Já ouviu falar da Peloton, um dos maiores cases de sucesso do mundo fitness da atualidade?
Essa empresa virou febre nos EUA ao oferecer bicicletas e esteiras ergométricas combinadas a um app de treinamentos online completo.
Durante a pandemia de coronavírus, quando as academias foram obrigadas a fechar as portas, as soluções da Peloton explodiram no mundo todo, pois permitiram que os consumidores continuassem a se exercitar em casa.
No entanto, a empresa também enfrentou grandes dificuldades com a reabertura da economia, uma vez que os consumidores vêm retornando gradativamente às atividades presenciais em academias.
Neste artigo, vamos entender por que a Peloton fez tanto sucesso com seu modelo de negócio, quais são seus desafios atuais e o que você pode aprender com esse case.
Siga a leitura e inspire-se na história dessa empresa para ter sucesso no mercado fitness.
Peloton: o que é?
Peloton é uma empresa estadunidense que combina a venda de aparelhos ergométricos (bicicletas e esteiras) com um serviço de streaming de conteúdo fitness.
O negócio ficou famoso em 2020, quando a pandemia de covid-19 levou ao fechamento das academias e as pessoas passaram a buscar alternativas para se exercitar em casa.
De olho nessa oportunidade, a Peloton criou uma bicicleta ergométrica acompanhada de uma tela, na qual o consumidor pode acompanhar os conteúdos de exercícios do app da empresa e participar de aulas coletivas com outros usuários ao redor do mundo.
(Fonte: Peloton/Reprodução)
Devido a esse modelo de negócio inovador, a empresa ficou conhecida como “Netflix de exercícios”.
Com milhares de aulas gravadas e disponibilizadas no aplicativo, é possível fazer os mais diversos treinos em casa, em categorias como corrida, ciclismo, musculação, ioga, meditação, caminhada e pilates.
É possível utilizar somente o app da empresa, mas a experiência completa se dá com a bicicleta ou esteira da marca, que permite a conexão com outros usuários.
Histórico da empresa
A Peloton Interactive Inc. foi fundada em janeiro de 2012, em Nova York, nos Estados Unidos, pelo executivo John Foley e seu colega Tom Cortese.
A ideia por trás do negócio era viabilizar a experiência de um treino de ciclismo em casa, com uso da tecnologia.
Inicialmente, os fundadores conseguiram um aporte de US$ 400 mil, em fevereiro de 2012, e outro de US$ 3,5 milhões, em dezembro do mesmo ano.
Com esses recursos, lançaram a primeira bicicleta ergométrica da marca em 2014.
Já a famosa tela que acompanha o equipamento foi lançada em 2018 e tinha 32 polegadas, com touchscreen e um sistema de som próprio.
Em 2019, a Peloton fez seu IPO (Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial) na bolsa de valores norte-americana, captando mais de US$ 1,16 bilhão.
Com a chegada da covid-19, em 2020, a empresa teve uma alta histórica de vendas que culminou em um valor de mercado de US$ 52 bilhões em 2021.
Durante o período, a demanda foi tão alta que a empresa teve problemas de logística e atrasou diversos pedidos de clientes, tendo que implementar um plano emergencial para dar conta das entregas.
No entanto, com a diminuição gradual dos casos graves de coronavírus, com o avanço da vacinação e a reabertura do mercado, a Peloton teve uma queda expressiva nas vendas e chegou ao valor de mercado de US$ 8 bilhões em 2022.
A Peloton no Brasil
No Brasil, a Peloton ficou conhecida pelo aplicativo, já que os equipamentos não chegaram a ser vendidos no país.
Atualmente, a empresa distribui produtos e serviços para os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha e Austrália.
Por aqui, a plataforma foi anunciada como “o app de treinamento indoor que virou febre nos EUA”.
No Google Play, é possível ver várias avaliações de usuários brasileiros a respeito do aplicativo.
De modo geral, o app é considerado de qualidade, com vantagens como aulas ao vivo, diversidade de modalidades e personalização de treinos.
O que a Peloton oferece?
