Numa conversa no grupo do Telegram do Like a Boss, fomos provocados a contar como funciona a geração de ideia, elaboração e produção do podcast, que fazemos em parceria com a Alura.
Aqui vai um manual simples e prático de como chegamos a 30, 40 e 50 mil ouvintes por episódio e como ele funciona na parte operacional do programa.
Como a gente faz o Like a Boss?
De forma bem prática, a gente escolhe bem os convidados (as) e esse é o segredo do Like a Boss.
Mas por trás dessa produção, alguns desafios como agenda dos entrevistados (e a nossa), ter uma temporada completa, exige uma pequena engenharia minha e do Paulo Silveira. Outro desafio que nos deparamos é que ainda temos poucas CEOs mulheres de tecnologia no Brasil. Isso precisa mudar, mas tem sido desafiador.
O segredo do sucesso de um podcast é o entrevistado. Tim Ferris, Reid Hoffman, Joe Rogan entre outros principais podcasters americanos, usam e bebem bastante da qualidade do convidado (a) e isso reflete bastante no sucesso e audiência. Normalmente, quando o entrevistado é bom, pouco importam quais são as perguntas.
A dinâmica e o formato do Like a Boss
Depois de 7 temporadas, a gente pegou o jeito em fazer o podcast, tanto na forma como ele acontece, como na dinâmica e preparação com os entrevistados. Também está na nossa mão (minha e do Paulo) o disparo dos convites, a administração dos pedidos para participação, emails recebidos de assessoria e a edição, que é uma das partes mais críticas.
O Like a Boss segue um padrão de pauta, onde desenhamos a dinâmica clara para quem ouve o podcast e para quem quer decifrar o “dna” de alguns dos empreendedores de alto impacto no Brasil.
Desde o primeiro episódio com o David Veléz, até o último episódio, a gente tenta manter o padrão das perguntas. Dentro desse formato, sempre saem coisas interessantes, onde interferimos com perguntas que acabam saindo dessa mecânica, mas são essas interferências que saem as melhores partes das entrevistas.
A primeira parte a gente direciona as perguntas para conhecer o negócio, qual dor resolvem, por que criaram a empresa e qual o tamanho dos times. A segunda parte a gente tenta extrair a rotina do empreendedor. A maioria das pessoas têm a curiosidade de como pessoas públicas começam o dia, por exemplo.
Decidimos também que cada episódio não pode ultrapassar 50 minutos…1 hora. A ideia é que os ouvintes possam aprender e ouvir durante atividades que durem no máximo esse tempo. Os relatos que acabamos recebendo é que as pessoas ouvem o Like a Boss correndo (ou fazendo exercício) fazendo academia, no trânsito, no metrô, no ônibus, lavando louça, trabalhando e até tomando banho. Por isso não faz sentido durar mais que uma hora.
São duas temporadas por ano. Uma no começo do ano, outra no fim, com cerca de 7 episódios em média, para cada temporada. Os episódios duram em média, 40 minutos.
Como escolhemos os entrevistados
A gente dá muita atenção para os nomes. Temos uma lista de potenciais convidados (as) no Trello que sempre vamos alimentando com o passar dos anos. A gente inclui nessa lista pessoas e empresas que admiramos. Importante frisar que preferimos pessoas que estão a frente de empresa com base tecnológica, mas já trouxemos varejo, finanças e entretenimento. Mas damos preferência por pessoas de tecnologia. Vamos nessa linha porque eu o Paulo, temos essa afinidade. É o nosso ambiente.
Por conseguirmos ter um acesso muitas vezes privilegiado dentre o ambiente de tecnologia, isso facilita, porque temos os contatos diretos de alguns deles.
Algumas vezes, somos surpreendidos positivamente por alguns CEOs e executivos sugerindo a própria participação. Gostamos disso. E outras poucas vezes, aceitamos algumas sugestões vindo de assessoria de imprensa, mas que nos enviam nomes aderentes com nossa proposta. 95% deles, a gente escolheu a dedo.
Algumas pessoas aceitaram, porém tivemos problemas de agendas como IPOs em andamento, fusões & aquisições. fundraising e outros compromissos.
Agenda é um grande desafio, um dos maiores.
Melhores equipamentos para podcast
O melhor equipamento para podcast é aquele que você pode usar. Óbvio que bons equipamentos vão ajudar na fluidez da conversa (para que ouve), que vai ser mais audível, mas isso não é fator de sucesso. Os melhores podcasts do Brasil usam bons equipamentos.
De novo, o convidado, com uma boa pauta, supera todo desafio em equipamentos.
Ainda assim, vou deixar aqui o equipamento mínimo que usamos para gravar o Like a Boss. É apenas uma sugestão, mas funciona bem com a gente.
- Microfones: Behringer XM18005. Tente usar um microfone direcional e evite (se puder) usar fones de ouvido para captação – eles são muito sensíveis ao ambiente e podem captar sons ao redor e atrapalhar a própria voz. Qualquer microfone direcional pode ajudar muito.
- Mesa de áudio: Zoom H6 Handy Recorder ou o Zoom H6. Apesar do custo, essa mesa ajuda muito. Para entrevistas presenciais, ter uma mesa como essa faz toda a diferença para dividir os sons e ter a melhor captação da voz.
De novo, use o equipamento que achar melhor, que couber no bolso. Mas escolha bem o entrevistado, isso é o que fará a diferença.
Captura, gravação e distribuição
- Para capturar os áudios online, usamos o Hangouts do Google ou o Zoom. São ótimas ferramentas para a entrevista. Para capturar e gravar os áudios (offline) sugerimos o Áudio HiJack;
- Para publicar, hospedar e distribuir nas plataformas de streaming, usamos o Blubrry. Através desse SaaS, distribuímos automaticamente no Spotify, iTunes, Google Podcasts e Deezer. O software também tem um player próprio para embedar em blogs, sites e etc.
Edição
Delegamos a edição dos episódios do “LaB “para a Radiofobia. O Léo Lopes e a Radiofobia um parceiro indispensável para o sucesso do nosso podcast. Está com a gente desde o início e sempre recomendamos eles para quem nos pede recomendação. A Radiofobia também edita o Hipsters.Tech. Outra recomendação que faço e que edita o Dentro do Ringue (nosso outro podcast) é o Caio Corraini da Maremoto.
A dica final é: produzir podcast não é só ligar o gravador e publicar na internet. Gosto bastante de podcasts que exploram lacunas específicas em temas, mercados e que conseguem trazer pessoas com bons conteúdos.
Vai lá e faz!