O cálculo do pro rata pode ser necessário em diversos modelos de negócio.
Em latim, esse termo significa “medir ou racionar proporcionalmente”.
Portanto, o objetivo é chegar a uma proporção.
Em muitos casos, essa é a saída para se ter justiça em uma cobrança ou divisão.
Se você quiser entender bem esse conceito, acompanhe o nosso artigo para conferir exemplos simples que vão facilitar a sua compreensão.
Também vamos explicar qual é a finalidade e quais são os tipos de pro rata, além de demonstrar passo a passo como fazer o cálculo de cada um deles.
O que é pro rata?
Pro rata é uma expressão usada para descrever situações em que um valor precisa ser calculado de forma proporcional a alguma medida.
Para isso, é preciso dividir esse valor em várias partes iguais, e multiplicar o resultado pela medida adotada.
Para essa explicação ficar mais clara, vamos dar um exemplo bem simples.
Imagine que duas pessoas compraram 10 maçãs por R$ 20.
Uma ficou com sete maçãs, e a outra levou as três restantes.
Nesse caso, o pro rata das maçãs foi de R$ 20 divididos por 10 partes, ou seja, R$ 2.
Por isso, é justo que a pessoa que ficou sete maçãs pague 7 vezes R$ 2, ou seja, R$ 14.
A outra, que ficou com três, pagaria os R$ 6 restantes, pois este é o resultado da multiplicação das três maçãs pelo pro rata de R$ 2.
Assim, foi possível definir quanto cada pessoa deveria pagar pelo que consumiu.
Esse exemplo foi propositalmente bem simples, para você entender bem o conceito.
No entanto, o pro rata também se aplica a diversas áreas da contabilidade, da economia e até mesmo do direito.
Siga lendo para entender por que você precisa conhecer esse cálculo.
Qual a importância do pro rata?
O pro rata é importante para garantir uma divisão justa em situações em que é preciso calcular a proporcionalidade de um valor a ser pago.
Somente assim, tanto o consumidor quanto o fornecedor de um produto ou serviço não são prejudicados.
Situações assim são comuns em negócios recorrentes – ou seja, que fazem suas cobranças no modelo de assinaturas.
Nesses casos, algumas ocasiões pode ser que a pessoa não tenha aproveitado o serviço durante todo o mês.
Por isso, ela só deve pagar o equivalente ao período que usou.
Por exemplo: um cliente decide cancelar a assinatura.
Dependendo do dia da interrupção do serviço, ele vai pagar um valor proporcional à fração do mês em que usou o serviço.
É importante destacar que nem toda plataforma usa essa lógica, e algumas cobram a mensalidade inteira seja quando for o cancelamento.
Para saber qual modelo um serviço adota, é preciso ler os Termos e Condições que aparecem antes da confirmação da assinatura.
Mas o pro rata não aparece apenas em relações de consumo.
No próximo tópico, entenda as várias situações em que esse cálculo precisa ser realizado.
Para que serve a correção pro rata?
O cálculo do pro rata pode aparecer nos mais variados casos.
Confira agora alguns exemplos de aplicação do cálculo.
Consumo recorrente
Uma das principais utilizações do pro rata é o cálculo do valor a ser pago dentro de um período em uma relação de consumo recorrente, como no exemplo que mostramos acima.
Nesse caso, caso o cliente comece a usar o serviço após o dia 1º ou cancele o serviço antes do último dia de um mês, é preciso corrigir os valores de forma proporcional.
Considere a assinatura de um SaaS (Software as a Service), ou seja, uma aplicação que o usuário pode usar diretamente em seu navegador enquanto for assinante.
O valor da mensalidade desse SaaS é R$ 90.
Porém, no último mês da assinatura, o usuário só usou o serviço por 10 dias antes de cancelar.
Por isso, é preciso calcular o pro rata, que nesse caso é o valor de R$ 90 dividido pelos 30 dias do mês – ou seja, R$ 3.
Multiplicando os 10 dias por R$ 3, temos que o cliente vai pagar R$ 30 pelo último mês do uso.
