A inovação do mercado de pagamentos e de suas mais diversas vertentes foram pauta central no conteúdo do Innovation Pay 2022.
Em um palco altamente tecnológico – e gigante – aconteceu, no último dia 16 de novembro, a 5ª edição do Innovation Pay, o maior evento de pagamentos e serviços financeiros da América Latina. Comandada pela apresentadora, escritora e influencer Rafa Brites, depois de dois anos de hiato devido à pandemia, a edição histórica do evento contou com mais de 1.000 líderes do mercado financeiro, de pagamentos e tecnologia.
Além de uma feira de negócios com grandes marcas patrocinadoras que apresentaram suas soluções aos congressistas, durante todo o evento o espaço ficou aberto para networking e troca de experiências entre importantes players do mercado.
Além disso, foram mais de 13 horas de conteúdo rico sobre as inovações do mercado de pagamento e suas principais vertentes, com destaque para assuntos como ecossistemas, open finance, exploração e monetização de dados, etarismo digital e muito mais. Tudo isso, em palestras e painéis comandados, mediados e que tiveram a participação de CEOs, C-Levels e executivos de marcas como EBANX, TOTVS, Locaweb Company, Rede, Itaú, YouTube Brasil e muito mais.
Compilamos, a seguir, alguns highlights principais do evento. Confira!
Ecossistemas: a evolução natural dos serviços de distribuição foi destaque no Innovation Pay 2022
Um dos principais assuntos que entraram em pauta durante o evento foi o conceito de ecossistema e como este modelo se expande no mercado. Já na palestra de abertura do Innovation Pay 2022, Rodrigo Dantas, CEO da Vindi, apresentou uma linha do tempo com os principais acontecimentos da jornada de evolução do SaaS e, para o ano de 2021, o grande destaque foi justamente a expansão dos ecossistemas e a percepção de quanto este modelo se torna cada vez mais necessário devido a todos os processos envolvidos entre criar um produto e fazê-lo chegar ao seu consumidor final.
O assunto continuou em pauta na conversa sobre M&A e fintechs mediada por Gustavo Brigatto, fundador da Startups, com Fernando Cirne, CEO da Locaweb Company e Dennis Herszkowicz, CEO da TOTVS, que também trouxe temas como o mercado de valuation, IPO e como é grande a responsabilidade das grandes empresas no processo de aquisição.
Um dos pontos altos da conversa foi justamente sobre ecossistemas e, sobre isso, Cirne comentou que:
Ninguém fala: ‘vamos montar um ecossistema porque é mais bonito’, mas trata-se de uma evolução natural, sobretudo quando se fala em serviços de distribuição.
Em relação ao e-commerce, por exemplo, ninguém quer operar muitas plataformas diferentes para conseguir gerenciar um negócio, especialmente quando falamos de pequenas e médias empresas que são as que dominam este mercado. O conceito de ecossistema surge nessa realidade para propiciar um ambiente de gerenciamento único que, muitas vezes, não é proporcionado por integrações de API.
Dennis deu o exemplo da TOTVS para falar sobre como o ecossistema consiste em criar algo que seja tanto bom para o cliente quanto para a empresa e, ainda, que seja um modelo de alta complexidade. As empresas precisam ter no radar a percepção de entender quando é hora de expandir sua atuação e de enfrentar os desafios para construir um ecossistema.
Tendo hoje uma fatia significativa de sua operação atrelada ao e-commerce, Cirne acredita que o segmento como conhecemos é apenas o começo de uma grande evolução que está por vir e que, possivelmente, em cinco anos, já teremos pelo menos mais 20 formas diferentes de comprar e vender online. Isso significa que, em pouco tempo, os ecossistemas terão que se formar e se adequar a essa realidade modular, criando soluções constantes para atender às demandas de aquisição e operacionalização desses novos canais.
O conceito de ecossistema voltou a aparecer quando Carlos Eduardo Brandt, chefe de estrutura do Bacen e considerado “o pai do Pix”, definiu a própria funcionalidade como a chancela do ecossistema de pagamentos digitais brasileiro que deve se expandir ainda mais nos próximos anos.
