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Para falar sobre como foi o mercado de investimentos em 2020, faremos um panorama de como foi o cenário econômico do país, qual é o perfil de investimentos médio do brasileiro e quais foram os melhores fundos de investimentos do ano. Vamos lá?

Mas antes, que tal dar uma olhadinha no Vindi Insights e conferir como empresas de diversos segmentos performaram em TPV (Volume de Pagamentos Total) na plataforma da Vindi esse ano? É só clicar aqui:

Capa Vindi Insights

Cenário Econômico

Além do cenário histórico que nos antecede, 2020 foi um dos anos mais difíceis vividos na história contemporânea. Para se ter uma ideia, a última crise comparável à atual aconteceu em 1929, quando a bolsa de valores despencou.

De qualquer forma, hoje, a maioria dos investimentos do país acompanham de perto a Selic, taxa básica de juros da economia. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), manteve a taxa Selic a 2% ao ano, atualizada em 28 de outubro de 2020.

Com isso, os investimentos em renda fixa, como a Poupança, CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e alguns títulos do Tesouro Direto passaram a render apenas 1,4% ao ano.

Esse índice está abaixo da inflação, que está acumulada em 3,92% em outubro, segundo o IBGE. Com isso, as pessoas que investem nesses fundos acabam perdendo o poder de compra ao longo dos anos.

Segundo o Jornal Contábil, o Brasil foi o terceiro país que mais perdeu investimentos esse ano – cerca de 48% em relação ao mesmo período do ano passado. Bem acima da média da América Latina, que foi de 25%.

Entretanto, o investimento estrangeiro despencou em 49% em todo o mundo no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas), afetando também a nossa economia.

Além disso, o dólar se manteve em alta o ano todo, acima de R$5,00, o que dificultou alguns rendimentos e transações comerciais. Agora, veja mais sobre como o brasileiro investe!

Perfil do investidor brasileiro

No geral, o brasileiro médio tem um perfil de investimentos mais conservador e tímido, preferindo a segurança em detrimento de maiores rendimentos. Isso é um reflexo histórico de diversas incertezas econômicas que o país enfrenta, além de ser parte do processo cultural – ou ainda, da realidade financeira de grande parcela da população.

Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em 2019, apenas 44% dos brasileiros investiam em algum produto financeiro.

O levantamento aponta que o perfil do investidor brasileiro, na maioria, é do gênero masculino (53%), pertencente à classe C e com renda média mensal de R$ 5,6 mil. Confira abaixo o raio X completo do investidor:

Além disso, a grande maioria (71%), vai até o banco para fazer suas aplicações. Na contramão, 49% optam pelo site ou aplicativo do banco ou da corretora. 

Aqueles que usam a internet para facilitar a vida financeira são os investidores digitais. Eles são mais jovens – em média 38 anos – e têm melhor poder aquisitivo: pertencem à classe B e têm renda média mensal de R$ 7,4 mil, segundo a Anbima.

A poupança se mantém como o produto preferido dos investidores, mas vem perdendo participação: 84% deixaram os recursos na caderneta em 2019, enquanto 88% optaram pelo produto em 2018, uma queda de quatro pontos.

Na sequência, aparecem os fundos de investimento (6%), seguidos dos títulos privados (5%), dos planos de previdência (5%), títulos públicos (4%) e ações (3%). 

Este último, apesar de ser um dos produtos de investimento mais conhecidos pelos brasileiros – atrás apenas da caderneta de poupança –, não atraia muitos investidores. Mas, esse cenário está começando a mudar. Confira a seguir!

Cresce o número de investidores na B3 em 2020

Entretanto, desafiando esse padrão, os brasileiros estão progredindo quando o assunto é gestão financeira. Ao contrário do que se esperava, o número de investidores cresceu no país em 2020, muito além da poupança.

Estamos falando, principalmente, da Bolsa de Valores (B3). Em 2019, apenas 1 milhão de brasileiros investiam na Bolsa de Valores. 

Esse número foi crescendo e saltou para 3 milhões até setembro de 2020, segundo dados de pesquisa da Bolsa de Valores. Ou seja, nem mesmo o impacto do Coronavírus afastou novos investidores. 

Embora seja uma evolução, a proporção de investidores na B3 em relação a população total do país é de apenas 1,4%.

Nos Estados Unidos, por exemplo, mais da metade da população investe em renda variável.

Além disso, a proporção entre homens e mulheres investidores no Brasil é discrepante. Segundo análise da B3 sobre o perfil do investidor na bolsa de valores, realizada em março de 2020, cerca de 75% dos investidores são homens. O perfil também abrange investidores mais jovens como maioria (49% têm entre 25 e 39 anos), concentrados nas regiões Sul e Sudeste

Entretanto, apesar de mais pessoas terem se tornado acionistas, o estudo observou que os saldos de investimentos caíram em 2020. Ele na média de 8 mil reais por CPF, contra 14 mil no ano passado.

