Pensando em usar a ordem de pagamento para enviar ou receber dinheiro? Então é bom entender e avaliar as suas possibilidades deste documento, que, embora bastante tradicional, vem perdendo espaço para formas mais modernas e seguras.

Hoje, ordem de pagamento é uma alternativa para fazer pagamentos ou receber dinheiro sem precisar de uma conta bancária. Nesse sentido, vale destacar que 38,5% da população adulta brasileira não tem conta bancária — os chamados “desbancarizados” —, segundo um levantamento feito pela Brink’s e pela Fundação Dom Cabral. Ou seja, não são poucos aqueles que precisam de alternativas que não dependam da conta em banco

Para usar a ordem de pagamento, é preciso emiti-la junto a uma instituição financeira com a quantia desejada. Em seguida, o beneficiário pode sacar o dinheiro na agência escolhida, apresentando apenas seu documento de identidade.

Não sabe muito sobre a ordem de pagamento e quer entender como funciona na prática? É só seguir a leitura para conferir todas as dicas e informações sobre o tema neste guia que preparamos. 

O que é ordem de pagamento?

A ordem de pagamento, ou ORPAG, é uma forma de enviar ou receber dinheiro por meio de um banco sem precisar de uma conta bancária. Na prática, funciona como uma autorização para que um terceiro saque uma determinada quantia ou receba um cheque no banco, como se fosse uma transferência para um não correntista.

Apesar de estarmos falando sobre um documento tradicional no mercado, talvez você não esteja muito familiarizado com ele. O motivo é simples: não é um meio de pagamento muito comum hoje em dia, já que existem várias outras opções mais práticas, modernas e seguras – dentre elas, as transferências bancárias, boletos, cartões de débito e crédito, links de pagamento, carteiras digitais e, recentemente, o Pix.

No entanto, a velha ORPAG ainda é útil em algumas situações, como veremos ao longo deste artigo.  

Por enquanto, vale entender que a ordem de pagamento é um serviço oferecido pelo banco quando é preciso enviar ou receber dinheiro de uma pessoa que não possui conta bancária – os chamados “desbancarizados”. 

O tradicional cheque, por exemplo, é considerado uma “ordem de pagamento à vista”, enquanto o DOC significa “Documento de Ordem de Crédito”. Mas, quando falamos apenas em “ordem de pagamento”, estamos nos referindo a esse serviço de pagamentos que não passa por nenhuma conta bancária e que podem ser emitidos e sacados por qualquer pessoa – seja ela física ou jurídica.

Qual é a diferença entre ordem e promessa de pagamento?

A principal diferença entre a ordem e a promessa de pagamento é que, na primeira, é possível que a obrigação seja cumprida por terceiros, enquanto a segunda só pode ser cumprida pelo próprio emitente do título. Além disso, a ordem envolve uma instituição, enquanto a promessa pode ser feita somente entre duas partes.

Imagine que, ao emitir uma ordem de pagamento, você está envolvendo três agentes:

  • O sacador ou emitente, que é quem dá a ordem para outra pessoa pagar (geralmente, uma instituição financeira)
  • O sacado, que é quem recebe a ordem e precisa cumpri-la
  • E o beneficiário, que é quem vai receber o valor após o pagamento da ordem.

Já a promessa de pagamento tem apenas duas pessoas envolvidas:

  • O sacado, que promete fazer o pagamento
  • O beneficiário da promessa, que receberá o dinheiro nas condições acordadas.

Um exemplo clássico de promessa de pagamento é a nota promissória, que é um documento em que uma pessoa confessa uma dívida e promete fazer o pagamento no valor e prazo determinados.

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Para que serve a ordem de pagamento?

Como já destacamos, a ordem de pagamento serve basicamente para enviar ou receber valores sem precisar de uma conta bancária. Se a ideia é realizar um pagamento para uma pessoa que não possui conta em banco, por exemplo, basta preencher uma ordem de pagamento com os dados do beneficiário.

