Você já parou para pensar em como foi a evolução do dinheiro no Brasil, desde as primeiras moedas até os pagamentos digitais que fazemos hoje?
A história da nossa moeda vem desde a época da colonização, passando por diversas reformas monetárias para conter a inflação, pela era do Cruzeiro e pelo famoso Plano Real, até chegar ao revolucionário Pix.
Hoje, o dinheiro físico vem perdendo cada vez mais espaço e, ao que tudo indica, deve ser substituído pelos meios digitais.
Se você quer saber como os pagamentos chegaram a esse nível, acompanhe nosso artigo com um breve resumo da evolução do dinheiro no Brasil.
Entenda a evolução do dinheiro no Brasil
Das primeiras moedas de ouro trazidas pelos colonizadores até o Plano Real e os pagamentos digitais, o dinheiro brasileiro passou por inúmeras transformações.
Confira os principais capítulos da evolução do dinheiro no Brasil.
1. Primeiras moedas: Período Colonial e Império
Nas primeiras décadas do Brasil Colônia (1500 a 1822), circularam várias moedas trazidas por colonizadores portugueses, como os vinténs e os tostões.
A partir de 1580, com a união das coroas de Portugal e Espanha, moedas de prata espanholas (real espanhol) também passaram a circular no Brasil.
Havia ainda moedas holandesas circulando no nordeste, como florins e soldos.
A primeira moeda do Brasil, o real, que ficou mais conhecido pelo plural, “réis”, só foi criada oficialmente em 1694 – uma “pataca” representava 320 réis.
No dia 8 de março daquele ano, D. Pedro II fundou a primeira Casa da Moeda, na Bahia, com o objetivo de padronizar as moedas estrangeiras que circulavam por aqui.
Assim, foram cunhadas moedas de ouro de mil, 2 mil e 4 mil réis, e também moedas de prata de de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, que ficaram conhecidas como a “série das patacas”.
Dessa forma, os réis continuaram sendo utilizados durante todo o período do Império (1822 a 1889) e também no início da República (1889) – ao todo, a moeda circulou por 400 anos.
Em 1834, a Casa da Moeda começou a cunhar moedas de prata, e o cruzado substituiu a pataca: 400 réis representavam 1 cruzado.
A moeda ainda passou por diversas transformações, como a chegada das cédulas devido à escassez de minério, a impressão da famosa “cara ou coroa”, além de várias edições especiais para marcar eventos como a coroação do Imperador e a Independência do Brasil.
2. Era do Cruzeiro e reformas monetárias
Em 1942, teve início a era do Cruzeiro (Cr$).
Na época, existiam 56 tipos diferentes de cédulas em circulação, e a nova moeda cumpriu o papel de padronizá-las.
No início, um cruzeiro equivalia a mil réis.
De 1942 até 1994, foram realizadas diversas reformas monetárias para lidar com a inflação que decolava no país, passando por várias versões do Cruzeiro e do Cruzado.
Em 1967, foi instituído o Cruzeiro Novo (NCr$), criado em caráter temporário para acostumar a sociedade ao corte de três zeros (mil cruzeiros correspondiam a um cruzeiro novo).
O Cruzeiro Novo se manteve até 1986, quando o aumento da inflação levou à criação do Cruzado (Cz$).
Novamente, foram cortados três zeros, pois um cruzado equivalia a mil cruzeiros novos.
O movimento inflacionário continuou e, em 1989, deu origem ao Cruzado Novo (NCz$).
Dois anos depois, em 1990, a moeda voltou a se chamar Cruzeiro com a unidade equivalente ao Cruzado Novo.
Em uma última reforma monetária antes do real, em 1993, foi implementado o Cruzeiro Real (CR$).
IPCA: conheça o principal índice brasileiro de inflação.
3. A era do Real
Enfim, em 1º de julho de 1994, foi lançado o Real, que se mantém até os dias de hoje.
Na época, R$ 1 equivalia a CR$ 2.750,00, cotação próxima ao dólar.
A moeda entrou em circulação a partir do Plano Real, lançado pelo presidente Itamar Franco, que teve sucesso em estabilizar a economia do país e interromper o ciclo contínuo de inflação.
Antes disso, a inflação havia alcançado a marca impressionante de 4.922% em 12 meses, em junho de 1994.
Já em 1995, o valor foi reduzido para apenas 22%.
Dessa maneira, o Real representa o início de um período de maior estabilidade, com o Banco Central à frente da manutenção do poder de compra da moeda.
Com isso, surgiram várias inovações ao longo dos anos.
Em 2000, foram impressas as primeiras cédulas de polímero com elementos de segurança de última geração.
Mas a verdadeira revolução tecnológica ainda estava por vir, uma vez que o grande passo para a nova era da nossa moeda foi a digitalização dos pagamentos.
4. Tecnologia e pagamentos digitais
Depois de conhecer a história da moeda brasileira, é importante saber como surgiram os meios de pagamento utilizados atualmente, como cartões e transferências digitais.
