No período da Black Friday, o número de acessos e vendas aumentam consideravelmente. Será que o de fraudes também? É preciso ficar de olho para se proteger.
Por isso, batemos um papo super interessante com o Felipe Held, Head de Comunicação e Marketing da Konduto, para falar um pouco mais sobre o assunto.
Veja quais as fraudes mais comuns nessa época do ano e quais os segmentos mais atingidos. Confira dicas para sua empresa evitar fraudes, como identificar e muito mais.
VINDI – Vocês notam um aumento no número de fraudes nesta época do ano, por causa da Black Friday?
Felipe Held – Depende do ponto de vista. Em épocas assim, intensificam-se tentativas de golpes contra o “consumidor final”, com mais incidências de phishing, lojas falsas, golpes com boletos bancários… Afinal, como as pessoas estão mais propensas a fazer compras, os oportunistas se aproveitam disso. Mas, para o nosso universo de e-commerce, para quem vende online, o cenário muda.
O fraudador que utiliza cartões de crédito clonados para fazer compras ilegítimas não é sensível a campanhas promocionais – afinal de contas, para ele, tanto faz se um produto está com preço cheio ou 25% de desconto, pois não é ele quem vai pagar por aquela transação.
A fraude é uma atividade constante, independente de datas sazonais. Na verdade, em épocas como a Black Friday, notamos inclusive uma redução das tentativas de fraude contra lojas online. Isso acontece porque há um aumento considerável no número de transações legítimas, então as compras fraudulentas acabam se “diluindo”.
Para se ter uma ideia, ao longo do ano, o índice de tentativas de fraude no e-commerce brasileiro flutua entre 2,2% e 3,5%. Mas, se considerarmos este indicador apenas nas Black Friday dos últimos dois anos, esta taxa esteve abaixo dos 2%: tivemos 1,4% em 2018 e 1,9% em 2017. E em 2019 não vai ser diferente.
VINDI – Durante a Black Friday, quais são os tipos de fraude que vocês mais identificam? Existe alguma fraude que tem grande ocorrência?
F.H- Compras com cartões clonados, tentativas de phishing, roubos de dados e lojas de fachada são os campeões. Mas há um tipo de golpe peculiar que ganha terreno nesta época do ano.
Na verdade não é necessariamente um golpe, mas uma prática desleal entre lojas concorrentes. Trata-se da fraude do “sequestro de estoque”. Imagine um e-commerce que faz uma super promoção de um produto X; o concorrente vai lá e decide comprar centenas, milhares de unidades daquele produto. Mas ele não “compra”, necessariamente. Ele gera um pedido (ou vários), escolhe pagar no boleto mas nunca efetiva aquele pagamento.
A loja que fez a promoção, porém, é “obrigada” a separar aquela quantidade de produtos, tira a promoção do ar e não vende para clientes legítimos. Já até escrevemos um artigo só sobre esta prática.
VINDI – Qual o segmento mais atingido pelos fraudadores?
F.H- Eletrônicos são sempre os campeões em tentativas de fraude com cartões clonados no e-commerce: mais de 11% das compras de produtos do segmento eram de origem fraudulenta.
Mas, na última Black Friday, ainda tivemos outras categorias que se sobressaíram em relação à média do varejo eletrônico em geral: casa/decoração (2,9%), artigos esportivos (2,8%) e autopeças (1,9%).
VINDI – E quais são os produtos que mais sofrem fraude?
F.H – Geralmente aqueles produtos de alto valor agregado e alto poder de revenda – então, smartphones, laptops, tablets e afins são os mais desejados por criminosos cibernéticos.
Além disso, outros dois tipos de “produtos” muito visados são passagens aéreas ou rodoviárias, joias, roupas de marcas famosas ou bastante desejadas.
VINDI – Quais as dicas para os lojistas se defenderem? Durante a Black Friday é preciso fazer um reforço?
F.H – Se o lojista já tem uma operação “madura” e conta com alguma solução antifraude (seja ela própria ou embutida em algum intermediador de pagamento), tudo está sob controle.
Mas, nunca é demais bater um papo com o antifraude e saber como estão os preparativos do fornecedor para a Black Friday, principalmente em questão de infraestrutura – afinal de contas, não dá para ser deixado na mão justamente na principal campanha de vendas do ano. Uma vez seguro com seu parceiro de solução antifraude, o lojista tem que se preocupar basicamente com o que realmente importa: vender e atender bem o cliente.
Gosto de fazer a seguinte comparação: o e-commerce na Black Friday é como o craque do futebol na Copa do Mundo. A preocupação do jogador deve ser entrar em campo e ajudar a sua seleção a sair com a vitória no evento mais esperado, em vez de se preocupar com a logística, hospedagem, traslado hotel-estádio, alimentação… há equipes específicas e dedicadas para isso. O e-commerce na Black, tem que focar em vender e deixar o cliente satisfeito. Enquanto isso, há outros fornecedores que vão tomar conta de outros assuntos, como, por exemplo, a prevenção à fraude.
VINDI – Como um lojista pode identificar que, realmente, houve uma fraude?
F.H – Essa pergunta é muito boa e bem difícil também de responder. Às vezes não é tão óbvio assim para um e-commerce detectar que sofreu essa fraude: um estudo que fizemos aqui na Konduto mostrou que um lojista leva, em média, 33 dias para ser notificado oficialmente sobre uma fraude (quanto tempo leva para as operadoras de cartão informarem sobre um chargeback). Ou seja: quando ele recebe a notificação de uma fraude, é muito provável que muitas outras também tenham passado, e muitas outras notificações venham por aí.
