Redação Vindi 
Liderança e inovação estão entre os principais atributos do ambiente corporativo, e o Innovation Pay 2022 , realizado em 16 de novembro de 2022 em São Paulo, reuniu três mulheres líderes de grandes empresas para debater o tema no setor de fintechs e serviços financeiros.
Participaram do painel Liderança e inovação:
- Paula Bellizia, presidente de Pagamentos Globais EBANX
- Paula Cardoso, CEO da Rede
- Patricia Muratori, head do Youtube Brasil
- Maria Silvia Vieira (host), estrategista de Conteúdo na Vindi.
Ao longo da conversa, as convidadas debateram sobre as formas como a inovação aparece dentro das empresas, e o quanto a liderança é importante nesse processo. Elas falaram também sobre o propósito de uma empresa na era atual e a importância da mentoria na formação dos novos talentos de um negócio.
O painel percorreu outros temas, como as responsabilidades de uma empresa e os meios de garantir qualidade de vida em um mundo tão atribulado. Acompanhe abaixo um resumo dos assuntos abordados.
O que faz a inovação acontecer nas empresas?
Houve uma época em que a inovação era exclusividade dos países mais desenvolvidos. “Até bem pouco tempo atrás, pensávamos em inovação de uma forma geográfica. Quando você pensa em empresas inovadoras, imediatamente vem Estados Unidos, Europa, talvez Israel”, destacou Paula Bellizia, do EBANX.
A executiva, no entanto, considera que atualmente essa tendência se diluiu, inclusive com o Brasil sendo protagonista em relação a novidades em meios de pagamento. “Países como o Brasil e países que estão em outras regiões do mundo são referência de inovação. Não só de consumo de inovação, mas de produção de inovação”, acrescentou.
Paula Cardoso, da Rede, acredita que um dos fatores que levam à inovação é a diversidade. “Uma vez que você tem perspectivas distintas de olhar o mesmo problema, você permite que a inovação aconteça na sua empresa”, explicou.
A CEO da Rede afirma que a inovação aparece como consequência de um ambiente diverso, que entende um problema de diferentes formas.“Para mim, uma empresa diversa é uma empresa que, de fato, consegue inovar”, afirmou.
Pós-graduada em Direitos Humanos, Patricia Muratori tem a mesma visão sobre a relação entre diversidade e inovação. “Não consigo dissociar uma coisa da outra, tudo está sempre caminhando muito junto”, destacou a head do Youtube Brasil.
Assista a um trecho do painel:
Qual é o papel do propósito nas empresas do futuro?
Manter o foco no cliente é o propósito da Rede para acabar com os silos organizacionais – ou seja, a ideia de que pessoas ou setores trabalham de forma isolada dentro de uma empresa.
“Se você engaja com um propósito muito claro, se a estratégia para encontrar para ir ao encontro desse propósito está claro, se a sua parte nesta estratégia está clara, isso já torna muito mais simples para os silos caírem hoje”, explicou Paula Cardoso.
O próprio conceito de silo já é algo que a executiva descarta atualmente, já que a ideia de uma organização integrada vem ganhando cada vez mais força atualmente.
“Se você engaja com um propósito muito claro, se a estratégia para encontrar para ir ao encontro desse propósito está claro, se a sua parte nesta estratégia está clara, isso já torna muito mais simples o fato dos silos caírem hoje”, destacou a CEO da Rede.
Paula Bellizia vê no Brasil potencial para ser destaque mundial em meios de pagamento. “Não falei de tecnologia, mas falei de inovação, porque no fim do dia a gente tem um talento incrível no Brasil. Então, liderar isso para o mundo é uma fonte de propósito para mim, é incrível”, afirma.
Como usar a mentoria de forma estratégica nas empresas?
Patricia Muratori contou que vem fazendo um trabalho de mentoria para jovens da periferia, com objetivo de “entender com outra perspectiva”. A executiva do YouTube afirma que a mentoria exige uma preparação, não apenas para o mentor, mas também para o mentorado.
“Não dá para chegar sem saber o que você quer saber. Ou seja, o que você quer tirar daquela pessoa que está ali com você”, explicou.
Patricia, que também é mentora de grupos de mulheres dentro do Google, também falou sobre a importância deste trabalho na gestão de pessoas de uma organização. “Deveríamos começar a aprender com os acertos e os erros dos outros, não começar tudo do zero para sofrer o que alguém já poderia ter nos passado”, argumentou.
