição de alguma matéria prima
  • Decisões políticas nacionais, como aumentos de impostos, cálculos sobre impostos (ex: Difal) mudanças em leis e regulamentações e alterações de acordos comerciais
  • Cenários de instabilidade, como eleições tumultuadas ou protestos.

A previsão desses cenários possibilita a adoção das medidas adequadas com rapidez.

5. Gerenciar relacionamentos

Os investidores e membros do conselho de administração têm interesse constante em saber se o negócio está sendo bem administrado.

Por isso, a relação entre eles e os gestores e líderes de uma empresa precisa ser eficiente e transparente.

É importante realizar reuniões regularmente para apresentar relatórios com indicadores que ilustrem a saúde financeira do negócio e acompanhar índices e métricas relevantes.

Esses encontros também podem servir para estabelecer e acompanhar metas e expectativas a serem cumpridas pelos colaboradores.

Quais os principais erros para evitar na gestão financeira?

Existem vários erros a serem evitados para se alcançar uma boa gestão financeira.

Confira agora os principais:

Deixar de registrar todas as entradas e saídas

  • Por que isso ocorre: embora o registro de todas as entradas e saídas seja comum, alguns administradores podem deixar de inserir pequenas transações, por acharem irrelevantes para o fluxo de caixa
  • Qual é o impacto: o saldo bancário não vai ficar de acordo com os registros nos livros contábeis da empresa, o que pode provocar problemas no orçamento e irregularidades na contabilidade
  • Como evitar: é preciso realizar um controle rígido, seja usando a conciliação financeira ou não, que inclua todas as entradas e saídas, incluindo gastos aparentemente inexpressivos como compra de materiais de escritório e despesas com alimentação.

Deixar de lado as análise de desempenho

  • Por que isso ocorre: alguns gestores podem deixar de lado a análise de indicadores que ajudem a apontar se os resultados almejados estão sendo alcançados e se o negócio está crescendo e gerando lucro
  • Qual é o impacto: a empresa deixa de crescer, pois não há uma definição clara do que é necessário para melhorar o desempenho, e não identifica eventuais necessidades de otimizar recursos
  • Como evitar o problema: definir uma periodicidade para acompanhar as métricas relevantes para as metas da empresa e adotar um sistema de gestão financeira.

Não atualizar relatórios e documentos

  • Por que isso ocorre: empreendedores com uma rotina atribulada podem deixar de inserir dados nos documentos e relatórios que fazem parte da gestão financeira da empresa
  • Qual é o impacto: além de fazer escolhas erradas por não usar dados como base, o gestor deixa de perceber alguma falha ou oportunidade de melhoria nos processos
  • Como evitar o problema: separar um tempo na agenda para atualizar todos os documentos ou adotar uma solução automatizada que forneça relatórios com métricas relevantes para a empresa.

Misturar finanças pessoais e profissionais

  • Por que isso ocorre: alguns pequenos empreendedores que estão começando podem retirar dinheiro do caixa da empresa para uso pessoal
  • Qual é o impacto: essa prática causa uma desorganização no fluxo de caixa do negócio, prejudica o capital de giro e a capacidade de investimento e de crescimento da empresa
  • Como evitar o problema: criando uma conta bancária para pessoa jurídica no nome da empresa e definindo um pró-labore, ou seja, o valor que a empresa vai repassar ao empreendedor, como se fosse a retirada do seu salário.

Não levar em conta o capital de giro

  • Por que isso ocorre: alguns gestores observam metas de médio e longo prazo, principalmente por terem bastante tempo disponível, mas acabam esquecendo de garantir o cumprimento das obrigações imediatas
  • Qual é o impacto: a empresa corre o risco de precisar retirar verba de outros investimentos para poder continuar operando. Em último caso, o funcionamento pode ficar inviabilizado por falta de verba
  • Como evitar o problema: evitando negociações com prazo muito longos e observando diariamente o valor disponível em caixa.

Um bom controle financeiro ajuda a evitar surpresas, melhorar decisões e garantir que sua empresa esteja preparada para desafios e oportunidades.

Quais são os principais riscos relacionados à gestão financeira?

Cuidar da gestão financeira não é de forma alguma “contar migalhas”.

