A taxa Selic é o principal indicador financeiro da economia brasileira.
É chamada de taxa básica de juros, pois serve como base para cálculos de percentuais utilizados em diversas operações.
Quanto mais baixa, menores são os encargos cobrados pelo crédito e os ganhos de investidores.
Por isso, fica mais difícil contrair empréstimos e financiamentos quando a taxa se encontra elevada.
Porém, às vezes, esse aumento é estratégico para evitar que a inflação fique descontrolada, como já aconteceu em outras épocas da história do Brasil.
Então, o grande desafio dos gestores públicos é manter o índice em equilíbrio, de modo a evitar o descontrole dos preços sem prejudicar a economia.
Para entender melhor o que é a taxa Selic, sua finalidade e seus impactos na economia, acompanhe este artigo completo sobre o assunto.
O que é a taxa Selic?
Taxa Selic é o indicador usado como base para a definição dos juros cobrados no país.
Isso significa que em qualquer operação de crédito, como empréstimos e financiamentos, o credor vai definir seus juros de acordo com esse percentual, embora considere outras variáveis também.
Além disso, a taxa também define quanto os investidores poderão ganhar com o rendimento dos valores aplicados em determinadas modalidades.
Selic significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, uma infraestrutura administrada pelo Banco Central do Brasil (Bacen).
Nela, o Banco Central realiza um alto volume de negociações de títulos públicos com instituições financeiras.
Essas movimentações têm vencimento em apenas um dia e, dependendo da necessidade, podem servir para injetar valores na economia ou retirar dinheiro de movimentação.
A cada dia, é apurada uma média desses valores, chamada de Selic Efetiva.
O objetivo do Banco Central com todas essas microoperações é controlar a inflação, evitando que os preços aumentem demais.
Para isso, é preciso aproximar a Selic Efetiva o máximo possível de outro indicador importante: a Selic Meta.
Você já deve ter ouvido falar dessa taxa, que é definida em reuniões periódicas e bastante mencionada nos noticiários econômicos.
Ainda neste conteúdo vamos explicar melhor como essa referência é estabelecida. Mas, primeiro, entenda como a taxa Selic influencia na economia.
Para que serve a taxa Selic?
A taxa Selic serve para manter os índices de inflação dentro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atualmente em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para 2025 e 2026.
Ou seja, o objetivo é não ultrapassar os 4,5%.
Quando as projeções dos economistas do Banco Central apontam que os preços devem subir acima desse percentual, a taxa deve ser elevada.
Assim, o custo para a obtenção de dinheiro fica mais alto, o que reduz o volume em circulação.
Já em um cenário mais favorável, é possível reduzir a taxa, contribuindo com o aumento do poder de compra da população e aquecendo a economia.
Portanto, o objetivo dos economistas é buscar um equilíbrio para garantir que a inflação não vai disparar, porém, sem prejudicar o crescimento econômico.
Nos próximos tópicos, vamos abordar de forma mais prática a importância da taxa Selic e seu impacto na economia.
Qual a importância da taxa Selic na economia brasileira?
A taxa Selic funciona como um “ponto de partida” para que empresas e instituições financeiras como bancos e fintechs calculem o quanto vão cobrar em juros dos seus clientes em cada operação de crédito.
Portanto, ela é diretamente proporcional aos juros praticados no mercado.
Outros fatores, como o risco de inadimplência associado a cada solicitante e o lucro planejado com a operação, também entram nessa conta.
Ainda assim, é inegável que a taxa Selic influencia em vários aspectos da economia.
Desde quem faz pequenas compras parceladas, passando por microempreendedores investindo em seus negócios, até chegar a grandes conglomerados que querem ampliar suas operações, todos dependem dos juros para tomarem suas decisões.
Isso sem contar com os investidores, que recebem valores mensais conforme suas aplicações.
Nesse sentido, toda a operação da Selic que descrevemos no começo deste artigo é a ferramenta usada pelo Banco Central para influenciar essas taxas na prática e manter o bom funcionamento da economia.
No próximo tópico, vamos analisar com mais detalhes a relação causa-efeito relacionada à taxa.
O que acontece quando a taxa Selic diminui?
Quando a taxa Selic cai, os juros cobrados em operações de crédito também são reduzidos, o que ajuda a estimular o consumo e aquecer a economia.
Afinal, nesse cenário as pessoas e empresas podem retirar mais dinheiro, pois têm melhores condições de pagar as parcelas.
