Quando você ouve falar em identidade digital, acha que se trata de uma nova versão do popular RG?

De certa forma está correto pensar assim, mas… ao mesmo tempo, o conceito de “identidade digital” é muito mais do que isso: ela representa uma revolução na nossa identificação virtual e abrange uma série de atividades realizadas na internet.

Neste conteúdo, vamos falar também sobre o RG digital, mas sobretudo explicar a diferença para o que vem por aí na identidade digital.  Você vai saber também como vai funcionar o Documento Nacional de Identificação (DNI) e o que muda na sua vida com isso.

Então, siga a leitura para não ficar de fora!

O que é identidade digital?

Identidade digital é um conceito que envolve toda a atividade de cada indivíduo na internet, criando uma representação única de cada pessoa. Isso vai além de registros históricos como números de documentos e informações cadastrais (como e-mail e senha, por exemplo). Pode se relacionar até mesmo com geolocalização, histórico de buscas, dados biométricos e de uso de determinado aparelho (como smartphones). 

Cada atividade que uma pessoa realiza na internet deixa rastros. Então, quando pensamos no conceito de identidade digital, a ideia é que essas “pegadas” sejam reunidas de uma maneira segura e relevante para auxiliar no momento de validações, gestão financeira, transações financeiras, aberturas de novas contas – dentre outros. 

Tudo isso, claro, com alto padrão de segurança e respeitando a privacidade de cada indivíduo.

“Então, não tem nada a ver com a ideia de um RG digital?”, você pode se perguntar. 

Como a gente destacou lá no início do texto, em parte, tem sim. E para você entender melhor, precisamos explicar o que é DNI.

E o que é DNI, a nova identificação digital? 

DNI é o Documento Nacional de Identificação (DNI), um documento virtual que está em fase de implementação e que tem como objetivo permitir que todos os brasileiros possam ter em um aplicativo de smartphone a comprovação de sua identificação com seus principais registros.

Assim, não será preciso carregar todos os documentos para comprovar sua identificação, seja realizar um cadastro ou ingressar em um local restrito, por exemplo. Portanto, esse app terá mais dados que o RG.

Sua implementação está a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma vez que os dados de biometria coletados dos eleitores brasileiros serão a base do DNI.

Desde maio de 2022, o documento já está disponível para os servidores da Justiça Eleitoral, e a previsão mais recente é que a população em geral terá acesso ao serviço em fevereiro de 2023.

Qual a diferença entre DNI e RG digital?

Ao contrário do DNI, o RG digital não é uma iniciativa nacional, mas estadual. Como a função de emitir carteiras de identidade é de responsabilidade dos estados, alguns oferecem uma versão virtual do documento que, como o nome diz, serve como documento de identidade porém não substitui outros documentos, como o DNI.

O RG digital pode substituir o RG físico para várias finalidades, inclusive voos domésticos.

São Estados que oferecem o RG digital (até agosto de 2022):

  • Alagoas
  • Distrito Federal
  • Goiás
  • Pará
  • Paraíba
  • Rio de Janeiro
  • São Paulo.

Da mesma forma, existem também versões virtuais do título de eleitor e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH)Todas serão incluídas no DNI, como vamos mostrar no próximo tópico.

Quais documentos podem integrar o DNI?

O DNI poderá substituir todos os principais documentos:

  • RG (identidade)
  • CPF
  • Título de Eleitor
  • Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
  • Número NIS/PIS/Pasep
  • Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
  • Certificado Militar
  • Identidade profissional (expedida por órgãos de classe como OAB para advogados e CRM para médicos)
  • Carteira Nacional de Saúde.

Por meio do vínculo com a plataforma gov.br, o documento possibilitará o acesso remoto a serviços que atualmente exigem o comparecimento a órgãos públicos como INSS e Receita Federal.

Como a identidade digital pode revolucionar o mundo como conhecemos

Pelo que vimos até aqui, então, a identidade digital é um conceito mais amplo do que um documento de existência apenas eletrônica. E algo assim não chega às nossas vidas sem provocar uma verdadeira revolução.

A expectativa é que situações comuns no dia a dia sejam bastante alteradas. Vamos entender melhor com os exemplos abaixo.

Compras online mais seguras

Compras por sistemas de delivery são uma realidade antiga, mas a internet facilitou e popularizou bastante esse processo. Quando veio a pandemia, já existiam plataformas de pagamentos capazes de dar mais segurança na hora do pagamento. E, mesmo com a abertura do comércio, um quarto dos brasileiros pretende seguir comprando online todos os dias, segundo pesquisa da Edelman.

Porém, ainda não há uma maneira de comprovar a identidade do comprador. O sistema de biometria do DNI poderá realizar a comprovação de identidade a distância, tornando o e-commerce e serviços de delivery mais seguros.

O mesmo vale para outras atividades com transações financeiras na internet, como abertura de contas e transferência de dinheiro.

