O cenário econômico brasileiro pré-crise estava em alta. Algo bem diferente do que notamos nos últimos meses. E, diante de todos os acontecimentos causados pelo impacto de uma pandemia, a previsão de recuperação da nossa economia – e a retomada da escalada econômica, vão ser adiadas para o primeiro trimestre de 2020, segundo previsão do banco MUFG Brasil. Essas e outras análises, você vai ver agora, no comparativo do Vindi Insights de 17 à 23 de Maio e 17 à 23 de Abril, além de um do panorama da economia pré-crise e das primeiras semanas de Março.
Talvez você esteja se perguntando: por que podemos levar dois anos para uma recuperação econômica? Segundo a previsão de especialistas o endividamento de empresas aliado ao aumento do desemprego (e com isso o endividamento de famílias), vai proporcionar uma estagnada na economia, o que só terá um desfecho favorável para os brasileiro.
Além disso, a previsão é de que o PIB continue caindo, tendo uma retração de 3.1% em 2020. Para o segundo semestre, que se aproxima, a retração será de -8,7% em comparação com os três meses anteriores.
Mesmo com todas as previsões econômicas, no Vindi Insights de hoje você vai conseguir perceber uma alteração positiva. Segundo a análise da performance dos nossos clientes, é possível identificar que o pico da crise tenha se estabelecido no meio de Abril. Com isso, agora, podemos notar uma grande recuperação de diversos setores (mesmo os mais impactados).
Então, o pior já passou?
Para realizar o Vindi Insights para você, utilizamos os dados da nossa base de mais de 6 mil clientes que realizam cobranças pontuais ou recorrentes, seja por cartões de crédito ou boleto.
E, nas últimas cinco semanas avaliadas, foi possível identificar uma crescente no TPV, o volume total de pagamentos. Com isso, surgiu a hipótese de que o pico da crise possivelmente tenha sido atingido em meados do mês de Abril. Uma vez que mesmo os segmentos mais atingidos apontam uma considerável recuperação nas últimas semanas de Maio.
Entretanto, só será realmente possível fazer esta afirmação após o fim da quarentena, quando, realmente, haverá a total retomada aos níveis econômicos pré-crise. Possivelmente, ainda estamos vivenciando essa correção de mercado frente à grande queda de março. Entretanto, os resultados prometem serem promissores.
Como o mercado se comportava antes da crise e no início dela?
Para você ter uma ideia sobre o caminho que alguns segmentos percorreram durante a crise, fizemos uma análise do panorama do TPV no início da crise, em meados de Março, comparado com Maio.
Como você deve imaginar, na comparação, o resultado é positivo. Quando comparamos a primeira quinzena de maio (um período recente), com a segunda quinzena de Março, (início da crise), é possível notar que houve, sim, um crescimento no volume total de pagamentos (TPV).
Além disso, podemos ir ainda mais longe. Se fizemos a mesma comparação (primeira quinzena de Maio), com a primeira quinzena de Fevereiro (período pré-crise no Brasil, também é possível notar um aumento no TPV. Ou seja, mesmo que ainda não haja uma recuperação total de todos os segmentos, é possível notar um movimento de reação e a busca pela retomada econômica.
Há um crescimento. Mas, o que isso representa?
Bem, na Vindi, a gente vem notando o crescimento semana a semana. E, se você acompanha as nossas análises do Vindi Insights, também notou. O crescimento do nosso TPV foi de +10% entre os dias 17 e 23 de Maio. Porém, ele aconteceu em menor escala do que nas duas semanas anteriores.
Da mesma forma que o TPV aumento, o número de transações também seguiu o mesmo caminho, subindo + 1,9% no comparativo entre os meses de Maio e Abril. Da mesma forma que nas semanas anteriores, esse aumento pode indicar uma elevação no ticket médio.
Quais segmentos estão demorando a se recuperar?
Apesar de poucos, alguns segmentos ainda encontram dificuldade para encontrar o caminho da recuperação econômica. Confira abaixo, quais os setores que estão tendo uma performance ruim no Insights de hoje.