Estes são os produtos e serviços que a Peloton oferece atualmente:
- App Peloton: aplicativo que pode ser usado por qualquer pessoa por uma assinatura de US$ 12,99 ao mês
- Peloton All-Access: plataforma exclusiva para consumidores que adquirem um dos aparelhos da marca, com assinatura obrigatória de US$ 39 por mês e acesso livre a todas as aulas e transmissões ao vivo. Permite a participação em atividades coletivas com outros usuários, inclusive em competições
- Bike: bicicleta ergométrica padrão da Peloton, com tela fixa de 21,5”, processador Quad-Core 2.0 GHz, 2 GB de memória RAM e 16 GB de armazenamento, além de câmera frontal de 5 MP, sistemas de alto-falantes estéreo, entrada USB, entrada de fones de 3,5 mm, conectividade Wi-Fi, Bluetooth 4.0, ANT+ e Ethernet
- Bike +: bicicleta ergométrica modelo premium da Peloton com tela rotatória de 23,8″, processador Octa-core de 2,5 GHz, 4 GB de memória RAM e 16 GB de armazenamento. Além disso, conta com câmera frontal de 8 MP com capa de privacidade, alto-falantes estéreos frontais e woofers traseiros
- Peloton Thread: esteira ergométrica da Peloton com tela fixa de 23,8″, processador Octa-Core de 2,5 GHz, 4 GB de memória RAM e 16 GB de armazenamento. Similar a Bike e Bike+, a esteira também tem uma câmera de 5 MP, alto-falantes estéreos frontais e woofers traseiros
- Acessórios: para complementar os treinos em casa, a Peloton oferece halteres, calçados de ciclismo, pulseiras inteligentes, fones de ouvido, tapetes de exercícios, elásticos de exercícios, monitores cardíacos, blocos de yoga, squeezes, pedais e outros acessórios
- Roupas: a Peloton também entrou para o mercado de moda fitness e hoje oferece tops, camisetas, bermudas, leggings, saias, shorts, bonés e outras peças com o logotipo da marca.
Como funciona a Peloton
Como vimos, a Peloton oferece a solução de streaming de exercícios físicos combinada aos aparelhos ergométricos.
No entanto, é possível utilizar apenas o app, sem precisar adquirir um dos equipamentos da marca para ter acesso aos treinos.
Nele, é possível encontrar milhares de aulas ministradas pelos instrutores da Peloton de mais de 10 categorias de exercícios, além de acompanhar métricas em tempo real, compartilhar dados com seus amigos, alcançar objetivos e desbloquear conquistas.
Nos EUA, os maiores concorrentes da Peloton são as startups Mirror, outra nova-iorquina que faz o streaming de aulas por meio de um espelho vertical e captou US$ 40 milhões em investimentos, e Tonal, californiana que instala um equipamento de fitness focado em musculação e captou US$ 90 milhões.
(Fonte: Peloton/Reprodução)
Crescimento da Peloton na pandemia
Durante a pandemia de covid-19, a Peloton foi um grande fenômeno de vendas nos EUA.
Ao final de 2020, conforme esta matéria (em inglês), a empresa aumentou em 172% suas vendas e contabilizou mais de 1 milhão de assinantes em sua plataforma.
No mesmo ano, as ações da empresa dispararam em 220%, atraindo a atenção de investidores para um negócio de altíssimo potencial em tempos de isolamento social.
A explicação é óbvia: impossibilitados de ir até a academia devido às medidas de restrição contra a covid-19, os consumidores buscaram alternativas para manter a rotina de exercícios em casa.
Logo, a Peloton ofereceu a solução ideal, que combina a atividade aeróbica em esteiras e bicicletas com um programa de treinamento completo acessível em um aplicativo.
Além disso, a grande sacada foi a instalação da tela nos equipamentos para um acompanhamento mais dinâmico e interativo das aulas.
Crise na Peloton e a retirada de produtos do mercado
No entanto, como era esperado, as vendas da Peloton começaram a cair à medida que a pandemia enfraqueceu e a reabertura do mercado possibilitou o retorno às atividades presenciais.
Como resultado, as ações da empresa caíram mais de 80% desde sua máxima histórica em 2021.
