O 3D Secure, ou 3DS, é um protocolo elaborado há mais de 20 anos para combater fraudes em compras pela internet e que certamente quem realizou compras online até o início dos anos 2000 se deparou com esta função. Agora, ele voltou reformulado para tentar coibir a alta incidência de fraudes no e-commerce. 

A primeira versão do 3D Secure é de 1999, mas o sistema passou por melhorias recentemente para se adequar melhor à realidade atual e recentemente virou o 3DS 2.0. Mas será que essas mudanças são suficientes para um combate eficaz às fraudes sem comprometer a taxa de conversão? É o que vamos mostrar neste artigo.

Você vai conferir o que é e como funciona a autenticação 3D Secure e por quais melhorias este sistema passou para ser usado hoje em dia. Vamos falar também sobre suas vantagens e desvantagens e dar algumas dicas para você aproveitar bem sua utilização sem comprometer a experiência dos consumidores.

Siga a leitura para saber mais, pois com segurança não se brinca!

O que é autenticação 3D Secure?

A autenticação 3D Secure é um protocolo criado para aumentar a segurança em vendas online por cartão de crédito e débito a partir da verificação da identidade do usuário.

A sigla significa “Three-Domain Secure” (“seguro em três domínios”, em uma tradução livre), pois envolve três partes: a instituição emissora, o adquirente e a infraestrutura responsável pela plataforma de comércio virtual.

Na prática, ele permite que o domínio do banco emissor do cartão usado na compra solicite ao usuário um segundo fator de autenticaçãoAssim, a compra só é confirmada havendo a certeza de que não houve fraude.

Atualmente, a grande maioria dos bancos que operam no Brasil têm seus cartões cadastrados no programa 3D Secure.

Para que você entenda o funcionamento deste mecanismo, leia o próximo tópico.

Como funciona o 3D Secure

O 3D Secure começa a operar depois que a pessoa compradora os dados do seu cartão de crédito ou débito para confirmar uma compra em uma loja virtual. Após a confirmação do envio dos dados, o banco emissor do cartão usado solicita a confirmação da identidade do cliente.

Nos próximos tópicos, vamos explicar as diferenças entre as versões anterior e atual do 3D Secure, e como isso impacta na experiência de compra. Mas, em resumo, podemos adiantar que este mecanismo passou por uma grande evolução, e que as formas de autenticação das transações acompanharam as novas tendências.

Atualmente, a confirmação pode ser feita de algumas formas como:

  • Digitação de um código gerado por token
  • Autenticação por impressão digital ou reconhecimento facial
  • Digitação de código recebido por SMS
  • Comando dado diretamente no aplicativo do banco.

Se a resposta correta for informada, a identidade do usuário é validada e o pagamento é liberado.

Para o lojista, esse sistema é uma garantia contra o chargeback, ou seja, a devolução do valor devido a uma contestação da compra pelo titular do cartão ou o banco. Isso ocorre porque, a partir do uso do 3D Secure, a responsabilidade sobre a transação passa a ser da própria instituição emissora do cartão.

O que é 3DS 2.0

O 3DS 2.0 é a segunda versão do 3D Secure, lançada em 2016. O sistema passou por melhorias para tornar a compra mais fluída e atender aos requisitos de uma regulamentação da União Europeia para evitar fraudes. Este sistema é o mais usado para atender a algumas exigências para todas as transações com cartão no velho continente. 

Inicialmente, ao tentar confirmar uma transação com cartão, o usuário era direcionado a uma tela do banco, que pedia um login e senha ou a resposta de uma pergunta de segurança.

Mas esta segunda etapa de verificação não colou muito no Brasil. À época, estimava-se que a versão 1.0 do 3DS tinha um efeito reverso e despertava desconfiança no consumidor, que, por medo de golpe ou por uma experiência ruim de uso, abandonava a compra assim que a nova janelinha do banco aparecia. A taxa de conversão em transações com este modus operandi era de 30%, ou até menos!

Isso não significa que o sistema era falho: pode-se considerar que era somente uma diferença de hábito de consumo. Por outro lado, na Europa, pessoas que compravam online acreditavam que sites que não ofereciam a verificação pelo 3DS não eram seguros.

Já o 3DS 2.0 surgiu para melhorar a experiência do consumidor, globalmente falando. A tecnologia eliminou a necessidade do redirecionamento à página da instituição financeira e agora, depois que o usuário confirma a compra, o processador de pagamento encaminha ao banco mais de 100 dados (10 vezes mais que a versão anterior, incluindo o número do cartão e o endereço IP do dispositivo usado).