SaaS -43%
Contrariando algumas estimativas, o TPV de SaaS encolhe pela segunda semana seguida, chegando a -43%, quebrando a tendência de alta na qual o setor estava. Entretanto, é importante destacar que este é um dos segmentos mais resilientes e que possui grandes chances de recuperação e potencial.
Seguradoras -33%
Apesar de continuar negativo, -33%, o segmento de seguradoras está próximo aos volumes semanais pré-crise (Fevereiro). Assim como SaaS, as seguradoras, principalmente as Insurtechs, possuem grandes chances de recuperação no período pós pandemia. Isso porque o segmento conta com certa sazonalidade nas vendas.
Fitness -17%
Talvez o segmento mais afetado pela crise. Com um TPV em queda pela oitava semana seguida (ou seja, desde o início da pandemia no Brasil), ele já encolheu pela metade: -17% no comparativo entre os dias 17 à 23 de Maio, com o mesmo período de Abril. O setor tem sido tão afetado por causa do fechamento das academias, que só devem reabrir após o término da quarentena. Mesmo algumas empresas buscando alternativas para continuar movimentando o caixa, como aulas online ou aluguel de equipamentos, a resposta econômica ainda não foi forte o suficiente para engatar uma retomada.
Quais são os insights dos segmentos que seguem crescendo?
Estética e Beleza +5.9%
Mantendo a tendência das últimas semanas, o setor continua crescendo, mesmo que de forma discreta. No comparativo entre Maio e Abril o aumento foi de +5,9%. O motivo? As empresas de Estética e Beleza ainda continuam investindo em planos com pagamentos antecipados para seus clientes, assim como em outras ideias “fora” da caixa para manter o fluxo de clientes. Este é um bom exemplo de como a inovação e a adaptação podem impactar de forma positiva na recuperação financeira de alguns segmentos.
Educação +15%
O setor de Educação está em uma crescente nas últimas cinco semanas, chegando a +15% no comparativo entre os dias 15 à 23 de Maio com o mesmo período de Abril. Ações específicas de grandes empresas foram fundamentais para dar uma guinada no TPV do setor. Aqui, também podemos perceber a importância da utilização de estratégias digitais para manter a receita durante a crise.
E-commerce +19%
Assim como é possível notar em outras análises e estudos, o segmento de e-commerce também continua crescendo na Vindi, chegando a +19% no comparativo. Os consumidores já estão adaptados às compras digitais e, as chances desse comportamento se manter, mesmo após a crise, são muito grandes. Por aqui, esta é a sexta semana seguida que o setor está crescendo, apontando ser mais que uma tendência, um comportamento adquirido.
Clube de Assinaturas +38%
Na contramão da crise, o segmento de Clubes continua a contrariar a tendência de queda do restante da economia, crescendo + 38%. Dada a recorrência dos clubes e sua natureza digital, é possível que a crise COVID-19 deixe impactos positivos no setor mesmo após a reabertura do comércio. Quantas pessoas assinaram um clube neste período, não é mesmo? (Confesso que fui uma delas).
Dados de uma pesquisa realizada Opinion Box apontaram que 43% dos consumidores passaram a cuidar mais da higiene pessoal durante a pandemia. Além disso, o aumento de vendas na categoria Beleza também cresceu 9%. Ou seja: o modo de consumo das pessoas está mudando e, nada melhor do que um clube de assinaturas, com uma excelente curadoria de produtos, para conquistar novos adeptos durante a crise.
Saúde +55%
O TPV de Saúde aumentou na terceira semana de Maio quando comparado com o mesmo período de abril, chegando a +55%. Assim como nas outras semanas, o setor vem sendo
impulsionado por laboratórios que estão oferecendo testes rápidos para a identificação da COVID-19. Com isso, o segmento teve uma compensação pelo mal desempenho das clínicas médicas e odontológicas neste período.
Turismo e Hotelaria +87%
O TPV setor de Turismo e Hotelaria apresentou elevação, quando comparado com Abril, chegando +87% no comparativo entre Maio e Abril. O setor mostra grand recuperação, principalmente dos setores de hotelaria, que estão impulsionando a venda de pacotes para o período pós pandemia.
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