Metaverso é um conceito que vem ganhando cada vez mais importância no mundo dos negócios. Empresas de grande porte investem muito dinheiro para marcar presença nesses espaços, que vêm sendo ocupados por visitantes do mundo inteiro. Mas você sabia que já tem muita gente ganhando – e gastando – dinheiro dentro de metaversos?

Para se aventurar nessa ideia, é preciso compreender alguns conceitos – por exemplo, você sabia que existem vários metaversos, e que os formatos variam bastante? Para se ter uma ideia, em alguns deles é possível até mesmo comprar terrenos (que podem ganhar ou perder valor, assim como ocorre na vida real!). .

Se você quiser saber tudo o que precisa sobre o metaverso, leia este artigo até o final. Vamos explicar o significado, a origem e o funcionamento dessas plataformas, e mostrar como o dinheiro circula por elas.

Acompanhe!

O que é metaverso?

Metaverso é um ambiente virtual coletivo, em que várias pessoas podem interagir entre si e com marcas. Para isso, os usuários usam avatares – ou seja, representações de si mesmos dentro deste ambiente.

O objetivo pode variar de acordo com cada plataforma. Em geral, a ideia é tornar a experiência de navegação pela internet mais imersiva com uso de tecnologias como inteligência artificial, realidade aumentada e realidade virtual.

É importante destacar que não existe apenas um metaverso, mas diversos espaços criados por diferentes empresas ou programadores independentes. Muitas pessoas fazem essa confusão por causa da grande repercussão da iniciativa do executivo Mark Zuckerberg, que mudou o nome de sua empresa de Facebook para Meta.

Em outubro de 2021, a companhia anunciou o investimento de US$ 10 bilhões na criação de seu próprio metaverso. Nos últimos anos, temos visto diversas empresas e iniciativas independentes também apostando nessa ideia, com diferentes ideias de aproveitar a tecnologia para se aproximar do público-alvo.

Quando surgiu o metaverso?

A ideia do metaverso é recente, e ainda há muito espaço para crescimento junto com as inovações da tecnologia. Porém, o conceito não é tão novo assim.

O termo “metaverso” apareceu pela primeira vez para o público em 1992 no livro de ficção científica Snow Crash, do estadunidense Neal Stephenson. Na obra, ele é exatamente o que se tornou: uma realidade virtual onde as pessoas interagem por meio de avatares.

Três anos mais tarde, foi lançado o Active World, uma plataforma em que os usuários podiam se logar para explorar ambientes em 3D criados por outros usuários. Já em 2003 surgiu o Second Life, uma plataforma de simulação da vida real pela internet: este exemplo se aproximou mais da ideia atual ao apresentar um grande mundo que o jogador poderia percorrer livremente.

Outros ambientes surgiram, principalmente jogos como Fortnite e Minecraft, até que o anúncio de Zuckerberg aumentou a repercussão em torno do conceito.

Como funciona o metaverso?

Cada metaverso funciona dentro do conceito de mundo aberto: um ambiente físico com um mapa em que os usuários podem percorrer e interagir entre si. Como as características destes espaços dependem da proposta de cada plataforma, não existe uma única resposta para esta pergunta.

Hoje em dia, uma boa parte é destinada a jogos online. Existem também plataformas destinadas a lazer, consumo e até mesmo ambientes corporativos virtuais para uso profissional.

O uso de tecnologias também depende de cada plataforma – a maioria pode ser acessada com um computador ou dispositivo móvel. Em alguns casos, dispositivos de realidade virtual ajudam a aumentar a imersão no ambiente, para que o usuário realmente se sinta parte de um universo diferente.

Por exemplo, um artista pode fazer uma apresentação musical e o usuário pode assisti-la usando óculos de realidade virtual. O mesmo aparelho também pode servir para que um grupo de colegas realize uma reunião de trabalho à distância, conversando e apresentando conteúdo multimídia.

Para que serve o metaverso?

Em resumo, o principal objetivo do metaverso é usar a internet para aproximar pessoas. A forma como essa aproximação acontece vem sendo cada vez mais abrangente, com o avanço da tecnologia.

O metaverso surgiu com o objetivo de permitir uma exploração de um mundo diferente e a interação com outras pessoas, como se estivessem fisicamente próximas. Portanto, era uma ideia de exploração e socialização, pegando carona na empolgação das pessoas com as novidades da internet.