Aluguel
O pro rata também pode resolver eventuais impasses no aluguel de um bem, como um automóvel ou mesmo um imóvel.
Da mesma forma que em uma relação de consumo recorrente, o valor pode ser cobrado conforme o número de dias de utilização.
Nesse caso, a divisão é semelhante à do uso do SaaS, como se o aluguel fosse a assinatura.
Vamos considerar um valor de R$ 500 por mês.
Se o locatário decide encerrar o aluguel e fica com o bem por 15 dias – ou seja, metade do mês – após o período da mensalidade anterior, o cálculo é mais simples: basta dividir o valor mensal por dois.
Como usou o aluguel por metade do mês, ele paga a metade de R$ 500, ou seja, R$ 250.
Reajuste de aluguel
Se o aluguel sofrer um reajuste ao longo de um mês, é preciso calcular o novo valor conforme o dia do mês em que esse aumento passou a valer.
Esse cálculo é um pouco mais complicado, pois envolve dois pro rata, um do antigo e outro o do novo valor.
Vamos considerar que o aluguel de R$ 500 sofreu um reajuste de 5%, passando para R$ 525.
Porém, o novo valor só passaria a valer no 20º dia do mês.
Nesse caso, primeiro vamos calcular o pro rata do antigo valor, dividindo R$ 500 pelos 30 dias do mês, o que equivale a aproximadamente R$ 16,66.
Ao multiplicar por R$ 20, temos a primeira parte do valor: cerca de R$ 333,33.
Depois, vem o cálculo do segundo pro rata: R$ 525 divididos por 30, que é igual a R$ 17,50.
A partir da multiplicação pelos 10 dias restantes, temos o segundo valor, de R$ 175.
Portanto, o valor a ser pago é a soma de R$ 333,33 com R$ 175, ou seja, R$ 508,33.
Financiamento imobiliário
No financiamento imobiliário, pode ser necessário calcular juros pro rata, caso o cliente só precise pagar o valor referente a parte de um mês.
Isso pode acontecer quando o saldo devedor é quitado.
Nesse caso, no mês em que ocorreu a quitação, só é preciso pagar os juros sobre os dias anteriores ao pagamento total do valor devido.
Vamos considerar que uma cliente pagava juros de 6% ao ano sobre o valor de R$ 300 mil.
Logo, em um ano, ele pagaria R$ 18 mil, o que equivale a 1,5 mil mensais.
Porém, a quitação do saldo devedor foi feita no dia 11.
Portanto, naquele mês ele só teria de pagar um terço dos R$ 1,5 mil, ou seja, R$ 500.
Pagamento de salário
Quando um trabalhador é admitido em uma empresa no meio de um mês, seu primeiro salário será equivalente ao período trabalhado.
Por exemplo: um funcionário ganha um salário de R$ 4 mil, mas começou a trabalhar no dia 20.
Por isso, seu salário será referente apenas aos 10 dias restantes, ou seja, a um terço do mês.
O pro rata nesse caso é a divisão dos R$ 4 mil por 30, ou seja, aproximadamente R$ 133,33.
Multiplicando pelos 10 dias de trabalho, chegamos a cerca de R$ 1.333,33.
Divisão de lucros
O pro rata também pode ser usado na divisão do lucro de uma empresa.
Assim, cada acionista ganha a proporção referente à sua participação no negócio.
Por exemplo, imagine uma empresa com um três acionistas:
- O acionista A tem 100 ações
- O acionista B tem 300 ações
- O acionista C tem 600 ações.
Em determinado mês, a empresa rendeu R$ 100 mil de lucro.
Para chegarmos ao pro rata, é preciso dividir o lucro pelo total de 1 mil ações, chegando a R$ 100.
Portanto, cada acionista vai receber a multiplicação de suas ações por 100.
- Acionista A: R$ 10 mil
- Acionista B: R$ 30 mil
- Acionista C: R$ 60 mil.
Quais as vantagens da correção pro rata?
O uso do pro rata pode ser vantajoso tanto para empresas quanto para seus clientes.
A principal vantagem é a possibilidade de se dividir os valores com equilíbrio, garantindo que nenhuma parte seja prejudicada.