Na verdade, essa é a única maneira que uma empresa tem de garantir que terá reservas suficientes para cobrir seus custos operacionais e ainda sobrar capital de giro no fim do mês.

Sem isso, o negócio se coloca em uma posição arriscada, na qual a incerteza predomina.

Tanto que existem pelo menos quatro riscos relacionados diretamente à falta de controle sobre as finanças. Conheça a seguir.

Risco estratégico

O risco estratégico surge quando a gestão financeira de uma organização não está alinhada com seus objetivos de longo prazo, afetando diretamente sua competitividade e sustentabilidade. 

Esse tipo de risco reflete a possibilidade de a empresa tomar decisões financeiras que não suportem suas estratégias de mercado, inovação ou expansão. 

Sem uma gestão financeira sólida, é comum que os recursos sejam alocados de forma inadequada, resultando em investimentos mal planejados, subaproveitamento de oportunidades ou incapacidade de responder a mudanças no ambiente externo.

Uma empresa que não considera suas limitações financeiras ao diversificar seu portfólio pode enfrentar problemas de liquidez, comprometendo suas operações. 

Potencializam-se as falhas na gestão, que podem levar ao endividamento excessivo, reduzindo a capacidade de a empresa se adaptar a novas tendências ou enfrentar crises. 

O risco estratégico também se materializa na falta de previsões financeiras e de monitoramento, amplificando a ameaça gerada por decisões incompatíveis com as metas estratégicas.

Para mitigar esse tipo de risco, é fundamental integrar a gestão financeira ao processo de planejamento estratégico

Nesse contexto, é preciso fazer uma análise contínua do mercado, bem como dos seus riscos e benefícios. 

Só assim é possível alinhar recursos financeiros e objetivos estratégicos, fortalecendo a resiliência, que é capacidade de resistir aos momentos difíceis sem perder as metas de vista.

Risco financeiro ou de crédito

Já o risco financeiro, também conhecido como risco de crédito, é a possibilidade de uma empresa enfrentar dificuldades para cumprir suas obrigações financeiras devido a problemas de liquidez, endividamento excessivo ou inadimplência de clientes e parceiros. 

Esse tipo de risco pode comprometer a estabilidade operacional e a reputação da organização, além de limitar sua capacidade de obter novos financiamentos ou negociar prazos com fornecedores.

As empresas expostas ao risco financeiro frequentemente enfrentam desafios na gestão de fluxos de caixa, o que pode levar ao atraso em pagamentos, aumento de custos com juros e até falência em casos extremos. 

É o que acontece quando se concede crédito sem uma análise rigorosa da capacidade de pagamento do cliente, o que no longo prazo pode gerar perdas difíceis de reparar.

Por isso, para mitigar o risco financeiro, é preciso adotar práticas rigorosas de gestão, como a avaliação criteriosa do perfil de crédito dos clientes, a diversificação das fontes de receita e o monitoramento contínuo dos índices de endividamento. 

Vale ainda manter uma reserva financeira e negociar condições contratuais claras visando reduzir a exposição a esse risco.

Risco operacional

Existe ainda o risco operacional, no qual a possibilidade de perdas financeiras decorre de falhas em processos internos, sistemas, infraestrutura ou devido a fatores externos, como desastres naturais e eventos inesperados. 

Esse risco está presente em todas as operações empresariais e pode se manifestar de várias formas, como erros humanos, fraudes, interrupções tecnológicas e ineficiências nos processos.

Nas empresas com processos internos mal desenhados, é muito maior o risco de inconsistências ou atrasos em suas rotinas.

Para minimizar o risco operacional, é fundamental implementar controles internos, investir em treinamento contínuo para a equipe e adotar tecnologias que automatizem e otimizem processos. 

Dependendo do segmento em que a empresa atua, vale investir na criação de planos de contingência e a realização de auditorias regulares que permitam identificar vulnerabilidades e agir proativamente para corrigi-las.

Risco de mercado

Não é por acaso que a análise SWOT se dedica a analisar as ameaças que vêm de fora.

Ela serve justamente para evitar o risco de mercado, que consiste na possibilidade de uma empresa sofrer perdas financeiras devido a flutuações nos preços em seu setor, como taxas de câmbio, juros, ações ou commodities. 

