O streaming de esportes é uma tendência cada vez mais em alta. Grandes campeonatos de várias modalidades estão sendo transmitidos neste modelo, no Brasil e no mundo – até mesmo a Copa do Mundo de 2022, que contou com a transmissão do fenômeno da internet Casimiro Miguel.
As muitas alternativas de modalidades e eventos esportivos estão tornando este segmento do mercado altamente promissor. E, antenados a esta tendência, preparamos este artigo.
Aqui, vamos falar um pouco sobre os cenários de streaming no Brasil e no mundo e como esse segmento pode ser explorado por negócios recorrentes. E com direito à palavra de um especialista no assunto.
Boa leitura!
Streaming de esportes e o mercado de recorrência
O streaming de esportes é o modelo de negócio baseado na transmissão de eventos esportivos pela internet, algo cada vez mais comum. Várias plataformas oferecem assinaturas voltadas para torcedores que querem ver o time do coração ou pretendem apreciar um bom espetáculo.
Por isso, este modelo é perfeito para um negócio recorrente: a empresa que detém direitos de transmissão de um campeonato pode aproveitar para fazer pacotes voltados para torcedores de cada time, ou da modalidade como um todo.
O consumidor acompanha seu clube do coração pagando um valor mensal bem menor do que pagaria pela transmissão das partidas avulsas. Esse modelo tem feito sucesso desde o surgimento do Premiere Esportes – que antes detinha o monopólio da área, mas agora é apenas mais um player desse mercado promissor.
Por que o modelo veio para ficar nos esportes?
Tanto no Brasil quanto em termos globais, o streaming de esportes vem se mostrando um mercado promissor.
Números do streaming esportivo no Brasil
Pouco mais de um terço (34%) dos torcedores brasileiros assinaram um serviço adicional de streaming para acompanhar eventos esportivos, conforme aponta o Relatório Convocados 2022.
Os cinco serviços mais acessados foram:
- Globoplay
- HBO Max
- Amazon Prime
- Star+
- Premiere.
A pesquisa apontou também o crescimento do streaming em 30% no país, entre 2020 e 2021. Entre as razões desses resultados está a Lei do Mandante, que passou a vigorar no Brasil em 2021. A nova regra dá ao clube que joga em casa o direito à transmissão do evento esportivo, o que causou uma diversificação nos serviços de streaming de esportes.
Mas não é só o futebol que ganha adeptos do streaming no Brasil:com suas transmissões da NBA, o canal do streamer Gaules no Twitch teve mais de 3,5 milhões de horas assistidas na temporada 2020/2021.
Isso sem contar quem assiste às transmissões do basquete norte-americano pelo YouTube, em uma parceria entre a liga e a Budweiser: o canal que passa os jogos tem mais de 90 mil inscritos.
Números do streaming esportivo no mundo
De acordo com esta pesquisa do Verified Market Research, o mercado de streaming esportivo mundial foi avaliado em cerca de US$ 18,6 bilhões em 2021. O estudo projeta que este valor saltará para US$ 93 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta de 24,6%.
Várias grandes empresas dividem esse bolo, como o HBO Max e o Star+. E a Netflix também tem interesse em entrar neste mercado: a ideia da gigante do streaming é investir inicialmente em torneios de tênis e surfe, já que seus concorrentes detêm o monopólio da transmissão de eventos mais badalados.
Campeonatos esportivos via streaming e principais players
Há muitas opções de streaming de esportes no Brasil, inclusive algumas gratuitas. Para jogos do Brasileirão, em 2022, a transmissão foi quase toda pelo Premiere – que pertence à Globo e tem serviços de TV paga e streaming online.
A exceção foram os jogos do Athletico-PR em casa, transmitidos pela Furacão TV (vinculada ao próprio clube) e no canal do Twitch do streamer Casimiro Miguel.
Fãs de futebol internacional contam com as transmissões da Liga dos Campeões pela HBO Max, que divide os direitos de transmissão com o SBT e a TNT. Já a Libertadores conta com várias opções de televisão aberta e fechada, mas com muitos jogos exclusivos do streaming da Conmebol TV. Além disso, serviços de assinatura como o Star+ contam com transmissões de eventos de várias modalidades.
Entre os streamings gratuitos, o Facebook Watch passa alguns jogos da Copa Libertadores e o canal da Budweiser no YouTube transmite partidas da NBA, como já mencionamos.
Sucesso do streaming de esportes no Brasil
Uma grande vantagem do streaming é a possibilidade de apresentar todos os jogos de um campeonato – o que fica inviável pela televisão com suas limitações de grade.
Por isso, o streaming veio para fazer a diferença (ainda mais no Brasil, onde o futebol desperta muitas paixões, e um torcedor pode preferir ver seu time jogar a terceira divisão a assistir à final da Liga dos Campeões da Europa).
