Online, presencial, por aproximação, por biometria, com bitcoin, com cashback, por Pix, por transferência, por boleto, no débito, no crédito, em bitcoin… e com dinheiro, claro. São inúmeras as possibilidades de cobrança, como sabemos. Mas qual é o futuro dos meios de pagamento?

No Innovation Pay 2022, o maior evento de fintechs e pagamentos da América Latina, esta pergunta jamais poderia ficar sem resposta. Por isso, preparamos um episódio especial (e em vídeo) do podcast Dentro do Ringue, com a presença de grandes nomes do setor (e muitas “previsões” do que está por vir.

Sentaram-se à mesa Camilla Caresi (diretora de riscos e compliance da Pay4Fun), Leandro Mattos (vice-presidente de novas plataformas de pagamentos da Mastercard Brasil) e Vinicius Bufoni (CTO da Vindi).

Durante a conversa, mediada por Maria Silvia Vieira (estrategista de conteúdo da Vindi), foram abordados diversos assuntos relacionados à área, como o protagonismo do Brasil, a segurança em métodos inovadores como biometria e contactless e as criptomoedas.

Com base no episódio, separamos 7 tendências para o futuro dos meios de pagamento.

Confira abaixo!

Qual o futuro dos meios de pagamento? Confira 7 tendências

Veja a partir de agora algumas das principais tendências para o futuro dos meios de pagamento.

1. Economia mais digitalizada

A digitalização da economia a partir de novidades como Pix, carteiras digitais e outras formas de pagamento servirá para dar mais alternativas aos consumidores na hora de pagar.

Leandro Mattos, vice-presidente de Novas Plataformas de Pagamentos da Mastercard , vê uma tendência de clientes adotando a modalidade mais vantajosa em cada ocasião.

“Os consumidores escolherão a melhor alternativa, que seja mais conveniente, gere mais valor e gere descontos. Em cada ocasião a melhor escolha pode ser Pix, o QR Code, às vezes o cartão de crédito”, enumerou Mattos.

Vinícius Bufoni, CTO da Vindi, acredita que, enquanto alguns mercados estão bem preparados para as inovações no ramo, outros vão exigir uma adaptação maior. “Há um mercado mais tradicional, com uma pegada de risco muito complexa”, comentou. 

Outro assunto que entrou em pauta foi a atuação do Banco Central ao criar o Pix, como um agente regulador que reuniu os principais players do mercado para ajudar na implementação da modalidade. Mattos acrescenta um fator essencial nesse processo.

“O Pix está ajudando na digitalização da economia, migrando não só DOC, TED, cheque, mas também dinheiro efetivo, que era o grande objetivo do Banco Central: formalizar a economia e inclusão social.”

2. Pagamentos com menos fricção

A questão da escolha do consumidor pela forma de pagamento, levantada por Mattos, tem a ver com a sensação de segurança e com a facilidade de uso de cada formato. O desafio dos meios de pagamento é eliminar a fricção, ou seja: deixar o cliente tranquilo para usar o método desejado sem temer fraudes e conhecendo bem os procedimentos. 

Por exemplo, o pagamento por aproximação é bastante usado nos cartões pré-pagos dos sistemas de transporte público. Porém, isso não significa que o mesmo consumidor use esse sistema para comprar uma roupa, por exemplo.

“Você vai querer fazer um parcelamento em 10 vezes sem juros no cartão de crédito, mas com passagens você pode preferir no cartão de crédito à vista por questão da fidelidade”, exemplifica.

Camilla Caresi destaca que, para eliminar a fricção, é preciso oferecer métodos de pagamento adaptáveis à realidade dos usuários. “A indústria de pagamentos tem que manter essa riqueza, de dar opções com segurança para cada momento em que o usuário estiver inserido”, acrescenta.

gravação do episódio sobre futuro dos meios de pagamento no Innovation Pay

Da esquerda para a direita: Leandro Mattos (Mastercard Brasil), Camilla Caresi (Pay4Fun), Maria Silvia Vieira (Vindi) e Vinícius Bufoni (Vindi)

3. Avanço do pagamento por biometria

Segundo um relatório da da Juniper Research, até 2027, o pagamento por biometria deve movimentar US$ 1,2 trilhão pelo mundo. Então, por que essa modalidade ainda não está tão avançada no Brasil? 

Uma resposta possível é o receio de pessoas em relação à segurança de dados, de não quererem ter seus rostos salvos em bancos de dados. No entanto, Mattos destacou que 73% dos consumidores usam a biometria em carteiras digitais, substituindo o código PIN pela Face ID (identificação facial). Além disso, 81% dos brasileiros consideram o Face ID mais seguro que o PIN.

Por outro lado, sistemas em que um pagamento pode ser feito apenas olhando para a câmera ainda estão dando seus primeiros passos no país. Bufoni destaca que a evolução tecnológica garante a segurança desses processos, e por isso esse temor não deveria impedir o uso dessa tecnologia. 

“É muito mais uma questão de conseguirmos acertar muito a usabilidade disso, precisa ter uma infraestrutura. Uma coisa é ter um mercado de São Paulo ou outro grande centro, e outra coisa é trazer uma estrutura para cidades mais afastadas”, compara.

