O Open Insurance promete representar uma inovação sem precedentes no mercado brasileiro de seguros.

Por meio de compartilhamento de dados, a plataforma vai integrar as principais organizações do ramo no país.

Segundo reportagem do Valor Econômico, as associações participantes correspondem a mais de 90% das receitas no setor.

Enquanto as vantagens são evidentes, há por outro lado uma preocupação com a segurança, principalmente em relação aos dados dos usuários.

Porém, o sistema conta com uma regulamentação rígida em relação a isso, dando total autonomia aos consumidores, que poderão escolher quais informações pretendem disponibilizar.

Se você quiser saber o que essa iniciativa representa na prática, leia este texto até o final e fique por dentro do desenvolvimento do Open Insurance.

O que é Open Insurance?

Open Insurance segue as premissas do open finance sobre o compartilhamento das informações dos segurados entre seguradoras.

Open Insurance é um sistema de compartilhamento de dados e serviços entre empresas e instituições relacionadas ao mercado de seguros e consumidores.

Atualmente em desenvolvimento, a plataforma está relacionada ao Open Finance, que deverá englobar também outros tipos de soluções.

Este também é o caso do Open Banking, uma iniciativa semelhante, porém voltada a soluções bancárias.

O projeto é regulamentado e supervisionado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), um órgão federal vinculado ao Ministério da Fazenda.

A vinculação das informações é realizada por meio de APIs, ou seja, conjuntos de padrões de programação que interligam sistemas diferentes.

Desta forma, todas as empresas poderão compartilhar informações entre si.

Os clientes terão a opção de dar ou não o consentimento para o compartilhamento de seus dados.

Com a devida autorização, as informações serão protegidas por um sistema de segurança implementado pelas companhias participantes sob a supervisão da Susep.

O órgão federal será responsável por realizar auditorias para garantir a conformidade em relação às normas estabelecidas.

O Open Insurance tem seu funcionamento respaldado e regulamentado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e por dois instrumentos regulatórios:

Para entender melhor o novo sistema, siga a leitura e saiba por que ele está sendo desenvolvido.

Qual o objetivo do Open Insurance?

O principal objetivo do Open Insurance é melhorar a oferta de serviços ao consumidor e aumentar a segurança das companhias.

A ideia é permitir que os consumidores possam contratar soluções personalizadas.

Com o auxílio de sistemas de inteligência artificial, o sistema poderá otimizar a precificação para que o usuário pague um valor de acordo com suas necessidades e seu poder aquisitivo.

Assim, ao aceitar ter seus dados compartilhados, o consumidor terá acesso a uma variedade grande de opções já direcionadas para sua realidade.

Além disso, o sistema também busca reduzir a incidência de fraudes no setor, a partir da detecção de padrões suspeitos em dados de consumidores.

Portanto, tanto as empresas quanto seus clientes têm a ganhar quando a plataforma for lançada.

Siga a leitura para saber quando isso deve acontecer.

Implementação do Open Insurance no Brasil

O processo de implementação do Open Insurance no Brasil é dividido em três fases.

  • Fase 1: é denominada Open Data (dados abertos), pois envolve o compartilhamento dos dados públicos das empresas e instituições participantes
  • Fase 2: inclui o compartilhamento de dados cadastrais e movimentações dos usuários
  • Fase 3: abrange diversos regramentos técnicos para viabilizar o funcionamento do ambiente.

Ao final de 2023, a segunda etapa está em execução.

Desde agosto, as organizações participantes estão desenvolvendo e testando as APIs que permitem o compartilhamento dos dados.

De acordo com o cronograma unificado das etapas 2 e 3, os trabalhos da segunda fase devem prosseguir até abril de 2024.

A previsão é que, no final de novembro de 2024, os trabalhos da terceira etapa já estejam concluídos.

No entanto, ainda não há uma previsão de lançamento oficial.

A partir dos dados de desenvolvimento, já podemos ter uma ideia de como será o funcionamento do sistema, como vamos mostrar no próximo tópico.

Como funcionará o Open Insurance?

O lançamento da plataforma está previsto para o final de 2024 e seu funcionamento deve ser integrado via API.

O funcionamento do Open Insurance será totalmente integrado, por meio das APIs em desenvolvimento.

Antes do primeiro acesso, o consumidor será questionado se consente com o compartilhamento de dados.

Caso aceite, poderá escolher quais informações serão disponibilizadas e por quanto tempo.

Pode ser que o cliente aceite compartilhar o seu histórico de pagamentos de prêmios e dados de apólices e títulos de capitalização adquiridos, mas não dê acesso aos sinistros ocorridos, por exemplo.

Além disso, será possível escolher se os dados ficarão acessíveis para todas as organizações ou apenas algumas à sua escolha.

A partir do acesso, ele poderá conferir ofertas de diversas soluções personalizadas em uma única plataforma.

Já as seguradoras poderão conferir dados históricos de novos clientes, compartilhados por outras instituições – caso ele tenha consentido.

Essa tecnologia deverá proporcionar uma série de vantagens aos consumidores.

Quais os benefícios do Open Insurance?

Veja a partir de agora alguns dos benefícios da implantação do Open Insurance para seguradoras e consumidores.

Contratação facilitada

Atualmente, para contratar uma seguradora, os consumidores precisam fazer pesquisas e simulações em várias companhias diferentes.

No entanto, o Open Insurance vai apresentar uma série de alternativas ao consumidor em uma única plataforma, tornando a escolha facilitada.

Maior taxa de conversão

Além de beneficiar o consumidor, a facilidade na contratação será positiva para as próprias seguradoras.

Afinal, um público mais amplo e com maior potencial de conversão terá acesso às soluções da companhia.

Mais segurança

O sistema vai possibilitar o registro de informações em tempo real, dificultando assim a ação de fraudadores.

Além disso, a inteligência artificial vai possibilitar a análise de dados em grandes quantidades, podendo indicar padrões de comportamento diferentes do habitual, que podem ser indícios de fraudes.

Compliance

Todo o sistema será regulamentado e monitorado pela Susep.

Por isso, as empresas e instituições terão uma segurança maior em relação ao cumprimento das normas de compliance ao participarem do sistema.

Somente por essas vantagens listadas acima, já é possível identificar o impacto que o Open Insurance vai causar no mercado de seguros.

É importante que as companhias deste ramo sigam buscando inovação em todos os aspectos.

E a cobrança é um dos pontos essenciais.

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