Por isso, muitas competições tiveram seus direitos de transmissão fatiados.Por exemplo: o SBT e a TNT transmitem os jogos mais badalados da Liga dos Campeões, mas os torcedores podem escolher outra partida pelo HBO Max.
Da mesma forma, SBT, ESPN e Facebook transmitem alguns jogos da Copa Libertadores, mas graças ao streaming da Conmebol TV nenhum fã fica sem acompanhar seu time.
E como comentamos acima, mesmo quem quer ver a terceira ou quarta divisões pode contar com outras plataformas – e assim nenhum jogo fica esquecido.
O sucesso é tanto que o youtuber Casimiro Miguel fechou contrato para a transmissão de alguns jogos da Copa do Mundo do Catar. A transmissão da chamada “Cazé TV” da estreia do torneio, entre Catar e Equador, teve um total de 1 milhão de pessoas assistindo simultaneamente, na soma entre os números do YouTube e do Twitch.
O sucesso da transmissão só aumentou ao longo do campeonato. Para se ter uma ideia, no jogo entre Brasil e Suíça pela segunda rodada da primeira fase da Copa, o canal atingiu 4,8 milhões de espectadores na live e atingiu o posto de segunda transmissão mais vista na história da plataforma – a posição pertencia ao bilionário Elon Musk, no lançamento da SpaceX.
Streaming esportivo no mundo: o case F1
Para nós, brasileiros, a transmissão da Fórmula 1 na televisão aberta faz parte da tradição de domingo – ou pelo menos fazia, quando o país tinha representantes no grid. Mas a principal modalidade do automobilismo mundial ganhou nova popularidade pelo mundo nos últimos anos, principalmente entre os mais jovens.
Segundo a pesquisa 2021 F1 Global Fan Survey (em inglês), da Nielsen Sports, a média de idade dos fãs da F1 caiu de 36 anos, em 2017, para 32, em 2021. A fatia mais jovem da audiência relata que acompanha o campeonato há menos de cinco anos.
O crescimento foi mais expressivo em países como Estados Unidos, Índia, China e México. Os dados são um reflexo direto do sucesso da série Dirigir para Viver, do Netflix, que retrata os bastidores da F1. Ou seja, é um streaming de entretenimento impulsionando um gênero esportivo.
Desafios do streaming de esportes
Para quem investe em streaming de esportes, é preciso saber lidar com dois desafios que sempre acompanham negócios desse segmento.
Pirataria
A pirataria no streaming de esportes ainda é uma grande ameaça ao setor. O combate a esse problema requer um trabalho em conjunto entre empresas parceiras e concorrentes.
O alerta deve ser constante para que grandes plataformas de mídia, como Google, YouTube e Facebook deixem de reproduzir anúncios e chamadas de transmissões irregulares.
“O Google hoje passa muito menos links piratas para o consumidor”, comentou o Head of Engagement, Sports and Transactional da Amazon, António Forjaz, em participação no podcast Dentro do Ringue, da Vindi.
O executivo também defende a realização de um trabalho de convergência com outras plataformas de transmissão esportiva para entregar ao consumidor um resultado melhor em relação à transmissão pirata.
Churn
O churn é sempre um desafio em negócios recorrentes. E, quando o assunto é o streaming esportivo, o índice de abandono reflete muitas vezes o rodízio – ou seja, quando o telespectador decide trocar de plataforma.
Para evitar esse problema, Forjaz recomenda a elaboração de uma estratégia para complementar o esporte com outros conteúdos, como séries, filmes e shows. Além disso, durante as transmissões, o narrador deve chamar para outros eventos semelhantes e convidar o público a acompanhar o campeonato.
Porém, também é importante entender que este problema é comum e, muitas vezes, inevitável. “Às vezes estamos esperando esse churn acontecer e não ficamos tão desesperados quando ele vem”, afirma o executivo.
Confira o episódio na íntegra:
O que vem por aí: tendências no streaming de esportes
Para encerrar nosso artigo, confira um pouco das tendências que podem aparecer por aí no streaming de esportes nos próximos anos:
- Linguagem informal: o sucesso de streamers como Casimiro e Gaules leva às transmissões um estilo menos burocrático do que as narrações comuns
- Opções de áudio: algumas plataformas podem oferecer mais de uma narração, de acordo com o estilo de preferência do público
- Análise de dados: a Amazon Prime dos EUA oferece recursos de análise de dados durante partidas de futebol americano, uma tendência que pode aparecer por aqui
- Streaming de clubes: assim como fez o Athletico-PR no último Brasileirão, alguns times podem aproveitar a Lei do Mandante e criar suas próprias transmissões
- Apostas em tempo real: vários sites oferecem a possibilidade de apostar durante os jogos, o que pode se espalhar graças ao sucesso das casas de apostas.
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