Esse tipo de risco é amplamente influenciado por fatores externos, muitas vezes imprevisíveis, que afetam tanto os custos operacionais quanto as receitas. 

Por ser inerente à exposição da empresa ao ambiente econômico global, ele exige monitoramento constante e estratégias de mitigação específicas.

Uma alta repentina nos preços das matérias-primas pode elevar significativamente os custos de produção, enquanto oscilações cambiais podem reduzir a rentabilidade em operações internacionais. 

Esses são apenas alguns dos muitos riscos que o mercado pode gerar quando deixa de ser monitorado.

Por isso, para lidar com esse tipo de risco, é necessário implementar ferramentas que blindem a empresa contra suas oscilações. 

Uma delas é o chamado hedge financeiro, usado para proteger contra mudanças nos preços, além de ser uma forma de diversificar investimentos e fontes de receita. 

Como fazer uma boa gestão financeira na prática? 10 dicas

Confira a partir de agora dez boas práticas de gestão financeira que devem ser implementadas o quanto antes na sua empresa.

1. Criar e controlar o orçamento

  • Como fazer: elabore um planejamento detalhado das atividades que leve em consideração a receita, os custos, as despesas fixas e as despesas variáveis do negócio, além de separar um valor para reserva de emergência
  • Qual é o impacto na gestão: permite que a empresa opere com eficiência dentro de suas possibilidades, controlando gastos e evitando desperdícios.

2. Monitorar o fluxo de caixa

  • Como fazer: a cada dia, anote em uma planilha ou em um sistema de gestão financeira todas as entradas e saídas, desde pequenas compras até grandes transações, mantendo sempre seus registros bem atualizados
  • Qual é o impacto na gestão: você poderá usar esses dados como base para possíveis decisões, identificar gargalos em sua operação e problemas de liquidez, além de aproveitar oportunidades de investimentos e melhorias.

3. Buscar novas fontes de receita

  • Como fazer: procure formas de aproveitar a estrutura do seu negócio e a relação com o seu público-alvo para oferecer novas soluções, explorando novos mercados e buscando formas diferentes de aumentar o faturamento do seu negócio
  • Qual é o impacto na gestão: essa prática evita que o negócio seja dependente de uma única atividade, evitando a perda de receita em cenários desfavoráveis e aumentando a estabilidade financeira.

4. Perseguir a redução de gastos

  • Como fazer: procure conhecer bem todos os aspectos da operação da sua empresa, incluindo equipamentos, despesas com pessoal, processos e eventuais terceirizações, e busque todas as alternativas possíveis para garantir que seu negócio siga funcionando da mesma forma, mas com menos gastos
  • Qual é o impacto na gestão: melhora a margem de lucro das soluções oferecidas, a rentabilidade do negócio e a própria eficiência da empresa, além de tornar o negócio mais atrativo para eventuais investidores.

5. Acompanhar indicadores financeiros

  • Como fazer: escolha as principais métricas e indicadores-chave de desempenho de acordo com as características da sua empresa e faça um acompanhamento constante para analisar a saúde financeira do negócio, seja manualmente em uma planilha ou usando um software automatizado
  • Qual é o impacto na gestão: os dados presentes no acompanhamento ajudarão você a tomar as melhores decisões para o seu negócio, além de identificar problemas e oportunidades de otimizar processos que, aliás, podem ser geridos de maneira integrada.

6. Treinar suas equipes

  • Como fazer: invista em palestras, cursos e outros treinamentos para você e seus colaboradores, com conteúdos voltados à contabilidade e à educação financeira empresarial
  • Qual é o impacto na gestão: garante a capacitação necessária para acompanhar as finanças e tomar decisões mais eficientes.

7. Observar oportunidades de investir

  • Como fazer: fique por dentro de todo o cenário da área de atuação do seu negócio para analisar todas as oportunidades de investimento considerando os riscos, o retorno e o alinhamento aos objetivos da sua empresa
  • Qual é o impacto na gestão: com bons investimentos, é possível escalar o negócio e aumentar sua rentabilidade a longo prazo.

8. Garantir o compliance

  • Como fazer: preste atenção às regulamentações para empresas, incluindo aquelas que só valem para o seu segmento, e destaque um colaborador ou contrate uma consultoria externa garantir a conformidade da empresa com todas elas
  • Qual é o impacto na gestão: evita complicações como multas e outras penalidades e melhora a reputação da empresa.