Outra tendência foi uma maior diversificação no portfólio de investimentos em renda variável. Entre os novos produtos estão os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e os Exchange-Traded Fund (ETFs). As pessoas também passaram a investir em mais de uma empresa, com 5 ou mais ativos na carteira.

O que explica a inclusão de mais brasileiros no mercado de investimentos?

Em parte esse avanço ocorre porque o acesso ao conhecimento sobre o tema está cada vez melhor. Hoje, temos youtubers e influencers que explicam o mercado financeiro em uma linguagem simples e didática. 

Veja alguns dos grandes nomes que estão contribuindo com o fomento da educação financeira no país:

  • Nathalia Arcuri, do canal Me poupe!;
  • Thiago Nigro, do canal Primo Rico;
  • Gustavo Cerbasi,  autor do best seller Casais inteligentes enriquecem juntos, e dono de canal que leva seu nome;
  • Ramiro Gomes, do canal Clube do Valor;
  • Nathália Rodrigues, do Nath Finanças

E, além de mais produtores de conteúdo sobre investimentos, surgiram diversos bancos digitais com o propósito de descomplicar a vida financeira dos brasileiros. 

Por exemplo, muitas das contas digitais e carteiras virtuais oferecem rendimentos automáticos do saldo do correntista, com resultados que giram em torno do CDI.

Nesse sentido, também diversas fintechs de investimentos se consolidaram no país. A grande vantagem é que o investidor pode fazer todas as movimentações pelo aplicativo da fintech, muitas vezes sem pagar nenhuma taxa para investir. Como exemplos, temos:

  • PoupaBrasil: especializada em investimentos em Renda Fixa (RDB e LC);
  • Magnetis: com uso de um robô, realiza investimentos a partir de mil reais para os clientes;
  • Warren: com uso de Inteligência Artificial, indica os melhores fundos para o perfil do cliente;
  • Kinvo: plataforma que permite controlar, analisar e acompanhar todos os seus investimentos em um só lugar.

Assim, as pessoas estão se familiarizando mais com o mercado de investimentos e até mesmo vendo alguns rendimentos surgirem em suas contas. Entretanto, há muito chão pela frente. 

Ainda é preciso muito mais educação financeira para que as pessoas confiem em investir em novas aplicações, um pouco mais ousadas, e obter melhores rendimentos para o futuro.

Investimentos mais vantajosos em 2020

Considerando-se a inflação, diversos outros fundos de investimentos fecharão o ano negativos, como a poupança e os demais investimentos baseados na taxa Selic, como explicamos no início do post.

Enquanto Ibovespa, Petrobrás, Banco do Brasil, entre outros, devem fechar o ano negativados, alguns outros investimentos se destacaram no cenário econômico de 2020.

Confira os melhores investimentos do ano:

Criptomoedas

O Bitcoin é a principal criptomoeda que existe. Ele registrou uma valorização em torno de 120% desde janeiro. Para negociar o ativo, é necessário ter uma conta em uma exchange de criptomoedas.

Empresas de tecnologia

Já na Bolsa de Valores, as empresas de tecnologia e e-commerce cresceram muito na pandemia. Os destaques vão para:

  • Locaweb, que registrou o maior aumento disparado desde janeiro e já rendeu 246% aos seus investidores;
  • Magazine Luiza, que registrou um aumento de mais de 100%;
  • Via Varejo, que subiu 62%.

Commodities

Na área de commodities do agronegócio, contratos futuros negociados na bolsa de valores, o milho valorizou mais de 100% e a arroba do boi gordo bateu 40%.

Crowdfunding

O formato de investimento por crowdfunding também ganhou destaque. Trata-se de uma forma de investir em startups e no mercado imobiliário, onde os valores mínimos de investimento são menores do que em outras modalidades. 

Geralmente, pessoas de diversos perfis econômicos podem participar desse tipo de investimento e ter um bom retorno futuro em ações das empresas. Algumas das plataformas que realizam crowdfunding para startups são a CapTable, plataforma de investimento em startups da StartSe, e a SMU Investimentos.

Outra opção tem sido o crowdfunding imobiliário, que promove uma rentabilidade de cerca de 12 a 14% ao ano, dependendo do empreendimento. Algumas das facilitadoras desse segmento são a INCO, que oferece investimentos a partir de R$500,00 nesse mercado, e a Urbe.me.

Conclusão

Esse foi o panorama do mercado de investimentos em 2020. De forma geral, o brasileiro passou a investir mais e melhor, talvez pensando em criar maior segurança financeira para tempos incertos da economia.

Boa parte da inclusão se deu pelas iniciativas de educação financeira e de uma mudança de mentalidade no geral, além de ferramentas digitais que têm facilitado esse processo.

Entretanto, mais da metade dos brasileiros ainda não investem, o que é um caminho de oportunidades para empresas que facilitem e impulsionem mais pessoas a se desenvolverem no mercado de investimentos.

Agora, confira também como foi o desempenho dos Clubes de Assinaturas no país este ano e as tendências para 2021! 

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