Depois da emissão, o beneficiário pode sacar pessoalmente a quantia enviada no banco, em dinheiro ou cheque, apresentando apenas seu documento de identificação.

O uso da ORPAG era mais comum no passado, quando não havia meios de pagamento digitais e as pessoas, então, usavam esses formulários para transferir dinheiro de uma cidade para outra, por exemplo. Isso não significa, no entanto, que a ordem de pagamento não seja mais necessária em nenhum caso – é o que veremos agora.

Em quais situações se utiliza?

Na dúvida sobre quando recorrer a esse formato? Para facilitar, a ordem de pagamento é utilizada principalmente nas seguintes situações:

1. Pagamento de verbas rescisórias

Na rescisão de contrato de trabalho, a empresa pode usar uma ordem de pagamento para acerto de contas com o ex-funcionário, caso ele não possua conta bancária.

2. Remessa de valores ao exterior

Um dos principais usos da ordem de pagamento é para fazer transferências ao exterior, utilizando o serviço de remessa internacional dos bancos.

3. Pagamento de serviços

Quem contrata um serviço de um prestador que não possui conta bancária também pode usar a ordem de pagamento como alternativa, principalmente se não estiver na mesma cidade.

4. Reembolso de compras

Algumas empresas utilizam a ORPAG para reembolsar clientes que cancelaram uma compra paga com boleto e não possuem conta para o estorno via depósito bancário.

Note que, na maioria dos casos, utiliza-se a ordem de pagamento só quando não há outra opção. Felizmente, já existem soluções mais práticas, seguras e confiáveis para enviar e receber pagamentos entre pessoas e empresas – e os recursos da Vindi são uma ótima prova disso.

Tipos de ordem de pagamento

Há diferentes tipos de ordens de pagamento que podem ser usadas para transferir valores. Confira os mais comuns: 

Cheque de ordem de pagamento

O cheque de ordem pagamento é uma das formas mais comuns de ORPAG. Nada mais é do que um cheque emitido pelo banco do remetente com o valor a ser pago ao beneficiário – no caso, o cheque pode ser internacional e emitido tanto em real quanto nas seguintes moedas estrangeiras:

  • Dólar Americano (USD)
  • Euro (EUR)
  • Dólar Australiano (AUD)
  • Libra Esterlina (GBP)
  • Dólar Canadense (CAD).

Lembrando que eles devem ser sacados no país correspondente à moeda. 

No caso dos pagamentos ao exterior, a troca só pode ser feita em instituições credenciadas e é cobrado IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) de 0,38% sobre o valor total. Além disso, há um prazo de 45 dias para liberar recursos de cheques acima de 1,5 mil dólares – abaixo desse valor, o dinheiro é liberado na hora.

Ordem de pagamento cruzada

Uma ordem de pagamento cruzada segue a mesma lógica do cheque cruzado: as linhas traçadas sobre o documento indicam que deve ser depositada em uma conta bancária. Nesse caso, a ideia é evitar o saque em dinheiro e tornar o processo mais seguro. 

Mas, no fim das contas, pode não valer muito a pena, já que há outras opções melhores quando o recebedor tem conta bancária. 

Ordem comercial

A ordem comercial é um tipo de ORPAG semelhante a um cheque comum, mas emitido por uma pessoa jurídica para uma conta bancária no exterior. Resumindo, é um tipo de transferência internacional voltada exclusivamente a empresas. 

Como funciona a ordem de pagamento na prática?

Na prática, a ordem de pagamento é um documento que você preenche para enviar determinada quantia a alguém. Para isso, é preciso escolher um banco que ofereça o serviço e ficar atento às regras.

Em algumas instituições financeiras, o beneficiário não pode ser correntista para receber uma ORPAG. Em um formulário padrão, é preciso preencher os seguintes dados:

  • Operação (moeda, valor, data de cotação)
  • Remetente (nome, endereço, CPF, telefone, etc)
  • Beneficiário (nome, endereço, CPF, telefone, etc)
  • Dados bancários do beneficiário (se houver)
  • Agência de destino para o saque da ordem.