Menos fraudes (e injustiças)

Além de facilitar a vida do cidadão, a identidade digital deve agrupar todas as informações e movimentações online sobre uma pessoa. Isso reduz a praticamente zero os chamados casos de duplicidade, em que uma pessoa possui mais de um RG e CPF e usa esses dados para fraudes em empréstimos e compras a prazo.

Por outro lado, também ajudará a evitar que uma pessoa inocente seja presa por homonímia (ou seja, por ter o mesmo nome de um criminoso).

A revolução já começou: Estônia, o país mais digitalizado do mundo

Na Estônia, um pequeno país do Leste Europeu entre a Rússia e o Oceano Báltico, o sucesso de um projeto nos mesmos moldes do DNI já levou a nação a um nível mais avançado de desenvolvimento. Lá, é possível ter acesso a mais de 500 serviços públicos de forma remota, justamente graças à vantagem de comprovar a identificação via internet.

Identidade digital é um conceito já adotado na Estônia

Estônia, que tem pouco mais de 3 milhões de habitantes, é um dos países mais digitalizados do planeta (Foto: Mari Mur/Unsplash)

Um bom exemplo disso são as eleições: os estonianos podem votar sem sair de casa. Tudo isso é possível graças ao sistema de identificação que agrupa todas as informações relevantes de cada cidadão. É um passo adiante em relação ao que o DNI se propõe.

Um dos motivos de todo esse sucesso é a transparência desse modelo. Cada cidadão pode facilmente conferir todos os órgãos públicos e até empresas privadas que tiverem acessado suas informações pessoais. Além disso, a Estônia investiu na modernização do seu sistema educacional, com o ensino de novas tecnologias desde os primeiros anos

Sem contar que o projeto da identidade digital da Estônia vem da década de 2000, quando a internet começava a fazer parte das nossas vidas. Portanto, teve décadas de desenvolvimento até chegar ao nível atual.

Identidade digital e LGPD

No Brasil, a implementação de algo próximo do que acontece na Estônia precisa atender a pontos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). E, para entendermos essa relação, cabe mencionar um conceito de identidade digital que não depende de entidades governamentais.

Até aqui, nós falamos sobre o DNI, que podemos considerar uma identidade digital oficial. Mas, no meio empresarial, identidade digital é como se chama o conjunto de informações sobre uma pessoa que podem ser usados por empresas, como estratégias de mercado.

Devido ao avanço desse tipo de prática, a LGPD foi implementada no Brasil em 2018. Seu objetivo é garantir que os clientes estejam cientes da utilização de seus dados, que podem ser:

  • Pessoais: dados de identificação, localização pelo GPS, endereço do IP e cookies
  • Sensíveis: informações pessoais como cor, raça, sexualidade, religião, preferência política, filiação a alguma entidade, dados genéticos ou biométricos
  • Públicos: qualquer dado com autorização do titular para ser publicizado
  • Anonimizados: passam pela remoção ou modificação de informações.

Por ser baseado na biometria, o DNI terá dados sensíveis da populaçãoPortanto, para se adequar aos moldes da LGPD, a identidade digital terá de manter todas essas informações seguras.

Benefícios da identidade digital

O assunto identidade digital ainda é muito recente no Brasil e, por isso, levanta diversas dúvidas. Mas também já há algumas certezas, como os muitos benefícios esperados – o que também vale para a implementação do DNI em nosso país.

Veja alguns exemplos:

  • Segurança: com tecnologia de validação biométrica e biográfica, a identidade digital será à prova de fraude, dando mais tranquilidade inclusive se o celular do titular da conta estragar, for roubado ou perdido
  • Desburocratização: será possível acessar serviços e se identificar de forma remota, reduzindo o número de entraves burocráticos nas mais diversas situações
  • Praticidade: o DNI torna desnecessário andar com documento físicos, evitando transtornos a um motorista que esteja sem sua CNH, por exemplo
  • Integração: a nova tecnologia vai ajudar a integrar mais os sistemas estaduais, hoje responsáveis pela emissão do RG de seus cidadãos
  • Modernização: o sistema de identificação vai ajudar as administrações públicas locais a trabalharem de forma mais ágil, principalmente os órgãos de segurança pública
  • Sustentabilidade: a emissão do DNI segue a tendência da digitalização de documentos, que ajuda a evitar o consumo desnecessário de matérias-primas como o papel
  • Economia: não será mais necessário andar sempre com os documentos físicos, o que reduz as chances de precisar gastar dinheiro com a emissão da segunda via de algum documento perdido, furtado ou inutilizado.

Neste artigo, procuramos esclarecer tudo o que se sabe sobre identidade digital. E, para quem tem um negócio, é fundamental ficar por dentro das novidades e os impactos que elas geram.

Se é o seu caso, fique atento para fazer dessa revolução uma oportunidade de crescimento.

Para você, temos mais uma dica: conheça a Vindi, uma plataforma completa para pagamentos digitais e presenciais.

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