4. Criptomoedas em autoajuste

A crise das criptomoedas tem causado uma enorme incerteza envolvendo empresas do setor. Diante deste cenário adverso, o que podemos esperar das antes queridinhas quando se falava em tendências de pagamentos?

Bufoni considera que esses abalos são reflexo de um mercado se ajustando e acredita que é inevitável “mergulhar em cripto” para entrar no metaverso.“Não há outro caminho”, sentencia.

Mattos afirma que o mercado das criptomoedas está em ascensão e movimenta uma alta quantia em dinheiro. Por isso, ele destaca que uma empresa que atua com meios de pagamento não pode fugir dessa tendência, que segundo ele, “veio para ficar”.

“As cripto, os ativos digitais, são outras moedas, como se faz compras com dólar, libra e euro. São canais e moedas adicionais”, afirma.

5. Segurança nas transações sem contato

Os pagamentos por aproximação, ou contactless, estão em crescimento acelerado no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o volume de transações pelo sistema NFC aumentou 162% no terceiro trimestre de 2022.

“Se pegarmos o ano de 2022, de janeiro até setembro, estamos falando de um crescimento de 344%. É lógico que a pandemia acelerou a adoção de pagamentos digitais, e o pagamento sem contato é um deles”, ressaltou Mattos.

Entretanto, a modalidade também gera insegurança em muitos usuários – sobretudo por falta de conhecimento em relação à tecnologia envolvendo a forma de pagamento e, também, as travas de prevenção a fraudes. 

Já explicamos aqui neste artigo como pagamentos por aproximação são seguros e desmistificamos diversas crenças em relação a possíveis golpes que assustam consumidores em geral. Na conversa, o executivo da Mastercard ainda trouxe outro argumento a favor do contactless. 

No caso de pagamentos por aproximação envolvendo carteiras digitais, a tecnologia da criptografia torna as transações altamente seguras, pois o dado do cartão do cartão armazenado na wallet não pode ser usado mesmo em caso de um eventual vazamento.

“Se aquele dado vazar, aquela credencial de pagamento não pode ser usada em nenhum outro lugar, seja em uma Netflix ou uma Amazon. Ela só é válida para aquele uso, naquele ambiente”, afirma Mattos.

6. Não basta ser seguro, tem que mostrar que é seguro

Ainda falando sobre as transações contactless, Buffoni afirmou que a tecnologia NFC é altamente segura. Porém, ele acrescenta que o usuário pode se sentir mais seguro se puder ter controle sobre as funcionalidades do contactless.

“Esses pequenos ajustes na ponta, como por exemplo ele conseguir cadastrar ou descadastrar no WhatsApp, são importantes”, comenta.

Ou seja, diante de inovações que garantem transações seguras, os meios de pagamento também precisam deixar claro ao usuário que suas tecnologias não oferecem riscos.

Ao falar sobre a questão da biometria, Camilla Caresi destacou a importância de informar aos consumidores sobre as medidas de segurança e proteção de dados.

“Falta um pouco de informação ao usuário de como as empresas que detêm as faces blindam seus bancos de dados. Hoje as pessoas estão mais seguras do ponto de vista de dados sensíveis, até pela LGPD, passaram a entender o quanto a lei traz para as empresas essa responsabilidade”, afirma.

7. Brasil como vanguarda de pagamentos

O Brasil se tornou referência com a implementação do Pix, desde seu lançamento no final de 2020. Apostar que a plataforma de pagamento instantâneo ganhará ainda mais terreno no dia a dia da população é invocar o “capitão óbvio”. 

No entanto, outros países – como Colômbia e Canadá – estão se espelhando no Brasil para lançarem por lá sistemas de pagamento inspirados no Pix. Só que a implementação tende a ser mais desafiadora em culturas onde os consumidores ainda são apegados a formatos mais tradicionais.

“Pensando de uma forma mais global, até quando olhamos o mercado na América do Norte, eles ainda são apegados ao cheque e têm aquela coisa de assinar cartão de crédito”, exemplificou Maria Silvia Vieira. Camilla Caresi também citou o exemplo do Canadá, que, embora seja país desenvolvido, não tem um cenário tão propício a inovações em meios de pagamento como o Brasil.

Para ela, o perfil conservador da população em relação a pagamentos pode explicar esse atraso. “Eles têm uma educação financeira muito forte e sabem muito bem lidar com dinheiro, tanto em investimento quanto de pagamento, acho que daí vem um pouco da restrição e do receio em surfar essas ondas de métodos mais inovadores”, cogita.

Por outro lado, o brasileiro é um early adopter, como observa Mattos. Ele vê o perfil do consumidor nacional, de usuário inicial de novos sistemas, como um fator importante na digitalização da economia.

O que fazer com todas essas tendências?

Este episódio especial do Dentro do Ringue promoveu uma conversa riquíssima e cheia de insights para quem atua no setor de pagamentos e serviços financeiros. Mas e para colocar em prática todas essas tendências? 

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