9. Estabeleça metas

  • Como fazer: as metas devem seguir o método SMART (específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais). Também é importante desdobrá-las em etapas menores, facilitando o acompanhamento e o ajuste contínuo. Para garantir o sucesso, as pessoas devem estar continuamente envolvidas no processo e utilizar ferramentas como planilhas, softwares de gestão financeira ou relatórios periódicos para monitorar os resultados
  • Qual o impacto na gestão: as metas financeiras funcionam como um guia estratégico, promovendo uma visão clara e objetiva dos resultados esperados. Elas orientam a alocação de recursos em todos os níveis. No longo prazo, essa prática melhora a saúde financeira da empresa, possibilita o crescimento sustentável e aumenta a confiança de investidores e stakeholders no negócio.

10. Use a tecnologia e automação ao seu favor

  • Como fazer: a tecnologia e a automação podem ser integradas à gestão financeira por meio de ferramentas específicas, como softwares de contabilidade, plataformas de gestão empresarial (ERPs) e sistemas de inteligência artificial. Essas soluções permitem centralizar e automatizar tarefas como controle de fluxo de caixa, emissão de relatórios, conciliação bancária e análise de indicadores financeiros
  • Qual o impacto na gestão: a automação financeira reduz significativamente o tempo gasto em tarefas repetitivas, permitindo que gestores concentrem esforços em atividades estratégicas. Além disso, a precisão dos dados gerados por sistemas automatizados aumenta a confiabilidade das análises financeiras, reduzindo riscos operacionais e de decisões baseadas em informações incompletas ou incorretas.

Exemplo prático de gestão financeira em uma empresa

Nada melhor do que um exemplo prático para entender mais a fundo como a gestão financeira funciona. 

Vamos ver a seguir como fazer, dividindo-o em seis etapas fundamentais.

1. Ideia

Uma empresa de comércio eletrônico deseja expandir suas operações, incluindo uma nova linha de produtos sustentáveis para atender à crescente demanda por itens ecológicos. 

A ideia é usar um investimento inicial para adquirir estoques, ajustar a logística e promover os novos produtos.

2. Planejamento

A equipe financeira analisa a viabilidade do projeto e elabora um plano detalhado. O orçamento estimado é dividido em:

  • 50% para compra de estoque inicial
  • 30% para marketing digital (redes sociais, anúncios, SEO)
  • 20% para ajustes na logística e plataforma.

Também é feita uma projeção de receitas, considerando o tempo necessário para o retorno do investimento e identificando possíveis riscos, como atraso no fornecimento ou variações nos custos.

3. Execução

A empresa aloca o capital conforme planejado, firmando parcerias com fornecedores de produtos sustentáveis. 

Ao mesmo tempo, são feitas campanhas publicitárias para aumentar a visibilidade da nova linha. 

Internamente, a logística é ajustada para garantir entregas rápidas e a plataforma é otimizada para destacar os novos produtos.

4. Resultados

Nos primeiros três meses, as vendas da nova linha apresentam crescimento consistente, embora abaixo da meta inicial. 

O feedback dos clientes destaca a qualidade dos produtos, mas aponta problemas no custo do frete.

5. Decisão

Diante dos resultados, a equipe analisa os dados e decide aumentar os esforços em marketing direcionado para áreas geográficas com maior demanda.

Também opta por renegociar condições com transportadoras para reduzir o custo do frete e torná-lo mais competitivo.

6. Ajustes

A empresa implementa as mudanças e, nos meses seguintes, observa um crescimento expressivo nas vendas. 

São feitos novos cálculos nas margens de lucro, que são reajustadas com o corte nos custos logísticos. 

Qual a relação entre gestão financeira e fechamento financeiro?

A gestão financeira e o fechamento financeiro estão interligados.

Afinal, o fechamento financeiro é uma das etapas dentro do ciclo de gestão financeira. 

Enquanto a gestão financeira engloba o planejamento, controle e monitoramento dos recursos da empresa para alcançar objetivos estratégicos, o fechamento financeiro foca na consolidação e análise periódica dos dados, geralmente ao final de cada mês, trimestre ou ano.