Open Finance: liberdade para os usuários do mercado financeiro
Outro assunto comentado em diversos momentos durante a programação do Innovation Pay 2022 foi o Open Finance, definido por Luiz Ohara, palestrante e head de financial markets da Semantix, como um verdadeiro catalisador de novos produtos uma vez que, mediante o consentimento do usuário, permite que novos formatos de instituições financeiras acessem dados, iniciem operações financeiras e faz com que dados, que antes eram de uso exclusivo dos bancos, não sejam mais.
Ana Paula Cherchiari, superintendente do Itaú, trouxe o open finance como tema central de sua palestra, apontando que os principais motivos pelos quais este serviço deve ter uma rápida expansão no Brasil são: ter muito mais informações e escopo de dados aqui do que em outros países; os usuários serem mais predispostos a autorizar o compartilhamento de dados perante contrapartidas que agregam valor; e o fato de o Bacen ter trazido aprendizado de outros países, o que permite um avanço significativo no quesito regulação.
Aponta, ainda, que com o open finance a visão das instituições tanto sobre as informações do cliente quanto sobre seu comportamento financeiro se ampliam e isso facilita diversos aspectos como o acesso ao crédito, melhores preços, taxas e limites, além de viabilizar o fácil acesso aos dados do cliente o que, para as instituições, significa processos mais rápidos.
A evolução do open finance deve dar ainda mais liberdade para os usuários do mercado financeiro, permitindo que as pessoas gerenciem sua vida financeira em um só lugar, com produtos e serviços personalizados, agregando contas e visualizando tudo em uma única plataforma.
Dados: por que poucas empresas lucram com os seus?
A capacidade de trabalhar bem os dados da empresa, transformando-os em informações úteis e capazes de virar ações monetizáveis, foi uma conclusão ou uma necessidade que emergiu em quase todas as palestras do Innovation Pay.
Luiz Ohara trouxe alguns dados importantes sobre o valor e como os dados são um patrimônio para as empresas. Segundo o especialista, 84% do valor das empresas listadas no S&P 500 são de dados e softwares. Portanto, a capacidade de processar dados e o dado processado em si são verdadeiros veículos para a evolução de uma economia digital.
Segundo Ohara, quando se extrai o devido valor do dado, é possível obter fontes de receita a partir dele e, conforme pesquisa mencionada pelo palestrante, as principais fontes de receita advindas de dados são: habilitação de novos serviços (78%); criação de novos modelos de negócio (45%); e data share (29%).
Só que mesmo com este enorme potencial de monetização, apenas um terço das empresas gera, de fato, receita com seus dados. O que, para Ohara, se deve principalmente ao fato de que poucas empresas conseguem enriquecer seus dados e utilizá-los nas estratégias do dia a dia. Portanto, ter um bom ambiente analítico e uma boa infraestrutura para enriquecer e utilizados esses dados é o primeiro passo para começar a lucrar com eles.
Durante o evento pudemos acompanhar dois cases distintos que comprovam este ponto. Primeiro, Alexandre Bratt, CEO do Grupo Víssimo (Evino/Grand Cru), contou um pouco sobre como a empresa observou a necessidade de saber extrair valor dos dados. Comentou que o Brasil é um dos mercados mais receptivos à assinatura de vinhos, portanto, a missão da empresa foi descobrir quais eram os motivos pelos quais as pessoas cancelavam suas assinaturas.
Descobriram que não poder trocar os vinhos do mês era a principal razão de churn na Grand Cru. A partir dos resultados, criaram a ação simples de permitir que o assinante visualize a curadoria do mês e dar a opção de trocar algum dos vinhos. Depois dessa pequena mudança, as assinaturas cresceram mais de 1000% ao ano e, mesmo que a maioria dos clientes não trocasse os produtos do mês, a simples opção de fazê-lo foi o suficiente para solucionar um problema de churn.
Por outro lado, no painel que trouxe clubes de futebol brasileiros para falar sobre a relação e os desafios dos programas de sócio-torcedor, Carlos Amodeo, CEO do Grêmio, reconheceu que há um grande desafio para que os clubes de futebol consigam organizar melhor suas bases de dados e trabalhá-la para que construam uma comunicação mais rica e personalizada a partir dessas informações – e até mesmo para encontrar soluções de redução de inadimplência para os clubes.
