O Pix é desde 2020 a grande sensação quando o assunto é pagamento no Brasil, mas será que é possível enviar Pix internacional?
A resposta é ainda não, mas esta novidade não deve demorar tanto assim. O Pix internacional é o próximo passo na evolução dos sistemas de pagamento instantâneo ou rápido.
A popularidade da plataforma desenvolvida pelo Banco Central (Bacen) é tanta que, em 2022, já havia mais de meio milhão de chaves cadastradas – e isso é mais que o dobro da população nacional.
Com o avanço das tecnologias de transmissão de dados, já existem diversos sistemas semelhantes ao nosso pelo mundo. Então imagine se fosse possível juntar todos em um só, podendo fazer uma transferência para outro país.
Este é o Pix internacional, que vamos apresentar para você a partir de agora.
O que é Pix internacional? Ele já existe?
O Pix internacional é a denominação de um projeto que planeja integrar sistemas de pagamentos instantâneos de mais de 60 países. Embora ainda não funcione na prática, o projeto está em andamento pelo hub de inovação do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) – a entidade fica sediada na Suíça e é conhecida como o “banco central dos bancos centrais”.
A ideia dessa iniciativa é integrar sistemas de países que contam com sistemas de pagamento automático, como o Pix.
Conheça o projeto Nexus de Pix internacional
O Nexus é um projeto implementado em Singapura pelo BIS. A elaboração do esboço entrou em fase de testes em setembro de 2022.
Os analistas estudam a possibilidade de criar um padrão que possa interligar os sistemas dos países que contam com plataformas de pagamento instantâneo ou rápido, nos moldes do Pix.
Atualmente, Singapura e Tailândia têm um sistema bilateral de pagamentos rápidos entre o dólar singapuriano e o baht tailandês, e a Suécia e a União Europeia estudam um sistema semelhante entre a coroa sueca e o euro.
Porém, uma estrutura semelhante a essas para um sistema entre vários países seria inviável pela necessidade da construção de centenas de elos bilaterais. Por isso, o BIS estuda a criação de uma plataforma, o Nexus. A ideia é conectar todos os sistemas entre si, em vez de criar uma conexão personalizada para cada um.
É possível fazer Pix para contas fora do Brasil?
Por enquanto, o Pix internacional não está disponível. Portanto, ainda não tem como fazer Pix para contas fora do país. A alternativa para fazer uma remessa instantânea ao exterior é usando um sistema privado, como os oferecidos por empresas como Wester Union e Global66, por exemplo.
No entanto, e possível fazer um Pix para transferir valores para as empresas que, por sua vez, fazem a remessa conforme os dados informados. Mas, se você pretende usar um desses serviços, tenha atenção com a cobrança de taxas.
Para receber valores de fora do Brasil, também há há plataformas de câmbio especializadas como Remessa Online, Wise e Paysend. Atualmente, as transferências internacionais podem levar de um a cinco dias úteis.
Quando o Pix internacional estará disponível?
Ainda sem uma estimativa oficial de implementação, o Pix internacional deverá ser lançado em 2024 ou 2025. “Vai começar a ser desenvolvido em 2023. Então é para pensar em produção em 2024 na melhor das hipóteses, muito provavelmente em 2025”, afirma o consultor do Banco Central Marcos Lobo ao Valor Investe.
Na agenda evolutiva do Banco Central, a iniciativa é dada como um “produto em concepção”, sem data prevista.
Em setembro de 2022, o projeto passou da fase de design para a etapa de testes. No mesmo mês, o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, informou que o sistema deve ser implantado primeiro na América Latina.
Uma das razões da demora pode ser o fato de que alguns países ainda não concretizaram o lançamento de suas plataformas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o FedNow ainda estava em desenvolvimento em outubro de 2022. Além disso, os sistemas usados pelo mundo foram desenvolvidos de maneiras diferentes, o que dificulta a integração entre eles.
Como deve funcionar o Pix internacional
O que se sabe sobre o Pix internacional ou Nexus é que será uma plataforma que conectará várias outras. Os analistas do BIS buscam criar um sistema amplo com dois objetivos centrais:
- Conectar múltiplos sistemas de pagamento instantâneo como o Pix de diferentes países, permitindo a troca de dados por meio de uma padronização
- Coordenar operações de câmbio entre instituições financeiras de diversos países.
Segundo o BIS, essas mudanças possibilitariam a realização de pagamentos instantâneos entre diferentes países, já com a devida conversão da moeda.
Uma pista de como isso pode acontecer está no relatório divulgado pelo BIS em março de 2022, que aponta o Pix brasileiro como um modelo para o novo sistema.
“Os dois ingredientes-chave do sucesso do Pix são, primeiro, a participação obrigatória dos grandes bancos no impulso inicial aos efeitos de rede para os usuários. E, segundo, o papel duplo do Banco Central como provedor da infraestrutura e agente regulador”, explica trecho do documento.
Ou seja, pode ser que o funcionamento seja bem semelhante ao do nosso Pix. Desta forma, a plataforma poderia inclusive ser integrada a aplicativos de bancos e fintechs, proporcionando uma transferência em poucos segundos. Porém, ainda não se sabe se haverá custos.
Vantagens do Pix internacional
Espera-se que, quando for lançado, Pix internacional proporcione a seus usuários vantagens como:
- Viabilizar pagamentos internacionais em segundos
- Economia com taxas cobradas por serviços privados
- Transparência sobre taxas cobradas antes da confirmação
- Aumento na segurança com a confirmação do destino dos valores
- Possibilidade de usar o aplicativo do próprio banco
- Estímulo ao turismo internacional.
Mesmo antes do lançamento do Pix internacional, os brasileiros já contam com muitas facilidades em relação a pagamentos e cobranças (principalmente para negócios focados em vendas, tanto de produtos como de serviços).
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