É nessa etapa que a gestão apura informações detalhadas sobre receitas, despesas e desempenho financeiro, permitindo que se identifiquem desvios, avalie a execução do orçamento e tome decisões.

4 livros sobre gestão financeira para você se inspirar

Para ajudar você a ampliar os conhecimentos sobre o tema, separamos quatro livros de gestão financeira para você fazer pesquisas básicas e avançadas.

1. Inteligência Financeira na Empresa (John Case, Karen Berman e Joe Knight)

O livro Inteligência Financeira na Empresa é bom para quem quer começar com o básico do financeiro.

Com ele, você vai entender conceitos da medição financeira, dados técnicos, cálculo de índices, capital de giro, markup, caixa, lucro, pro rata, TPV, cashback, desempenho profissional e muito mais.

Sem ser puramente matemático, o livro traz diversas histórias para o leitor.

2. A Arte da Guerra (Sun Tzu)

A Arte da Guerra é um livro sobre estratégia, que faz uma analogia das táticas de guerra com o mercado e a competitividade.

Com essa leitura, você vai aprender a planejar, analisar e organizar as finanças do seu negócio dentro de um cenário competitivo.

3. Finanças Estratégias de Negócios para Empreendedores (Steven Rogers)

Finanças e Estratégias de Negócios para Empreendedores é um livro fundamental para iniciantes que ensina a analisar o próprio perfil financeiro para guiar a trajetória do empreendedor e impulsionar seu começo.

4. Gigantes da estratégia (Michael A. Cusumano e David B. Yoffie)

Gigantes da estratégia é um livro para inspirar: conheça como os maiores nomes da tecnologia nas últimas décadas, como Steve Jobs, Andy Grove e Bill Gates usaram as melhores estratégias para empreender dentro do mercado de tecnologia.

Como um sistema de pagamentos ajuda a gestão financeira das empresas?

Com uma gestão financeira bem estruturada, você identifica gastos desnecessários, controla fluxo de caixa e mantém seu negócio no caminho certo.

Adotar um bom sistema de gestão de pagamentos e recebimentos significa dar um passo importante para uma gestão financeira eficiente.

Afinal, uma plataforma completa é capaz de fornecer as principais métricas para cada empresa por meio de um painel de indicadores.

A cada cobrança, são gerados dados que poderão abastecer diversos relatórios, agrupados de diferentes maneiras.

Portanto, esta é uma forma de acompanhar o desempenho do negócio conforme as principais métricas sem precisar preencher planilhas.

E como um sistema de gestão financeira pode ajudar sua empresa?

Um sistema de gestão financeira é uma ferramenta indispensável para empresas que buscam eficiência, precisão e controle no gerenciamento de suas finanças. 

Ele centraliza e automatiza processos como controle de fluxo de caixa, cobrança, planejamento orçamentário, emissão de relatórios e monitoramento de metas financeiras, otimizando o uso dos recursos. 

A integração com sistemas de pagamento potencializa ainda mais os benefícios, dando mais agilidade à gestão nas duas frentes.

Ao conectar sistemas de pagamento ao sistema de gestão financeira, é possível automatizar a entrada e categorização de transações, eliminando erros manuais e economizando tempo. 

Os pagamentos recebidos por plataformas digitais podem ser automaticamente registrados e reconciliados, garantindo informações financeiras atualizadas em tempo real. 

É possível ainda fazer a automação de pagamentos recorrentes, como fornecedores ou assinaturas, reduzindo atrasos e melhorando o relacionamento com parceiros de negócio.

Essa integração também facilita a análise do desempenho financeiro, permitindo que gestores identifiquem rapidamente gargalos e tendências. 

A visão consolidada de receitas, despesas e projeções ainda ajuda na tomada de decisões estratégicas, como investimentos ou cortes de custos.

Agora que sabe tudo sobre gestão financeira, tenha o parceiro certo para a sua empresa decolar!

A plataforma da Vindi conta com um dashboard completo e opções para emitir vários tipos de relatórios, possibilitando acompanhar o desempenho do seu negócio.

Além disso, você pode aumentar a produtividade do seu setor financeiro com nossos recursos automatizados de combate à inadimplência.

Se você quiser garantir eficiência e análise constante de indicadores, conheça a Vindi!

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