Paula Bellizia destacou a importância da mentoria reversa – ou seja, aprender com pessoas que recém chegaram na empresa.
“Eu tive feedbacks muito positivos e aprendi horrores. Porque as pessoas que estão mais próximas de você em algum momento da sua carreira, as pessoas mais seniores, não necessariamente estão confortáveis para falar toda a verdade. E as pessoas no começo de carreira têm um mindset muito mais livre”, explicou.
3 lições para liderar para o futuro
Paula Cardoso falou sobre três lições importantes para o futuro dentro do mercado. A começar pelo fato de que, para ela, a geração atual precisa de empatia. Para a executiva, é preciso buscar o sucesso nos processos sem deixar de entender quem está próximo dentro da empresa.
“Se você não criar essa ponte real de conexão, de empatia, com quem é o seu interlocutor, seja quem for, você não vai ter sucesso na sua vida profissional. Empatia é tratar os outros como eles gostariam de ser tratados”, destacou Paula.
A segunda lição é que os ambientes de trabalho precisam ter emoção. “Muitas empresas se tornaram muito frias, objetivas demais, business plan demais. O que a gente lembra na vida é o que passou de alguma forma pelo seu coração. A emotividade torna você humano, torna você vulnerável, torna você acessível, o outro consegue se comunicar com você”, acrescentou.
A terceira lição da CEO da Rede para liderança é a coragem. “Até porque, para você ter empatia, às vezes é preciso coragem. Para você ser emotivo, você tem que ter coragem. Para você tomar decisão, para você tomar decisões difíceis, para você falar que você não sabe muitas coisas, você precisa ter coragem”, afirma.
ESG, liderança e comunidades
Outro tema debatido durante o painel foi a ESG, sigla para o conceito que estabelece a conformidade de uma empresa com fatores ambientais, sociais e de governança.
O tema está cada vez mais em alta, e Paula Bellizia destacou uma frase que se encaixa neste conceito: “O interno nas empresas é o novo externo” – ou seja, clientes, investidores e acionistas têm uma alta percepção das ações de um negócio. Por isso, quando pensa em ESG, Paula pensa em intencionalidade.
“Quando a gente fala ESG, a intencionalidade tem que vir do topo da liderança para que a empresa, do ponto de vista cultural, absorva isso em tudo o que a gente faz”, afirmou a executiva do EBANX.
As formas de manter uma boa relação com a comunidade podem variar de acordo com o segmento da empresa. Em uma plataforma como o YouTube, por exemplo, a responsabilidade com o conteúdo publicado precisa ser alta. Por isso, Patricia Muratori conta que a empresa tem investido muito para entregar conteúdos de forma responsável.
“Temos os nossos R de responsabilidade: que é de remover conteúdo que viola as nossas políticas, de reduzir conteúdos que chegam perto de violar, mas não violam – e é sempre esse o conteúdo mais sensível – e de recompensar produtores de conteúdos que estejam dentro das nossas diretrizes e recomendar fontes de informação confiável”, enumerou.
Como favorecer a qualidade de vida das pessoas nas empresas?
Em um ambiente de negócios cada vez mais atribulado, pensar na qualidade de vida é essencial. Paula Cardoso ressaltou a importância de equilibrar o work-life balance – ou seja, a dedicação entre o trabalho e a vida pessoal.
“Ora você vai ter que estar muito workaholic, ora você vai ter que estar muito familyholic. E está tudo certo, desde que essa conversa exista”, destacou.
A CEO da Rede também falou sobre a importância de cuidar da saúde, com exercícios e uma boa dieta, sem descuidar também da mente.
“Agora eu tenho incluído o tal hábito da meditação. Eu tenho uma mente muito inquieta, que às vezes é fonte de ansiedade. E acho que essa parada de meditação tem gerado muita qualidade para minha vida pessoal e profissional”, acrescentou.
Paula Bellizia afirmou que cada pessoa tem seu estilo de vida próprio, e por isso não há uma receita para ter uma boa qualidade de vida. Por isso, ela considera importante que uma liderança dê um bom exemplo à sua equipe.
“Mais do que o benefício para mim, que é incontestável, é a mensagem que você manda para o seu time de que isso é possível é de que o balanço do que quer que seja para o teu time vai ser respeitado”, ressaltou.
Se você gostou deste conteúdo e quer saber mais sobre o Innovation Pay 2022, acompanhe os episódios especiais do videocast Dentro do Ringue gravados em um estúdio montado dentro do evento!