Tecnologias: a ascensão das contas digitais e a expansão dos “as a service”
Em um painel mediado pelo canadense Darryl Green, CEO da CAF, com a participação de Rodrigo Tognini, CEO da Conta Simples, Mário Augusto, CEO da NG.Cash e Lara Thomazini, Head de Marketing e Growth da N26, o assunto central foram as contas digitais e como o Brasil tem, hoje, centenas de milhões de contas digitais criadas.
Sobre as funcionalidades da conta digital, como o onboarding, os convidados foram consoantes ao dizer que a ideia é facilitar serviços cotidianos, fazendo com que as pessoas possam realizar processos de forma mais rápida, simples e remota, e deixar para o presencial outras situações que não podem ser substituídas pelo advento digital – pelo menos ainda – como, por exemplo, ir ao dentista.
Em relação à sobrevivência e ao futuro das contas digitais, o painel abordou o desafio de monetização destes serviços através da criação de uma prateleira de produtos financeiros digitais que possibilitem a geração de receita. Tognini ressaltou a importância de entender cada vez mais o público das empresas, pois as inovações são apenas os meios para resolver problemas que precisam ser conhecidos e entendidos.
Augusto vê o Brasil como um grande propulsor de meios de pagamento e acredita que o caminho para o futuro é continuar evoluindo a modernização que já conquistamos até aqui. Lara, por sua vez, acredita que é necessário mudar a relação do brasileiro com o dinheiro, adotando uma atitude mais emocional a fim de melhorar a experiência do brasileiro e tornar sua relação com o dinheiro mais saudável.
Outra tendência tecnológica que foi bastante abordada durante a programação do evento foram os “as a service”. Primeiro, Mayra Borges, Vice-Presidente de negócios da GetNet, abordou o conceito de serviço de valor agregado (SVA) como um desses “as a service” para promover estratégia de diferenciação ao negócio, ainda que este serviço não seja exatamente parte do core business da empresa. Alguns desses SVAs em alta hoje são loja virtual, omnichannel, antifraude, entre outros.
Henrique Casagrande, COO da Dock, trouxe o tema Innovation as a Service, abordando o fato de que muitas empresas hoje executam processos que consomem tempo e recursos e, como contrapartida, não trazem nenhum valor. Processos esses que podem ser executados por serviços gerenciáveis, otimizando-os e liberando recursos e tempo para que as empresas foquem efetivamente nos processos de valor agregado para o seu crescimento.
Customer experience: a chave para transformar clientes em fãs
A jornada, experiência e tudo o que envolve o cliente na equação “compra e venda” são temas quentes. Por isso, no painel mediado por Carolina Livolis, Head de produtos da Tray, com Alexandre Bratt, CEO do Grupo Víssimo (Evino/Grand Cru) e Joaquim Garcia, Vice-Presidente de tecnologia da Pague Menos, o assunto não podia ser outro além de como melhorar a jornada do cliente.
Os dois CEOs comentaram sobre os principais desafios inerentes aos seus segmentos, falando sobre os desafios de criar jornadas personalizadas considerando os clusters de clientes e também os canais pelos quais acessam os produtos. A multicanalidade veio à pauta e já está presente na realidade das duas empresas. Segundo Bratt, o cliente que consome em mais de um canal da mesma empresa consome cerca de 61% a mais do que o cliente que consome em um único canal, e as chances de fidelização são muito maiores.
Diante disso, ambas as empresas já possuem um forte trabalho omnichannel, como a Pague Menos, que tem cerca de 30% do seu atendimento telefônico realizado pela assistente virtual Vida, além de skill para compras direto no Echo Dot. Alexandre comentou que o grande desafio no caso da Grand Cru, que além do clube de assinaturas também trabalha com o varejo físico, é cruzar os dados desses dois canais e enriquecê-los para personalizar essa experiência multicanal.
Liderança é inovação: os segredos para orientar pequenas e grande comunidades
Liderança, inovação e diversidade são temas que caminham lado a lado e são, em si mesmos, a inovação. No painel mediado por Maria Silvia da Cruz Vieira, Estrategista de Conteúdo da Vindi, com a participação de Paula Bellizia, Presidente de Pagamentos do EBANX, Paula Cardoso, CEO da Rede, e Patricia Muratori Calfat, Head do YouTube Brasil, as vivências e estratégias para equilibrar vida pessoal e cuidar da qualidade de vida dos liderados, foram temas centrais.