Depois de preenchida, a ORPAG é emitida pelo banco e o valor fica disponível para ser sacado pelo beneficiário em até 48 horas. No Banco do Brasil, por exemplo, pode-se enviar dinheiro e o recebedor retirá-lo no mesmo dia em qualquer agência – no entanto, esse prazo pode se estender até sete dias caso aconteça algum problema como erros de preenchimento.

Na hora de sacar, o beneficiário deve apresentar um documento de identificação com foto, como RG ou CNH. O preço varia conforme o banco, mas a média é de R$ 25 para pessoa física e R$ 30 para pessoa jurídica.

Como fazer ordem de pagamento internacional?

O processo para fazer uma ordem de pagamento internacional se parece com o nacional. Entretanto, ela pode ser emitida em casas de câmbio e bancos.

Por um lado, o serviço bancário oferece mais praticidade porque pode ser feito online. Por outro, os bancos costumam cobrar tarifas mais altas e ter prazos mais longos para fazer a remessa internacional.

Na hora de preencher a ORPAG, será preciso informar dados como IBAN (International Bank Account Number) e código do banco (código SWIFT) onde será feito o saque. Também há um campo específico para informar se eventuais despesas externas ficarão por conta do remetente ou do beneficiário. 

Além disso, a ordem de pagamento internacional é formalizada com um contrato de câmbio.

Como receber ordem de pagamento?

Para receber uma ordem de pagamento emitida em seu nome, você só precisa ir até uma agência da instituição bancária responsável pela transação, apresentar um documento de identificação com foto e informar qual é o número da ordem. No caixa, você poderá optar por sacar o dinheiro em espécie ou em cheque, dependendo do que for mais conveniente.

Na maioria dos bancos, o valor da ordem de pagamento fica disponível para retirada do beneficiário no mesmo dia em que foi emitida ou em até 48h.

Outro detalhe importante é que algumas instituições, como o Banco do Brasil, não emitem ordem de pagamento para beneficiários que forem correntistas.

Como receber ordem de pagamento do exterior?

Existem vários bancos que oferecem o serviço de emissão e recebimento de ordem de pagamento no exterior. Nesse caso, o valor da transferência é convertido para a moeda local do beneficiário de acordo com a taxa de câmbio registrada no momento da operação.

De resto, o processo é o mesmo: o beneficiário deve comparecer à agência da instituição no país em que se encontra e, então, apresentar seu documento de identificação e o número da ordem para fazer a retirada do valor.

É importante apenas ficar atento às regras e horários de funcionamento das agências bancárias em outros países.

Como declarar ordem de pagamento do exterior?

Se você está entre os brasileiros obrigados a declarar o Imposto de Renda (aqueles que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano),você deve declarar ordens de pagamento recebidas do exterior.

Para isso, deve seguir os passos abaixo:

  • Instale o programa da Receita do ano ou baixe o aplicativo Meu Imposto de Renda
  • Vá até a seção “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física e do Exterior
  • Clique em “Novo” e então em “Outras informações”
  • No campo “Exterior”, coloque o valor recebido do exterior em cada mês, já convertido para reais
  • Depois, entre na ficha “Imposto Pago / Retido” e, no item 2, coloque o imposto que você pagou no exterior (lembrando que se o dinheiro veio dos EUA ou outro país com acordo comercial, é possível compensar o imposto para evitar bitributação).

Além disso, existem alguns casos em que você precisa declarar o envio de ordem de pagamento ao exterior, caso tenha feito uma remessa de dinheiro para outro país. Se você enviou dinheiro para fazer uma doação, por exemplo, precisará declarar esse valor na ficha “Doações Efetuadas” e recolher um imposto entre 15% e 20%.

Agora, se enviou dinheiro ao exterior para pagar por serviços, pode usar a ficha “Pagamentos Efetuados” e escolher uma categoria de empresa estrangeira para declarar a despesa.

Como saber se há uma ordem de pagamento no seu CPF ou CNPJ?