Isso faz com que elas representem menor risco para os credores, que logo têm mais chance de aprovar os pedidos de crédito.
Mais dinheiro é movimentado, e mais compras são feitas.
À primeira vista, este parece ser o cenário ideal. O problema é que quanto mais as pessoas comprarem, mais os preços dos bens e serviços vão subir.
E se a obtenção de dinheiro fica muito barata, esses valores começam a disparar, saindo do controle.
Por isso, muitas vezes o índice acaba sendo elevado.
Apesar de impactar no poder de compra da população, a medida ajuda a controlar a alta dos preços.
Além disso, a queda da Selic tem um efeito reverso para quem investe em renda fixa, a modalidade mais conservadora de aplicação financeira.
Nesses casos, os ganhos são garantidos, porém, menores em relação a aplicações de maior risco, como investimentos na Bolsa de Valores, em moedas estrangeiras e em criptomoedas.
Quanto menor for a taxa Selic, menos o titular das aplicações recebe a cada mês.
Ainda vamos falar mais sobre a influência desse indicador nos investimentos, mas primeiro entenda como é tomada a decisão sobre a meta dos juros.
Como a taxa Selic é definida?
A taxa Selic é definida pelo Comitê Monetário Nacional (Copom), um grupo formado por oito diretores e pelo presidente do Banco Central.
Eles se reúnem a cada 45 dias, aproximadamente, para decidir qual será a próxima meta dos juros no país.
Nesse encontro, são apresentados dados e o panorama sobre a economia brasileira e mundial, para servirem como base para a decisão final.
Então, cada representante dá seu voto.
Se houver empate, o presidente do órgão financeiro dá o voto de qualidade, ou seja, decide por si qual será o indicador a ser adotado entre as opções apresentadas.
Lembre que esses encontros servem para definir a Selic Meta, conforme explicamos alguns tópicos atrás.
As reuniões do Copom costumam durar dois dias seguidos, geralmente uma terça e uma quarta-feira.
O indicador é divulgado ao final, em um breve comunicado. Após quatro dias úteis, a ata da reunião é publicada.
O documento contém a explicação detalhada sobre o resultado do encontro, o que ajuda empreendedores, investidores e outros agentes econômicos a entenderem qual é a tendência para os períodos seguintes.
Essa ideia do que poderá acontecer no futuro pode servir como base para diversas tomadas de decisão.
Afinal, a taxa Selic influencia consideravelmente na atuação de uma empresa, como vamos explicar a seguir.
Qual o impacto da taxa Selic nos negócios?
A taxa Selic exerce um grande impacto na rotina de qualquer empreendimento, seja qual for o seu porte e segmento.
Afinal, a concessão do crédito para empresas, essencial para a criação e o crescimento de um negócio, depende do valor dos juros.
Assim como uma loja precisa comprar produtos para revender, bancos e outras instituições que concedem crédito também precisam captar verba para oferecer crédito.
O lucro está na diferença entre os juros que a instituição pagou a investidores para captar esse e as taxas cobradas do cliente final, chamada de spread bancário.
Quanto maior for a Selic, menores serão os ganhos dessas instituições, caso elas sigam praticando as mesmas taxas, uma vez que o spread seria menor.
Por isso, elas acabam aumentando suas taxas de juros, de modo a manter ou até mesmo ampliar o spread, compensando assim os maiores riscos desse cenário.
Um dos impactos é a maior dificuldade dos consumidores finais para fazerem compras, o que também prejudica os negócios.
Porém, a pior parte é a perda de poder de investimento.
Para empresas que lidam com valores altos, pagar mais em juros representa uma grande diferença, que pode comprometer determinadas operações.
Pequenos e microempreendedores sofrem ainda mais, devido à dificuldade em acessar empréstimos e financiamentos.
Por isso, qualquer tipo de empreendimento precisa estar pronto para qualquer variação no cenário.
Como as empresas podem se preparar para mudanças na taxa Selic?
As variações da taxa Selic podem impactar bastante o desempenho de uma empresa, portanto, empreendedores e gestores financeiros devem acompanhar as tendências sempre antes de tomarem suas decisões.
Mesmo antes das reuniões do Copom, é possível ter uma ideia do que pode ser decidido.
Além das atas dos encontros anteriores, reportagens veiculadas na imprensa costumam apontar os rumos da próxima definição.
Ao planejar ações futuras, como tomadas de crédito ou ofertas a prazo a seus consumidores, procure estabelecer três cenários:
- Um otimista, esperando que os juros baixem
- Um realista, considerando a manutenção da taxa
- Um pessimista, indicando uma alta.