Como este conceito evoluiu gradativamente a partir de várias iniciativas distintas, a finalidade ficou cada vez mais abrangente. Portanto, o metaverso pode ter várias aplicações. Muitas delas têm foco em videogames, reunindo vários avatares de jogadores em um grande ambiente, enquanto as iniciativas recentes da Meta surgiram para aproximar os colegas de trabalho em ambientes corporativos.

Além disso, muitas empresas têm aproveitado esses ambientes para fazerem vendas, tanto de itens virtuais quanto físicos. 

A tecnologia de blockchain, criada para registrar transações com criptomoedas e posses de bens virtuais sem a necessidade de um servidor, também aumenta as possibilidades comerciais do metaverso. Com ela, é possível comprar e vender NFTs (Non Fungible Tokens, ou tokens não fungíveis), itens digitais exclusivos que uma pessoa pode registrar no blockchain.

Outra iniciativa mais recente do metaverso é o metacommerce, que leva a ideia do e-commerce para dentro dessas plataformas. Consumidores já podem comprar produtos virtuais, como adereços e artefatos para seus avatares, ou até mesmo reais (vamos falar mais sobre isso ao final deste artigo).

Artistas como Ozzy Osbourne e Snoop Dogg já fazem apresentações musicais, e até comícios de políticos já foram realizados dentro de metaversos. Ou seja, é a mesma ideia de aproximação sem a necessidade de contato físico, mas com cada vez mais possibilidades diferentes.

Exemplos de metaverso

Para ajudar a entender o conceito de metaverso, vamos mostrar alguns exemplos de plataformas em formatos diferentes.

Horizon Worlds

O metaverso criado pela Meta é o mais badalado da internet, embora não seja um dos principais da atualidade. Para acessar, é preciso usar o óculos de realidade virtual Meta VR, fabricado e vendido pela empresa.

Porém, a empresa anunciou que em breve irá dispensar a necessidade do equipamento, em uma versão com algumas limitações.

O Horizon Worlds é um metaverso centralizado, isto é, é controlado pela empresa responsável por sua criação. Participantes da plataforma podem interagir entre si e percorrer vários mundos por meios de portal, mas precisam seguir uma série de regras (sob risco até de expulsão). 

MetaEXP

Este metaverso é baseado no jogo GTA V e, ao contrário do Horizon Worlds, o MetaEXP tem elementos de descentralização via blockchain. Isso significa que, embora existam regras, elas são mais flexíveis.

O formato da plataforma é o chamado “play-to-earn” (jogar para receber, em uma tradução livre), que permite ao usuário monetizar a experiência do game. No caso, é usada a criptomoeda CRPLAY e, para ganhar dinheiro, o jogador pode trabalhar no serviço público ou na iniciativa privada, ou até mesmo atuar no submundo, participando de grupos criminosos – inclusive é possível aplicar golpes em outros participantes.

Decentraland

Como indica o nome, este é um metaverso totalmente descentralizado que foi construído na blockchain da criptomoeda Ethereum (ETH) e tem uma criptomoeda nativa, a MANA.

Um dos principais metaversos existentes, o Decentraland foi criado para finalidades diversas, que vão desde a negociação de ativos digitais até exposições de artes.

Ele é dividido em pequenos terrenos em NFTs, que podem ser adquiridos por qualquer pessoa. Assim, o usuário investe para valorizar seu bem virtual, podendo ganhar dinheiro real desta forma – afinal, criptomoedas como a MANA são usadas em transações no mundo real e podem ser trocadas por qualquer moeda.

Assim como o exemplo anterior, o Decentralized também conta jogos do tipo “play-to-earn”, em que o gamer pode ser remunerado com criptomoedas ou NFTs.

The Sandbox

Este metaverso também é totalmente descentralizado e dividido em mapas, como o Decentraland. Sua criptomoeda nativa é o SAND, e a dinâmica é bem semelhante à do Decentraland.

Grandes empresas de vários setores – além do rapper Snoop Dogg – já compraram terrenos no Sandbox e construíram espaços para promoverem suas marcas.

Como entrar no metaverso?

A maneira de entrar em um metaverso depende do tipo e da plataforma. Enquanto alguns metaversos são bem simples de entrar, outros são mais complexos.

