A análise de risco de maneira ampla, é a maneira como uma empresa tenta se prevenir contra algum problema que possa acontecer no futuro. Mas há várias formas de se fazer isso, dependendo do tamanho do negócio e sua área de atuação.
Por exemplo, grandes multinacionais realizam uma análise de risco para avaliar se vale a pena se instalar ou manter suas operações em determinado país. É um trabalho complexo, que exige uma equipe altamente especializada.
Por outro lado, negócios de menor porte ou até mesmo profissionais autônomos também devem se preocupar com a análise de risco – afinal, toda empresa tem seus desafios. E, no caso de um e-commerce, o principal deles é a prevenção a fraudes.
Pensando nisso, preparamos um material para mostrar como é a análise de riscos para negócios de venda online. Confira!
O que é análise de risco?
Análise de risco é um procedimento feito por uma empresa para se antecipar a um eventual cenário prejudicial para seus objetivos. Ou seja, é uma forma de avaliar se há alguma ameaça no mercado.
Em geral, esse risco pode ser causado por fatores como:
- Inadimplência
- Fraude
- Ações judiciais
- Fenômenos naturais
- Mudanças no cenário político e econômico.
Para avaliar esses riscos, a empresa faz uma série de pesquisas e cálculos que possibilitam prever as situações e definir medidas para prevenir ou contornar os danos.
Esse trabalho costuma ser realizado por profissionais especializados, mas também pode ser automatizado com o uso da tecnologia. Tudo depende do modelo de negócio.
Por isso, vamos mostrar no próximo tópico como essa definição se aplica à sua realidade.
O que é análise de risco no e-commerce?
A análise de risco no e-commerce é realizada para evitar fraudes nas vendas. Para isso, uma empresa pode usar um sistema antifraude, que analisa dados relacionados aos consumidores, ou contar com um time especializado dentro de casa.
De qualquer maneira, quem vende online precisa contar com uma estratégia de análise de risco ou, então, utilizar meios de pagamento que já ofereçam este serviço. Isso porque o volume de crimes cometidos contra lojas virtuais é cada vez maior.
De acordo com o Mapa da Fraude da ClearSale, no primeiro semestre de 2022 foram observadas mais de 2,8 milhões de tentativas de fraude. O número é maior que as 2,6 milhões observadas no mesmo período do ano anterior.
O valor movimentado também aumentou, de R$ 2,6 bilhões na primeira metade de 2021 para R$ 2,9 bilhões no período do ano seguinte. Esse cenário leva ao desenvolvimento de plataformas criadas para evitar que negócios online tenham prejuízo com crimes.
Como funciona a análise de risco no e-commerce?
Para estimar o risco de fraude em uma transação, o dispositivo antifraude elabora um perfil do autor de cada compra com base na análise automática de dados. Esse processo é feito por meio de tecnologias como inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina).
Ou seja, o sistema é programado para “compreender” e identificar um padrão que identifique possíveis fraudadores. Desta forma, é possível estimar a possibilidade de se prevenir contra o chargeback, ou seja, o cancelamento da compra com estorno do valor.
Essa devolução costuma ser solicitada pelo titular do cartão, após ter sido vítima da ação de fraudadores.
Para evitar esse transtorno, alguns dos fatores a serem levados em consideração ao fazer a venda são:
- Dados cadastrais: informações do cadastro feito durante a venda, que permitem a análise do histórico de compras do consumidor
- Fingerprint: todos os dados que envolvem o uso de determinado equipamento, como modelo do aparelho, sistema operacional, idioma, geolocalização e resolução de tela
- Redes sociais: identificação de perfis falsos a partir de dados como a data de criação, histórico de uso em outras compras e uso do e-mail informado.
- Comportamento: a combinação de todos esses dados com uma avaliação do comportamento de navegação do usuário dentro do e-commerce e busca pelo produto adquirido.
Por isso, o uso de um sistema antifraudes ou com meios de pagamento que já contem com poderosas ferramentas de análise de risco (ou garantia contra chargebacks) é altamente recomendado para quem pretende abrir um e-commerce atualmente ou escalar sua operação.
Qual a diferença entre análise de risco e análise de crédito?
Análise de risco e análise de crédito são procedimentos diferentes, e cada um tem um objetivo.
A análise de crédito é feita para avaliar se o consumidor terá condições de pagar por uma compra a prazo ou por um empréstimo. Segundo dados do Serasa, o Brasil tem atualmente cerca de 67,9 milhões de consumidores com o nome restrito, ou seja “sujo”. São pessoas que, por razões diversas, não conseguiram arcar com suas dívidas e por isso dificilmente conseguem aprovação para novas compras a prazo.
Isso não quer dizer que são consumidores fraudulentos. Pelo contrário: criminosos geralmente usam dados de pessoas com o nome “limpo”, como cartões clonados e informações de terceiros. Portanto, a análise de crédito precisa ter critérios diferentes da análise de risco.
Geralmente, o principal fator na análise de crédito é a pesquisa do CPF no sistema da Receita Federal e em serviços de proteção ao crédito.
Essa diferença nos mostra que dificilmente um cliente negativado tem intenção de cometer uma fraude.
Como fazer análise de risco em um e-commerce?
O mais importante ao realizar uma análise de risco é levar em consideração não apenas o risco do chargeback, mas também o do falso positivo – ou seja, o cancelamento de um pedido feito por um consumidor honesto por suspeita de fraude. Portanto, garantir um equilíbrio entre esses dois fatores é essencial para manter a estabilidade do seu negócio.
Se você não contar com uma ferramenta para realizar a análise de risco automaticamente, há procedimentos que você mesmo pode adotar para se proteger.
- Faça pesquisas: embora não seja um fator determinante, a pesquisa do CPF do cliente pode ser prudente para vendas de alto valor ou dividida em muitas parcelas (especialmente para a checagem básica “cara-crachá”, se o número do cadastro é válido e se pertence a quem diz ser).
- Busque o histórico: nesses casos, procure também os dados do cliente no seu próprio sistema para analisar se há houve problema em compras anteriores
- Procure padrões: desconfie se o usuário comprar muitos itens de uma vez, pedir entregas expressas, mesmo com possibilidade de frete grátis, ou usar um endereço de e-mail com domínio gratuito e username estranho
- Confira os dados se precisar: se houver desconfiança, é preciso fazer a análise de risco manual, confirmando por telefone (ou outro canal de comunicação) dados do consumidor como nome, número de telefone, endereço e data de nascimento.