Além da queda natural na procura pelos produtos e serviços devido ao afrouxamento das medidas restritivas, a Peloton também enfrentou denúncias de consumidores que sofreram acidentes com seus aparelhos.
Em 2021, duas das esteiras mais vendidas pela empresa foram retiradas do mercado após relatos de várias crianças feridas, com um caso resultando até mesmo em morte, conforme informado na revista Exame.
A Peloton também teve de recolher os pedais de cerca de 27 mil bicicletas depois que surgiram ainda mais reclamações de lesões, cinco das quais exigiram pontos ou outros cuidados médicos.
Recentemente, as ações da empresa ficaram abaixo de US$ 30 depois que a emissora americana CNBC noticiou que a companhia havia contratado a consultoria McKinsey para revisar a estrutura de custos – o que significa que podem ser feitos cortes e aumentos nos preços dos serviços.
Em 2021, a Peloton fechou o ano com prejuízo de US$ 359,7 milhões, contra uma perda de US$ 68,9 em 2020.
Recuperação da Peloton passa pela Amazon?
A salvação da Peloton parece estar no recente interesse da gigante Amazon em adquirir a empresa.
Logo após o anúncio da sondagem, as ações da empresa saltaram cerca de 30% no after hours da Nasdaq.
Além da Amazon, outra gigante que sinalizou interesse na compra da Peloton foi a Nike.
No entanto, até agora não houve nenhum pronunciamento das duas empresas a respeito de uma possível negociação.
Ao que tudo indica, Foley não está disposto a vender a empresa, e possui 80% do poder de voto dentro da companhia.
De qualquer forma, uma possível aquisição da Amazon seria uma estratégia importante para promover a recuperação do negócio e até uma possível reestruturação para voltar a ser competitivo no pós-pandemia.
O case Peloton em recorrência, tecnologia e fitness
Mesmo tendo seus altos e baixos, a Peloton é um case de sucesso importante para o mercado da recorrência, tecnologia e fitness.
A empresa conseguiu estruturar um modelo de negócio lucrativo e transformar uma grande crise global em uma oportunidade de expansão.
Mesmo antes da pandemia, a empresa já vinha crescendo, o que mostra que há demanda para soluções tecnológicas que permitem transformar qualquer cômodo da casa em uma academia.
Além disso, a Peloton se destaca por combinar dois modelos comerciais: o de vendas pontuais, com a comercialização dos equipamentos, e o da recorrência, com as assinaturas do app.
Mesmo o público que não adquire os aparelhos ergométricos pode optar pelo plano do aplicativo.
Dessa forma, a Peloton garante receita recorrente para seu negócio por meio da tecnologia, ao mesmo tempo em que investe na comercialização de equipamentos fitness.
(Fonte: Peloton/Reprodução)
O grande desafio que a empresa ainda não sabe como superar é a queda de vendas após o fim da pandemia, que já era prevista pelos seus executivos, mas não nas proporções com que vem ocorrendo.
Para continuar crescendo nesse período, a Peloton terá que readequar seu modelo de negócio às novas necessidades dos consumidores.
Além disso, terá que investir na fidelização de seus clientes, de modo a reter mais consumidores e garantir a receita necessária para investir em seu crescimento.
Como a Vindi pode ajudar negócios recorrentes e fitness
Um dos caminhos para a recuperação da Peloton pode ser a automatização do processo de cobrança, gestão financeira e combate à inadimplência.
Com a plataforma da Vindi, negócios digitais e fitness podem criar réguas de cobrança personalizadas e oferecer diversos meios de pagamento aos clientes (inclusive, débito automático no cartão de crédito sem comprometer o limite).
Além disso, o sistema oferece recursos de recuperação de inadimplência inovadores, como o Renova Vindi, a Retentativa Inteligente e a Retentativa com troca de adquirente.
Para completar, é possível gerenciar as assinaturas pelo software e fazer todo o controle financeiro, com visão completa dos pagamentos e recebimentos da empresa.
Então, se você quer seguir o modelo da Peloton e lucrar com a recorrência no mercado fitness, a Vindi pode ajudar com a construção de um modelo de negócio vencedor.