Desta forma, é possível se chegar a acordos que dependem de uma divisão proporcional.
Assim, as empresas têm uma maior flexibilidade para comercializar serviços recorrentes.
Além disso, com o exemplo do pro rata em um cálculo de salário, não é preciso esperar o final de um mês para que um funcionário comece a trabalhar.
Já os consumidores têm a garantia de que só vão pagar pelo período de uso de determinado serviço, o que pode representar uma economia.
Além disso, é mais fácil entender o cálculo de um valor proporcional, o que facilita a conferência de pagamentos realizados.
Tipos de pro rata
O pro rata se divide em dois tipos: temporis e die.
Confira agora a definição de cada um e, na sequência, aprenda a calcular cada tipo de situação.
O que é pro rata temporis?
Pro rata temporis significa que a divisão do valor é proporcional a um determinado período de tempo.
Esse intervalo pode ser de dias, meses ou anos, dependendo do contexto.
Portanto, é o tipo mais simples, que inclui boa parte dos exemplos que demos acima.
O que é pro rata die?
O pro rata die é usado no cálculo do quanto de juros é preciso pagar por dia.
Esse tipo de cálculo se aplica quando se tem um valor de juros mensais ou anuais, mas o cliente só precisa pagar um valor referente a determinado número de dias.
Por isso, é muito usado em casos de inadimplência.
Como calcular o pro rata?
Tanto no pro rata temporis quanto no pro diem, o cálculo é simples, como vamos mostrar agora.
Exemplo de cálculo de pro rata temporis
A conta do pro rata temporis é resolvida por meio de regra de três.
A fórmula fica assim:
- [Valor total] = [Período total]
- [Pro rata] = [Período parcial].
Logo:
- [Pro rata] x [Período total] = [Valor total] x [Período parcial].
Vamos considerar um exemplo de um aluguel no valor mensal de R$ 1.000, em que o morador ficou por 12 dias no local.
Nesse caso:
- 1.000 = 30
- [Pro rata temporis] = 12
Portanto, temos:
- 30 x [Pro rata temporis] = 12 x 1.000
- [Pro rata temporis] = 12.000 / 30 = 400.
Portanto, o morador terá de pagar R$ 400 pelo aluguel por 12 dias.
Exemplo de cálculo de pro rata die
O primeiro passo para calcular o pro rata die é dividir a taxa de juros pelo período total ao qual ela corresponde.
Se a taxa for mensal, deve ser dividida por 12, pois é o número de meses no ano.
Se for anual, a divisão é por 365, equivalente ao total de dias.
Depois, o valor deve ser multiplicado pelo número de dias que ela vai incidir.
Para simplificar, vamos a um exemplo:
O cliente precisa pagar R$ 100 pela assinatura de um SaaS, com juros de 15% anuais em caso de atraso.
Como ele atrasou o pagamento por 10 dias, este é o período no qual os juros vão incidir.
Primeiro, vamos calcular o valor dos juros por dia:
- 15% / 365 = 0,041 (aproximadamente).
Multiplicando esse valor pelos dias, temos 0,41% de juros.
Aplicando esse percentual sobre os R$ 300, temos um acréscimo de R$ 1,23 no valor.
Portanto, o valor devido fica em R$ 301,23.
Como automatizar o cálculo pro rata nas cobranças recorrentes?
Neste artigo, você conferiu como o cálculo do pro rata é comum nas cobranças recorrentes.
A realização de tantos cálculos para diversos clientes é uma tarefa bastante trabalhosa, e tomaria bastante tempo do setor financeiro.
E quanto mais a empresa crescer, mais clientes ela terá, o que aumentaria bastante esse trabalho.
No entanto, o sistema inteligente da Vindi pode automatizar todo o processo de cobrança, a partir de valores e juros que você definir.
Com um sistema como esse, você poderá ter a segurança de que seus clientes estão sendo cobrados de uma maneira justa e correta.
Além disso, contamos com um painel de indicadores completo para facilitar a gestão de assinaturas e diversas funcionalidades de combate à inadimplência.
Conheça todas essas vantagens em um teste gratuito na nossa plataforma!