Vivemos nos tempos da economia do acesso e da recorrência. Isso significa que, nos dias de hoje, uma ideia que não nasça dessas correntes econômicas está fadada ao fracasso.

Os consumidores ditam as regras e não aceitam mais acordos unilaterais. Ou seja, tem que ser bom para os dois lados ou nada feito. Alguns exemplos de cases bem-sucedidos que cumprem bem esses requisitos são: Uber, Airbnb e Smartfit.

Mas essa é só a ponta do iceberg. Existem muitos outros desafios a serem levados em conta, os quais é imperativo saber lidar para obter uma posição estratégica no mercado. Citando apenas dois: sacrifícios e maximização do potencial dos colaboradores.

O paradoxo é que dilemas tão contemporâneos como estes podem ser resolvidos com o auxílio de um jogo milenar: o xadrez. A origem do jogo é controversa, mas tudo indica que é oriundo da Índia. Ele foi pensado para fins militares, mas tem tudo a ver com nossa atual gestão de negócios. Vamos ver o porquê em seguida.

O desafio sobre sacrifícios

“Até um plano ruim é melhor do que a falta de plano.” Mikhail Chigorin, enxadrista russo do século XIX.

O xadrez, assim como os negócios, exige sacrifícios. Em muitos casos, a partida encontra-se demasiadamente travada, sem muitas possibilidades imediatas de bons lances. De modo que uma alternativa é agir contra o próprio instinto de autopreservação, e pode ser necessário oferecer uma peça em troca de uma possível vantagem de posicionamento à posteriori.

Não raro, o enxadrista sacrifica um peão em troca de liberar a coluna de sua torre. A sensação momentânea de perda é sempre ruim e praticamente incontrolável, mas a longo prazo, essa torre, peça com muito mais poder de dano que o peão, pode o conduzir à vitória.

No mundo dos negócios, temos o exemplo de Steve Jobs. Aquele que é venerado por muitos que veem nele a grande figura da “nova era tecnológica”. Fundou a empresa que, em agosto deste ano (2018), atingiu a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, tornando-se a primeira empresa privada a conseguir tamanha façanha.

Jobs faleceu sem nunca ter tido um diploma universitário. Abandonou o curso em que estava, na universidade de Reed College (sacrificou o peão), mas tinha a certeza do que queria e perseverou na busca de suas realizações. Nesse período, fez diversos cursos. O mais emblemático, sem dúvidas, é o de caligrafia, que lhe proporcionou a sensibilidade de ver a perfeição com que tudo poderia ser feito, fato que foi marcante e decisivo na história e posicionamento da Apple (a torre com a coluna aberta venceu o jogo).

O desafio sobre o princípio da máxima atividade

Este princípio, possivelmente, é o mais importante dentre todos os outros em uma partida de xadrez. Como o próprio nome diz, ele consiste em sempre buscar lances que tornem as peças mais ativas. Ao deparar-se com uma peça pouco produtiva, é prudente que o jogador a desenvolva, movendo-a para uma casa onde ela se tornará mais forte.

No dia a dia das empresas brasileiras, salta aos olhos a pouca produtividade de seus colaboradores, que em média produzem somente um quarto do que o trabalhador americano produz (dados do Conference Board).

Pegando um exemplo, dentre milhares possíveis, temos o clássico caso de um ou mais funcionários com a única função de emitir notas fiscais de forma manual. Funcionários esses que quase sempre conhecem bastante do negócio em que trabalham, mas encontram-se engessados em uma ocupação burocrática e obsoleta.

Aplicando-se o princípio da máxima atividade, a solução parece quase que óbvia: automatizar essa tarefa com notas fiscais eletrônicas, mitigando riscos, reduzindo custos e principalmente possibilitando a maximização de produtividade dos colaboradores.

O que podemos concluir?

Os problemas e desafios atuais são bem peculiares e estão por toda parte, mas a roda não precisa ser reinventada, a solução pode estar por aí, onde menos se imagina, seja na filosofia grega, em um livro de ética ou em uma simples partida de xadrez. O importante é saber observar.

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