Sobre possíveis gestões que distanciam as pessoas e os departamentos, Paula Cardoso comentou que hoje as empresas são cada vez mais como um organismo único, não há mais a divisão sobre que parte faz o que ou quem é mais importante desde que o organismo funcione como um todo coeso. Por isso, quando existem times com um propósito voltado ao cliente, esses distanciamentos naturalmente são expurgados pois não se sustentam no próprio modelo.
Muratori falou um pouco sobre sua relação com a mentoria e como este processo contribui para uma liderança forte, já que funciona como uma forma de fazer com que as pessoas que estão chegando ao mercado não precisem cometer os mesmos erros do que os profissionais que vieram antes delas. Saber com o que se pode contribuir na carreira de um profissional e se preparar para tentar abrir caminhos e transmitir conhecimentos deve ser o propósito central dentro de qualquer programa de mentoria.
Ainda sobre a questão da mentoria, Bellizia aponta que o conceito de mentoria reversa foi uma experiência incrível. O programa trata-se do CEO passar pela mentoria com estagiários da empresa, o que promoveu, em sua experiência, uma perspectiva e aprendizados totalmente diferentes do que ouvir profissionais de níveis hierárquicos mais elevados. Ainda que os estagiários nem sempre se sintam prontos para oferecer essa mentoria, a visão mais livre desses novos profissionais traz resultados e perspectivas totalmente diferentes e enriquecedoras.
Sobre liderar não apenas um time interno, mas uma verdadeira comunidade como o YouTube, Muratori comenta que é uma grande responsabilidade e algo que não se constrói de um dia para outro, afinal, a plataforma já passou por seus erros e evoluções e é, ainda hoje, um sistema de alta complexidade. Comenta que:
Existe por trás um “YouTube que ninguém vê” e que está no centro de uma economia criativa, já que as pessoas que criam canais na plataforma não criam apenas canais, mas sim negócios.
Portanto, há uma responsabilidade grande em relação a todos os conteúdos que são produzidos e distribuídos ali dentro. Isso significa um trabalho constante de revisão de políticas de conteúdos, um acompanhamento intenso para retirar conteúdos que desrespeitam essas políticas e recompensar conteúdos que se adequam a elas. Portanto, mais do que a liderança em si, acredita que o senso de dono é importante independente da cadeira em que senta, afinal, o YouTube Brasil é um dos grandes canais responsáveis por dar um contexto local, por representar a realidade do país para o mundo.
Em uma última questão sobre como equilibrar o trabalho e a qualidade de vida pessoal, Paula Cardoso comentou que, para ela, a ponte entre o trabalho e a vida em família é, em si, a tradução desse equilíbrio. O fato de existir diálogo e a liberdade de entender momentos mais intensos de trabalho e usufruir dos momentos mais tranquilos é a própria qualidade de vida. Além disso, usar o tempo para cuidar da saúde, fazer atividade física e ter um momento para si também contribuem para esse equilíbrio.
Para Patrícia, esse equilíbrio reside na relação entre os “sins” e os “nãos” que você passa a dizer. Falar não para as coisas certas é uma fonte nem sempre tão reconhecida de equilíbrio para a qualidade de vida, uma vez que você realmente entende o que demanda prioridade e o que pode ser deixado para depois.
E Paula Bellizia finaliza dizendo que para liderar pessoas também é necessário equilibrar essas questões, é preciso entender genuinamente o estilo de vida de cada pessoa do time liderado e fazer os balanços ideais para cada uma. Portanto, o líder se torna um verdadeiro promotor de qualidade de vida para o seu time, de forma que os momentos mais intensos de trabalho e os momentos de tranquilidade devem ser encarados de forma transparente e empática, se aplicando para todo o time, inclusive o líder. Segundo Bellizia:
As palavras movem, mas o exemplo arrasta, então é preciso que o líder seja um exemplo de que isso é possível.