Não há um único local onde você possa consultar se existe alguma ordem de pagamento no seu CPF, pois a existência dessas pendências depende de várias situações. Por exemplo, existem empresas que emitem ordens de pagamento para pagar as verbas rescisórias aos seus funcionários recém-demitidos, caso eles não tenham uma conta bancária para receber os valores.

Nesse caso, o trabalhador desligado tem que entrar em contato com a empresa e com a instituição financeira responsável pelo pagamento para se informar sobre a data e o valor, caso não receba uma notificação do ex-empregador.

Outra situação é quando o consumidor cancela uma compra e precisa receber um reembolso, mas não tem conta bancária. Nesse caso, a empresa também fica responsável por informar sobre a liberação do dinheiro e indicar em qual agência bancária ele deve ser sacado.

Há ainda casos em que trabalhadores se esquecem de sacar valores aos quais têm direito, como abonos salariais do PIS/PASEP e pagamentos do INSS. Nesse contexto, a saída é consultar se existem ordens de pagamento pendentes em aplicativos como Meu INSS e Caixa Tem.

Um último exemplo é o site Valores a Receber do Banco Central, que mostra se você tem algum dinheiro a receber em bancos e em outras instituições. Esses valores são contabilizados no fechamento de contas, e tarifas cobradas indevidamente, saldos abandonados em contas bancárias, etc.

No caso, o site oferece a devolução dos valores por Pix ou transferência bancária (TED ou DOC), mas, se a pessoa não tiver esses meios, pode entrar em contato com a instituição financeira responsável e solicitar uma ordem de pagamento.

Quanto tempo uma ordem de pagamento fica disponível no banco?

Normalmente, a ordem de pagamento liberada fica disponível para saque no banco por até 7 dias úteis. Se o dinheiro não for retirado até esse prazo, ele volta para o emissor e precisa ser enviado novamente em uma nova ordem.

Vale a pena usar esse tipo de ordem para pagamentos?

A resposta para essa pergunta vai depender do seu objetivo com a ordem de pagamento. 

Como vimos ao longo do texto, a ORPAG ainda é útil em algumas situações nas quais o beneficiário não possui conta bancária. Para todos os outros casos, existem opções mais seguras, rápidas e confiáveis, como a própria transferência digital – considerada a substituta das ordens de pagamento.

Isso não significa que a ORPAG seja totalmente dispensável. No entanto, vale lembrar o dado que trouxemos na abertura do artigo, indicando que existem ainda 45 milhões de desbancarizados no Brasil – logo, é preciso ter uma alternativa para enviar e receber dinheiro sem passar pela conta bancária. 

Por outro lado, a tendência é que cada vez mais os pagamentos sejam digitalizados, já que não faltam soluções mais ágeis e econômicas do que uma ORPAG.  Para você ter uma ideia, os pagamentos por Pix cresceram mais de 1.000% em 2022 e 51 milhões de brasileiros já preferem fazer transferências com esse sistema, segundo dados do Banco Central publicados na InfoMoney.

Então, há grandes chances de a ordem de pagamento ficar em segundo plano e crescer o espaço para as inovações em meios de pagamento nos próximos anos. 

Receba pagamentos de maneira segura

Agora você sabe exatamente o que é uma ordem de pagamento e como ela funciona. Se a ideia é receber com segurança e agilidade, é melhor conferir as soluções completas que a Vindi oferece para gerenciar pagamentos recorrentes no seu negócio.

Trabalhamos com os mais diversos métodos de pagamento para atender sua empresa, incluindo boletos e todas as bandeiras de cartão de crédito. Além disso, oferecemos várias integrações com seus sistemas (ERP, notas fiscais, antifraude, etc) e uma plataforma única com recursos de controle de inadimplência, gestão de assinaturas, relatórios em tempo real e muito mais.

Então, ficou claro quando a ordem de pagamento ainda é útil? Para não ter mais dúvidas sobre meios de pagamento, fale com um especialista e escolha o melhor ecossistema de pagamentos digitais e presenciais.

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