Assim, sua empresa ficará pronta para diferentes situações.
Ao longo do dia, procure implementar iniciativas para otimizar a gestão financeira do negócio.
Acompanhe sempre o fluxo de caixa, ou seja, todas as entradas e saídas de dinheiro, e faça projeções dessas movimentações considerando todos os cenários planejados.
Procure sempre meios de reduzir custos, conservando sua margem de lucro, pois a eficiência também ajuda a manter seu negócio pronto para lidar com juros altos.
E se você possui investimentos ou pretende fazer aplicações, não deixe de ler o próximo tópico.
Taxa Selic nos investimentos: diferenças entre Selic, CDI e poupança
Assim como a taxa Selic, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) também é um indexador, portanto, serve como base para calcular o custo do dinheiro, mas com uma diferença: reflete operações realizadas entre bancos.
Já a poupança é uma entre diversas modalidades de investimento.
O CDI é usado em diversas aplicações de renda fixa, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificados de Depósito Bancário (CDB).
Por isso, é comum que instituições financeiras indiquem o rendimento desses investimentos conforme o percentual do CDI, que é sempre muito próximo da taxa Selic.
A poupança também pode variar de acordo com a taxa básica de juros.
Quando ela está acima de 8,5%, a remuneração da caderneta não passa de 0,5% ao mês além da taxa referencial.
Por isso, em cenários em que a Selic vai além desse patamar, como acontece atualmente, o ideal é investir em renda fixa – exceto se há disposição em assumir os riscos da renda variável.
Existem outras opções além das que citamos nesse texto, como o Tesouro Selic, que é diretamente relacionado à taxa básica e também rende mais que a poupança no cenário atual.
Essas modalidades podem ajudar a proteger seu patrimônio contra defasagens causadas pela inflação.
Antes de escolher a aplicação adotada, o melhor a se fazer é analisar como a taxa Selic deve se comportar no futuro.
Perspectivas para o futuro da taxa Selic
A tendência do mercado é que a taxa Selic se mantenha alta em 2025, para que a inflação fique dentro da meta.
Essa indicação vem sendo dada pelo Boletim Focus, um relatório semanal publicado pelo Banco Central com expectativas do mercado para o cenário macroeconômico.
A Selic deve terminar 2024 acima dos 11%, com expectativa de que chegue a 11,75% após a última reunião do Copom no ano, como mostra esta reportagem da CNN Brasil.
A mediana das previsões para o final de 2025 aponta uma Selic em 12,25%, mas antes disso o percentual pode chegar a 13% em maio.
Esse indicador alto seria uma resposta à expectativa de inflação, conforme projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso porque o indicador deve chegar a 4,63%.
Como você já sabe, a meta é 3% com margem de erro de 1,5 ponto percentual, portanto, a previsão é que a alta de preços supere a meta estabelecida pelo Banco Central.
É importante se preparar para um cenário de juros altos, pois a influência deverá ser grande para obter crédito.
Como a taxa Selic afeta a política de crédito dos negócios?
Cenários de uma taxa Selic alta, como deve acontecer em 2025, tornam mais difícil a obtenção de crédito no mercado.
Nessas situações, os juros repassados aos clientes são elevados para manter ou aumentar spread bancário, como você já sabe.
Assim, além das parcelas ficarem mais salgadas, as próprias condições necessárias para a obtenção dos empréstimos e financiamentos também são mais rigorosas.
Afinal, juros mais altos reduzem o poder de compra dos clientes, que podem ter mais dificuldades para pagar as parcelas – logo, oferecem um risco maior.
Por isso, nesse cenário os credores dão preferências a clientes com menos chances de inadimplência.
Esse impacto é bastante prejudicial para pequenos e microempreendedores, que podem enfrentar dificuldades para obter crédito.
Para empresas que trabalham com vendas a prazo, a antecipação de recebíveis é uma opção interessante.
Esse recurso consiste em receber valores que clientes pagam parcelados no cartão de crédito como se fossem à vista.
É preciso pagar uma taxa que, para obter a liquidez imediata que esse recurso oferece, pode ser mais atrativa que outras alternativas de crédito.
Afinal, esse dinheiro já está previsto para entrar no seu caixa, portanto, os riscos ao credor são menores.
A Vindi é um ecossistema completo de cobranças que oferece esse recurso de uma maneira simples e intuitiva.
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