VINDI – É comum falar sobre fraudadores que atacam lojas. Mas também acontece da loja fraudar seu consumidor? Isso é recorrente?
F. H. – Sim! Este tipo de golpe é bem frequente durante a Black Friday, e é por isso que o consumidor deve tomar um cuidado importante na hora de escolher onde realizar uma compra durante a Black Friday.
Há fraudadores que criam lojas de fachada, anunciam produtos bastante desejados (como smartphones e eletroeletrônicos, de maneira geral) a um preço bastante tentador e oferecem pagamentos apenas por boleto ou transferência bancária.
O consumidor, achando que está aproveitando uma super oferta, faz a compra, realiza o pagamento e nunca recebe o produto (ou recebe um tijolo dentro de uma caixa, como já vimos algumas vezes). E aí, quando ele vai reclamar, o site já nem existe mais.
VINDI – Quais as dicas para o consumidor não cair em lojas fraudulentas?
F.H – Tem sempre aquelas dicas básicas que todo mundo dá: procurar a reputação da loja em sites como o Reclame Aqui e nas redes sociais, conferir se aparece o cadeadinho no navegador ao lado do HTTPS etc.
Mas, tem uma dica que é infalível e pouca gente fala: veja se a loja aceita pagamentos via cartão de crédito no site. Se ela não aceitar, o sinal de alerta já pisca forte. Isso porque, para receber pagamentos por cartão, um e-commerce precisa atender a uma série de exigências (e isso, para um fraudador, é um enorme empecilho).
O consumidor pode até não querer fazer o pagamento por cartão (embora ele seja o mais seguro), mas o fato de o negócio aceitar este tipo de pagamento já é um bom sinal de idoneidade.
VINDI – Em média, qual o valor perdido em fraudes durante este período? E quanto a Konduto já ajudou a evitar?
F.H – Só em 2018, segundo dados da Ebit Nielsen, o e-commerce brasileiro faturou R$ 3,5 bilhões nos quatro dias mais quentes de Black Friday (de quinta a domingo). Se levarmos em consideração que 1,43% das transações foram de origem fraudulenta, o prejuízo potencial com fraudes poderia superar os R$ 50 milhões – mas, claro, a maioria dessas tentativas é barrada por soluções antifraude, sem gerar prejuízo ao lojista. Só no ano passado, a Konduto ajudou o mercado brasileiro a evitar R$ 10,1 milhões de prejuízos com fraudes.
VINDI – As fraudes nessa época também podem acontecer nas lojas físicas ou são específicas do e-commerce?
F.H – O sistema de pagamentos no Brasil é tão evoluído que as fraudes no mundo físico são muito mais difíceis de acontecer, graças ao chip EMV – e, por isso, esta prática criminosa tem se concentrado basicamente no ambiente online.
Em outros países em que o EMV ainda não foi implantado, pelo contrário, é muito mais fácil realizar fraudes em lojas físicas: o criminoso vai até a loja, passa o cartão com a tarja magnética clonada e já vai embora com o produto em mãos. Aqui no Brasil é mais difícil de acontecer isso.
VINDI – Como é o nível de fraude da Black Friday comparada a outras datas de vendas, como dia do Cliente e do Consumidor, ou Natal?
F.H – Se pensarmos em fraudes contra lojas virtuais o nível não muda muito entre datas promocionais. Mas, em se tratando de fraudes contra o consumidor final, há muito mais tentativas de fraude – por ser a principal campanha de vendas no e-commerce brasileiro, muitos consumidores acabam ficando desprevenidos e mais suscetíveis a golpes.
VINDI – O número de fraudes tem crescido ao longo dos anos?
F.H – Na verdade não. O e-commerce tem crescido muito nos últimos anos, os meios de pagamento e as tecnologias de prevenção à fraude estão evoluído em um ritmo ainda mais acelerado, e isso vem fazendo com que o índice de fraudes venha diminuindo a cada ano. A atividade do cibercriminoso vem aumentando, sim, mas para ele está muito mais difícil conseguir concluir uma fraude.
VINDI – Como a Konduto pode ajudar a evitar essas fraudes?
F.H – A Konduto tem a melhor tecnologia de prevenção à fraude no mercado: o nosso sistema combina todas as técnicas “tradicionais” (como checagem de dados cadastrais, revisão manual, análise de fingerprint, gerenciamento de regras etc) e ainda acrescenta duas camadas de tecnologia: inteligência artificial (machine learning) e monitoramento do comportamento de navegação e compra.
Fomos a primeira empresa do mercado a utilizar essas duas tecnologias voltadas para a prevenção à fraude em pagamentos digitais, e hoje em dia o mercado global vem reconhecendo que são importantíssimas e adaptando seus sistemas para usar o machine learning e o chamado “buying behaviour”.
Ok, mas todo esse tecniquês que eu falei aqui pode ser resumido, na prática, em dois grandes benefícios para quem utiliza a Konduto: nosso antifraude coleta mais informações do que qualquer outro sobre cada compra (são mais de 2 mil variáveis) e, com isso, tem mais insumos para fazer uma análise de fraude de altíssima precisão. E, por conta da inteligência artificial, todo esse processo acontece em tempo real (menos de 1 segundo!). Ou seja: a gente faz análises eficientes, barra somente os pedidos de origem fraudulenta e não interfere na compra do bom cliente.
A Konduto é nossa parceira e integra seu antifraude diretamente em nossa plataforma. Mais segurança para sua empresa e seus clientes. Venda sem preocupações! Para saber mais, converse com nossos consultores clicando na imagem abaixo.