O primeiro cartão de débito brasileiro foi lançado pelo empresário tcheco Hanus Tauber, em 1954, com a bandeira do Diners.
O chamado Diners Club Card era aceito em apenas 27 restaurantes com uma clientela de 200 executivos, conforme dados do Museu do Cartão de Crédito.
De um lado estava grafado o nome do cliente, e no outro, os estabelecimentos em que era aceito.
Só dois anos mais tarde, em 1956, chegou o primeiro cartão de crédito, também da Diners.
Já o internet banking chegou em 1995 às principais instituições financeiras do país, inaugurando as transferências entre contas pela internet.
Antes disso, já existia o DOC (Documento de Ordem de Crédito) tradicional, que permitia transferências de uma conta para outra entre instituições financeiras, mas o serviço só podia ser realizado em agências bancárias – aliás, o DOC foi extinto em 15 de janeiro de 2024.
A grande virada tecnológica dos pagamentos no Brasil aconteceu a partir dos anos 2000, com a consolidação do e-commerce e o surgimento de métodos como boleto bancário, transferência online, gateways de pagamento e, finalmente, o Pix.
Vamos entender melhor como se deu essa transformação digital nos próximos tópicos.
Resumindo: quais moedas o Brasil já teve?
Para resumir essa breve história da evolução do dinheiro no Brasil, tivemos as seguintes moedas oficiais:
- Real (réis) – 1694 a 1942
- Cruzeiro (Cr$) – 1942 a 1967
- Cruzeiro Novo (NCr$) – 1967 a 1970
- Cruzeiro (Cr$) – 1970 a 1986
- Cruzado (Cz$) – 1986 a 1989
- Cruzado Novo (NCz$) – 1989 a 1990
- Cruzeiro (Cr$) – 1990 a 1993
- Cruzeiro real (CR$) – 1993 a 1994
- Real (R$) – 1994 até hoje.
O papel do Banco Central na evolução monetária do Brasil
O Banco Central foi criado em dezembro de 1964 por meio da Lei nº 4.595, como uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Seu papel é ser o “banco dos bancos”, ou seja, controlar a oferta da moeda e exercer todas as funções de autoridade monetária no país.
Antes da criação do BCB, o papel da emissão de moedas passou pelo Tesouro Nacional e pela Casa da Moeda, enquanto a autoridade monetária era o Banco do Brasil.
Porém, com o passar dos anos, ficou claro que era necessário um sistema capaz de acompanhar as evoluções econômicas do país.
Dessa forma, o Banco Central surgiu para garantir as políticas monetárias necessárias para combater a inflação, assegurar o poder de compra da moeda nacional, fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, entre outras atividades fundamentais.
A instituição também orienta a política cambial e supervisiona a atuação de todas as instituições financeiras do país.
Influências globais nas políticas monetárias brasileiras
Em um mundo globalizado, é natural que os movimentos econômicos do exterior influenciem as políticas monetárias brasileiras.
Um dos órgãos com maior impacto nas decisões do país é o FED (Federal Reserve Board), o Banco Central dos EUA, que tem o papel de estabilizar o dólar.
Após a 2ª Guerra Mundial, o FED teve um papel decisivo na dominação da economia mundial, tornando os EUA o principal credor de outros países e impondo o dólar americano para fixar preços de produtos internacionais como o petróleo.
Por isso, as ações do FED influenciam as políticas monetárias do Brasil e de outras nações, principalmente no que diz respeito à taxa de juros e à variação cambial.
Tecnologia e evolução do dinheiro digital no Brasil
A partir do século 21, abriu-se caminho para a digitalização dos pagamentos, marcando uma nova fase do dinheiro no Brasil.
O primeiro meio de pagamento que fez sucesso nessa época foi o boleto bancário, que era muito fácil de emitir em lojas virtuais e pagar em qualquer banco.
Mais tarde, os cartões de crédito começaram a dominar o mercado devido à facilidade do parcelamento.
Ao mesmo tempo, em 2008, surgiu a primeira solução de pagamento por aproximação do Brasil, revolucionando também as transações presenciais.
Então, na década de 2010, surgiram os primeiros intermediadores de pagamento, como Paypal, MercadoPago e PagSeguro (atual PagBank).
Em 2013, a Vindi chegou ao mercado para se tornar referência em solução para pagamentos recorrentes.
Nesse meio tempo, as fintechs (startups que utilizam a tecnologia para criar soluções inovadoras de pagamento) explodiram no país, tornando os produtos e serviços financeiros ainda mais acessíveis.
Por fim, o Pix foi lançado em 2020 e representou a grande transformação digital do mercado brasileiro.
Só em 2023, foram movimentados mais de R$ 17 trilhões com o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, conforme dados da Febraban.
É claro que a Vindi faz parte dessa história e se destaca pelas soluções revolucionárias em pagamentos.
Gostou de conhecer a história da evolução do dinheiro no Brasil?
Então, aproveite e conheça as soluções da Vindi para manter seu negócio alinhado às últimas tendências do mercado de pagamentos!
Conheça as tendências e evoluções do mercado de pagamentos para os próximos anos!