O sistema do banco analisa os dados e determina se há necessidade de confirmar a identidade do usuário, adotando os passos que mostramos no tópico anterior. E tudo isso é feito de forma automática.

Mesmo quando o sistema não solicitar a confirmação da identidade, a autenticação é feita e a responsabilidade sobre alguma eventual fraude é do banco. Nos demais casos, o processo de confirmação é mais simples do que a versão inicial.

Outra diferença do 3DS 2.0 é a possibilidade de uso em dispositivos móveis, enquanto a versão 1.0 era limitada a uso em um computador.

Agora que você já sabe o que é o 3D Secure, vamos ajudar a decidir se ativa ou não a funcionalidade de segurança.

Vale a pena ativar o 3D Secure?

A melhoria da versão 1.0 para 2.0 tornou o uso do protocolo de prevenção a fraudes viável nos negócios de venda digital. Entre as vantagens de adotar esse sistema estão a facilidade para aceitar cartão de débito na sua loja virtual.

Essa forma de pagamento teve um crescimento de 36,5% no primeiro semestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, e seu uso é mais prático que a funcionalidade de “copia e cola” do Pix.

Além disso, a maior segurança na autenticação significa a redução no volume de fraudes e o aumento das taxas de autorização. E, mesmo se criminosos conseguirem fraudar alguma transação, o varejista não fica no prejuízo: como já explicamos, o uso do 3DS transfere a responsabilidade para a instituição emissora.

Porém, apesar das melhorias da segunda versão, o sistema ainda pode reduzir a taxa de conversão pelo risco de bloquear transações legítimas. Cabe ao lojista avaliar se o aumento nas taxas de autorização compensa esse impacto.

Se este for o caso, confira no próximo tópico algumas dicas para aproveitar bem o mecanismo.

Como criar uma estratégia de pagamentos com o 3DS

Você viu nos tópicos anteriores que o 3DS tem prós e contras para o seu negócio. Se você quiser apostar nesta ideia, saiba que há formas de garantir a segurança proporcionada pelo mecanismo sem comprometer a experiência dos seus clientes.

Confira abaixo algumas dicas que podem ajudar a usar essa ferramenta a seu favor. 

Eduque o usuário

Um dos motivos do abandono da compra por causa do 3DS é a insegurança do usuário, que pode desconfiar se a tela que aparece é mesmo da instituição bancária.

Portanto, se você incluir em algum lugar da sua página de vendas um aviso sobre a tecnologia, é possível evitar o abandono do carrinho. Além disso, você demonstra que sua empresa tem uma preocupação com a segurança nas transações.

Exiba selos de segurança

Falando nisso, uma vantagem do sistema 3D Secure é que as empresas que aceitam o mecanismo podem usar selos de autenticaçãoAlguns exemplos são os logos “Verified by Visa” e “MasterCard SecureCode”.

Assim, você pode aumentar ainda mais a credibilidade do seu negócio diante do consumidor.

Use o 3DS como fluxo de recuperação

Como já mostramos, um dos riscos de adotar o 3DS é o risco de bloqueio de transações regulares. Porém, você pode fazer o contrário: usar a ferramenta  como um fluxo de recuperação das vendas barradas por serem suspeitas pelo seu dispositivo antifraude.

Assim, em vez de correr o risco de perder alguma venda por causa do mecanismo, você o usa para tentar evitar que esse mesmo problema seja causado por outra plataforma. E, se o 3DS barrar uma venda considerada suspeita por outro mecanismo, certamente havia algum problema na transação.

Busque soluções adicionais

Se você simplesmente adotar o 3DS em seu estabelecimento, corre o risco de enfrentar uma redução na sua taxa de conversão pelos motivos que já explicamos. Porém, você pode combinar a tecnologia com soluções baseadas em inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina) para aprimorar as aprovações.

Assim, é possível aplicar o sistema apenas em transações suspeitas, evitando o bloqueio de compras regulares e melhorando a segurança do seu negócio.

Outras estratégias para aumentar a segurança nas vendas online

A preocupação com a segurança nas vendas online é um assunto crítico, e há vários tipos de fraude ameaçando negócios digitais. Segundo uma pesquisa do Serasa Experian, a cada sete segundos um brasileiro é alvo de golpistas.

E embora o 3D Secure possa ajudar a evitar ação de criminosos, não pense que um único mecanismo vai resolver o problema. A boa notícia é que existem muitas outras iniciativas que você pode tomar para evitar ter prejuízos.

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