Para dar alguns exemplos, vamos falar sobre as formas de entrar nos quatro metaversos que mostramos no tópico anterior. Por ser um metaverso centralizado, o Horizon Worlds é bem simples de entrar – desde que você tenha o óculos especial, como explicamos acima.

Com o equipamento, basta acessar o site e informar seu login e senha do Facebook. Outros metaversos centralizados, como os jogos Roblox e Minecraft, também são bem fáceis e muito acessados por crianças e adolescentes.

Já o MetaEXP tem um processo mais complexo: é preciso primeiro comprar o jogo GTA V para, depois, fazer o download de softwares que basicamente transformam o game em um jogo online. A partir desta modificação, o jogador precisa entrar no servidor do metaverso.

Já as plataformas totalmente descentralizadas, como Decentraland e Sandbox, exigem que o usuário tenha uma carteira digital que armazene criptomoedas e NFTs. Porém, se você quiser experimentar a sensação de percorrer um metaverso, pode entrar no Decentralized como um convidado, sem vincular a carteira digital.

É claro que a experiência é bem limitada, mas vale para matar a curiosidade.

Como investir no metaverso?

Se você leu até aqui, já sabe que há inúmeros tipos de metaverso com características diferentes. Portanto, também há diferentes formas de investir.

Para investir em um metaverso centralizado, é preciso firmar um acordo com a empresa detentora da plataforma. Alguns exemplos são a entrada do Carrefour no jogo Fortnite, para vender itens que recuperam energia aos jogadores, e a presença da Hyundai no jogo Roblox. Também é possível comprar ações dessas empresas.

Mas a graça está nas opções de investimento em metaversos descentralizados, que são muitas. O sistema de terrenos que explicamos acima abre espaço para um verdadeiro cenário de especulação imobiliária.

Muitos investidores já ganharam dinheiro com terrenos que valorizaram, ou por estarem perto dos terrenos de grandes empresas ou até em áreas de cassinos, por exemplo.

Alguns proprietários alugam seus terrenos, e existem até mesmo “empreiteiras virtuais”, criadas para realizar verdadeiras construções digitais.

A compra de NFTs ou da própria criptomoeda nativa desses metaversos, sem precisar entrar na plataforma em si, também são uma possibilidade de investimento.

Como um e-commerce pode aproveitar o metaverso?

O metacommerce pode ser implementado em dois formatos diferentes:

  • M2O (metaverse-to-offline): produtos físicos são vendidos por encomenda em espaços virtuais
  • Itens virtuais: produtos são vendidos para serem usados dentro do metaverso.

O M2O é uma ideia promissora, mas com poucos exemplos práticos. A ideia é que um usuário possa encontrar uma loja dentro de um metaverso que funcione como se fosse um e-commerce. Desta forma, o usuário pode fazer compras e informar o endereço para receber seus itens.

O uso das tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada pode possibilitar que o consumidor visualize o produto e até experimente o item. Mas os principais exemplos que vemos atualmente são de vendas de itens virtuais para serem comercializados dentro dos jogos, e há muitas marcas apostando nessa ideia.

Demos acima o exemplo do Carrefour no Fornite e da Hyundai no Roblox. Mas, além deles, as Lojas Americanas criaram uma loja no MetaEXP, com planos de expandir as vendas para o modelo M2O.

Também há exemplos de grandes marcas apostando alto na venda de NFTs em metaversos descentralizados, como Adidas e Gucci.

Como funcionam os pagamentos digitais no metaverso?

Qualquer empresa que pretenda vender dentro dos metaversos precisa estar por dentro da tecnologia das criptomoedas. Afinal, em grande parte deles, esta é a única forma de comércio possível – e movimenta muito dinheiro.

Em alguns metaversos centralizados, o cartão de crédito ainda é uma modalidade popular – principalmente dentro de jogos, que costumam cobrar por itens virtuais que não possuem um valor agregado a ele e só são úteis dentro da plataforma.

Porém, em muitos casos essa venda é monopolizada pela empresa que detém as plataformas. Ou seja, a grande tendência do metaverso é a venda de NFTs, itens que podem se valorizar ou desvalorizar e ser revendidos.

Para isso, é necessário usar a tecnologia blockchain. E, portanto, é preciso ficar ligado em todas as novidades relacionadas a essa área.

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