Pix: os próximos passos de um dos maiores cases de sucesso dos últimos anos
Não resta dúvida de que, no que tange ao mercado de pagamentos, o Pix foi o maior case de sucesso dos últimos anos. Por isso, para fechar a 5ª edição do Innovation Pay, um bate-bola de peso entre Ricardo Amorim, economista, presidente da Ricam Consultoria e LinkedIn Top Voicer, e Carlos Eduardo Brandt, Chefe de Estrutura do Bacen e conhecido como “Pai do Pix”, trouxe as perspectivas sobre o ecossistema para os próximos anos.
O Pix que, inclusive, fez aniversário de dois anos no dia 16 de novembro de 2022, com muito a comemorar diga-se de passagem. Brandt comenta que o Pix chancelou o ecossistema de pagamentos digitais e hoje, no roadmap do Bacen, diversas evoluções dele já estão no radar, sempre pensando em soluções que aumentem a velocidade e a rastreabilidade do processo de pagamentos. A instituição olha para o futuro na tentativa de trazer inovações para que cada vez mais pessoas possam extrair o melhor do sistema de pagamentos brasileiro. E quem ganha com isso é a sociedade.
Da esquerda para a direita: Carlos Eduardo Brandt, Chefe de Estrutura do Bacen, e Ricardo Amorim, economista, presidente da Ricam Consultoria e LinkedIn Top Voicer.Amorim aponta que o mais impressionante foi a velocidade com a qual o Pix assumiu um papel protagonista no sistema de pagamentos. Considerando que hoje a inflação no Brasil é menor do que nos EUA, por exemplo, e estamos trazendo diversas inovações para o mercado de pagamentos, diversos consumidores que estavam de fora passam a fazer parte dele e isso aumenta o nível de formalização da economia brasileira. O Pix foi um grande impulsionador disso, trazendo até mesmo os “micromicroempreendedores” para esse processo realmente revolucionário que está apenas começando.
Brandt comenta que o Bacen está em um curso de processo transformacional do Pix na dinâmica de uma visão diferente de dados, com o open banking e o open finance, que é um dos escopos mais abrangentes no Brasil, além da prospecção de uma moeda digital que está em processo de criação pelo órgão. Outra evolução é o Pix garantido que vem aí para pessoas que não possuem acesso a cartão de crédito.
Segundo Amorim, o Pix internacional pode ser uma das coisas mais importantes para internacionalizar a economia brasileira e uma semente de algo que pode ajudar o mercado a expandir. Brandt concorda e complementa dizendo que o Pix internacional é uma das grandes promessas do Pix para o futuro e parece o mais eficiente na perspectiva dos escopos futuros do ecossistema, ainda que tenha também uma das dinâmicas mais complexas de implementar.
Brandt aproveita para reforçar a questão da inclusão propiciada pelo Pix, dizendo que todos os produtos que possuem essa pegada de inclusão promovem uma verdadeira cidadania digital, não porque é um discurso bonito, mas porque traz para dentro de um sistema pessoas que estavam totalmente marginais a ele, facilitando a dinâmica de vida dessas pessoas. “Ser excluído de meio de pagamento é ser excluído de tudo”, concorda Amorim.
Amorim finaliza com uma provocação sobre o etarismo digital, que já tinha sido introduzido pela apresentadora Rafa Brites no começo do evento, apontando que a inclusão de pessoas idosas deve ser um tema importante a ser considerado na elaboração de novas ferramentas tecnológicas de pagamento. Isso porque, enquanto a taxa de natalidade cai em diversas regiões, a longevidade da população aumenta.
Consequentemente, o mercado que mais deve crescer nos próximos anos é o da terceira idade Por isso, é preciso pensar em soluções que tragam também essas pessoas para o mercado de pagamentos. Afinal, uma criança hoje já nasce digital, mas se você cria uma solução que uma pessoa de 80 anos consiga usar, certamente você criou uma solução que todo mundo vai conseguir.
Brandt explica que da parte do Bacen há essa disponibilidade de inclusão etária e reforça:
O Pix não é um instrumento do Banco Central, nem do agente A ou B do governo, mas sim da sociedade.
Além de toda essa programação enriquecedora de palestras e painéis, durante todo o Innovation Pay aconteceram edições especiais e ao vivo do Podcast Dentro do Ringue. Você pode acompanhar toda a cobertura aqui e, se quiser ver a galeria de fotos completa do evento, acesse aqui.